Após azar em sorteio, Thomaz Bellucci estreia em Wimbledon diante de Rafael Nadal

A temporada de torneios no saibro europeu - com grandes campanhas nos Masters de Madri e Roma e o título no ATP 250 de Genebra - recolocou Thomaz Bellucci no top 50 do tênis mundial e criou uma grande expectativa para o desempenho do número 1 do Brasil em Roland Garros. O sorteio para o Grand Slam francês, no entanto, reduziu drasticamente as possibilidades de Thomaz - ao colocá-lo frente a frente com o japonês Key Nishikori (5º do mundo) logo na 2ª rodada. Apesar de um jogo relativamente equilibrado, a derrota veio em três sets duros - mas, ainda assim, em apenas três sets. De Roland Garros para Wimbledon, mudam o piso e as perspectivas, só não mudou o azar no sorteio. Nesta terça, por volta das 9h, Bellucci fará a sua estreia e, muito provavelmente, sua despedida contra Rafael Nadal.

E não há pessimismo nesta afirmação. O simples fato de jogar na grama reduz drasticamente as chances de qualquer tenista brasileiro. O melhor exemplo é Gustavo Kuerten que, em cinco participações em Wimbledon, só conseguiu uma boa campanha, atingindo às quartas de final em 1999. Duas vezes, Guga caiu logo na estreia. Para aumentar a estatísticas de derrotas do país na grama do All England Club, no primeiro dia do torneio, João Souza Feijão foi facilmente batido pelo colombiano Santiago Giraldo: 6/4, 6/3 e 6/2.

Esta será a sexta participação de Bellucci em Wimbledon. Seu melhor desempenho foi em 2010, quando venceu dois jogos e parou na 3ª rodada. No total, tem 8 jogos e cinco derrotas. Uma delas diante do próprio Nadal em 2012. Naquele duelo, o brasileiro chegou a abrir 4/0 no 1º set e acabou levando a virada, perdendo por 7/6, 6/2 e 6/3. Três anos depois, o espanhol não atravessa sua melhor fase (é "apenas" o 10º do ranking), mas um abismo ainda os separa - principalmente em um jogo de Grand Slam, em melhor de cinco sets.

É possível prever um Bellucci equilibrando as ações contra Nadal. Vencendo um set, quem sabe. Porém, dificilmente terá intensidade e consistência para uma partida longa contra um dos maiores nomes da história do tênis. "É um jogo difícil. Tenho que estar pronto para encarar um jogo longo, com disciplina tática e uma concentração muito grande, porque qualquer vacilo custa caro contra esses jogadores. Mas tenho feito bons jogos contra jogadores desse nível. Tenho que aproveitar a oportunidade, jogar à vontade, mais solto e fazer o melhor que eu posso", afirmou Bellucci.

Pernambucana
Na 77ª posição do ranking mundial, Teliana Pereira também terá uma estreia com jeito de despedida. Por volta das 12h30, enfrenta a italiana Camila Giorgi, 32ª do mundo. Há duas semanas, ela conquistou o título do WTA de S-Hertogenbosch, disputado na grama. Um piso completamente estranho para a número 1 do Brasil.