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Dedé aciona Cruzeiro na Justiça do Trabalho e cobra R$ 35 milhões

Justiça não concedeu o pedido de rescisão liminar feito pelo zagueiro

11/01/2021 18:18 / atualizado em 11/01/2021 22:58
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Dedé acionou o clube na Justiça há uma semana
foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Dedé acionou o clube na Justiça há uma semana

Em recuperação de lesão no joelho direito desde o fim de 2019, o zagueiro Dedé acionou o Cruzeiro na Justiça do Trabalho. Conforme a petição inicial, datada de 4 de janeiro de 2021 (segunda-feira), o valor pleiteado pelo jogador de 32 anos é de R$ 35.258.058,64 . A informação do Globoesporte  foi confirmada pelo Superesportes .

Em despacho proferido na última terça-feira (5), o juiz Marco Antônio Ribeiro Muniz Gomes negou a concessão de rescisão liminar a Dedé. A defesa do zagueiro fez um pedido de reconsideração, porém o magistrado Danilo Siqueira de Castro Faria, em manifestação na sexta-feira (8), manteve a decisão inicial. Assim, o próximo passo do imbróglio é a realização de audiência, ainda sem data definida, na 48ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.

O advogado de Dedé, Carlos André Freitas Lopez, comentou as medidas judiciais tomadas em defesa dos interesses do jogador. “Foi um período muito longo de dívidas salariais, mesmo com redução de 80% do valor contratual, além de dívidas com direito de imagem, premiações, fundo de garantia e muitas outras questões que vamos detalhar, somente, adiante ou no decorrer do processo”, disse.

“Devido a tudo isso, nós, do staff jurídico do jogador, optamos, depois de muito tentar, por meio de conversas com o clube, pela rescisão contratual e cobrança judicial. O jogador não tem culpa alguma dos descasos e má gestão na instituição e tampouco de ter se contundido, defendendo e conquistando títulos pelo Cruzeiro”, complementou.

De acordo com a petição, o Cruzeiro deve a Dedé verbas referentes a salários, direitos de imagem, férias, 13º e FGTS, além de uma cláusula compensatória de R$10,5 milhões relativa aos meses restantes de contrato (até dezembro de 2021).

No processo também há o requerimento de indenização por danos morais de R$ 3,75 milhões devido a um vídeo vazado do ex-presidente Wagner Pires de Sá detonando a parte física do jogador.

“O Dedé ficou um ano e meio parado ganhando R$800 mil (...). Ele ganhou mais de R$50 milhões sem jogar. Se vender, não vende... primeiro que ele é todo fod… e não passa no exame médico. O futebol brasileiro é isso”, afirmou Wagner, sem saber que era filmado por um motorista de aplicativo em fevereiro de 2020.

O advogado de Dedé anexou à peça prints com comentários ofensivos de torcedores na página da Jovem Pan Esportes no YouTube. “Dedé Vagabundo da Bola kkk derrubou o Cruzeiro junto com o Thiago Neves (sic)”. “Dedé bichado. Zagueiro atabalhoado, super estimado (sic)”.


Valores que Dedé cobra do Cruzeiro na Justiça

  • Salários em atraso - R$ 13.782.000,00
  • Verbas rescisórias - R$ 3.390.666,66
  • Cláusula compensatória - R$10.500.000,00
  • FGTS - R$704.400,00
  • Reflexos incidentes sobre o 13º salário - R$1.032.000,00
  • Reflexos incidentes sobre 1/3 de férias - R$ 1.045.333,32
  • Reflexos incidentes sobre FGTS - R$ 1.053.658,66
  • Indenização por danos morais - R$ 3.750.000,00
  • Honorários - 15% dos valores

Dedé no Cruzeiro


No Cruzeiro desde abril de 2013, Dedé jogou pela última vez em 19 de outubro de 2019, na vitória por 2 a 1 sobre o Corinthians, em São Paulo, pela 27ª rodada do Campeonato Brasileiro. Na ocasião, ele saiu machucado para a entrada de Cacá. Desde então, foi submetido a vários tipos de tratamento, desde o conservador até o cirúrgico - procedimento realizado no Rio de Janeiro, em março, por profissionais de sua confiança.

De 2015 a 2017, Dedé já havia convivido com inúmeras lesões que o fizeram passar grande parte do tempo no departamento médico. Quando esteve em campo, mostrou-se um zagueiro forte, rápido e muito bom na bola aérea. Em 188 partidas pelo Cruzeiro, marcou 15 gols e conquistou sete títulos: dois Brasileiros (2013 e 2014), duas Copas do Brasil (2017 e 2018) e três Campeonatos Mineiros (2014, 2018 e 2019).

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