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TRAGÉDIA

Familiares do zagueiro Marcelo, da Chape, se apegam à religiosidade em momento delicado

Parentes comentam momento espiritual do atleta, que havia se tornado evangélico

postado em 04/12/2016 15:26 / atualizado em 04/12/2016 15:40

Alexandre Guzanshe/EM/DA PRESS

Paulo Galvão

Enviado especial a Juiz de Fora

 

A família do zagueiro Marcelo se escorou na religiosidade para suportar a perda do ente querido no desastre aéreo que vitimou a delegação da Chapecoense, na Colômbia. Os familiares do jogador se mostraram bastante serenos, principalmente se for levado em conta a dimensão da tragédia.

 

“O Marcelo tinha sonhos, mas o desejo de Deus a gente não contesta. Se o chamou é porque era o momento”, argumenta Manoel Féliz Mathias, tio do defensor, que teve a carreira interrompida aos 25 anos. Segundo ele, o sobrinho deixou a terra com missão cumprida. “Ele queria ser jogador e foi. Ele queria ser pai e foi. Ele queria ver a família se mantendo sempre unica e viu. Agora, vai seguir os designíos que Deus tem para ele”, declara.

 

O jogador havia se tornado evangélico há quatro meses. Em Chapecó, passou a frequentar unidade da Igreja do Evangelho Quadrangular. No velório deste domingo, na Câmara Municipal de Juiz de fora, a pedido dos familiares, um pastor comandou orações e hinos, além de ter ressaltado a importância de Deus na vida da família.

 

“Tudo isso está nos levando a repensar nossas vidads. O mundo está carente de amor, temos de buscar ser sempre melhores, pessoas mais amáveis. Quantas vezes deixamos de dar bom dia, de sorrir? Precisamos melhorar a cada dia”, diz Manoel, um dos muitos parentes presentes ao velório de Marcelo, que atrai muitas pessoas desde que foi aberto ao público, por volta das 9h30.

 

Ele também elogia o comportamento dos colombianos, que desde o acidente vêm dando seguidas mostras de solidariedade não só à Chapecoense, mas a todos os brasileiros. “Esperamos que esses atos mudem a vida das pessoas. Quem sabe um ladrão o deixe de ser ao analisar tudo que aconteceu? Quem sabe um criminoso repense a vida diante de tantas demonstrações de calor humano?”

 

AGRADECIMENTO Já Maria Aparecida da Silva, a quem Marcelo chamava de Tia Cida, se mostrou satisfeita com o carinho dos juiz-foranos com o sobrinho. “Temos de agradecer ao povo de Juiz de Fora pelo carinho com o Marcelo. A gente está triste demais, mas, por outro lado, contente por tanta gente vir aqui para se despedir. Isso renova nossas esperanças”, declara ela.

Tags: velório marcelo zagueiro Juiz de Fora