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Provocação de Jara em Cavani traz discussão sobre "mão boba" no futebol nas últimas gerações

Chileno ignorou quantidade de câmeras no estádio e "cavou" expulsão de uruguaio

postado em 26/06/2015 10:00 / atualizado em 26/06/2015 13:07

AFP PHOTO/Miguel Rojo

A “mão boba” do chileno Jara no uruguaio Cavani, pelas quartas de final da Copa América, trouxe à tona um lado sombrio do futebol, recheado de casos no passado e ofuscado pelo excesso de câmeras no presente. Nada disso impediu o zagueiro de passar a mão no jogador da Celeste, sem a percepção do árbitro brasileiro Sandro Meira Ricci. O “prêmio" do defensor da La Roja foi ganhar um tapa no rosto, que rendeu a expulsão ao uruguaio.



Em relação ao chileno Jara, o curioso é que a história recente do jogador é de “ataques” maliciosos. As vítimas preferidas são os goleadores uruguaios. Em uma partida contra a Celeste Olímpica pelas Eliminatórias da Copa do Mundo, em 2013, ele apertou o órgão genital de Luís Suárez, jogador do Barcelona. Em Cavani, a provocação veio de outra forma, por trás.

O Superesportes ouviu personagens do passado e do presente para discutir sobre esse tipo de artimanha nos gramados. O ex-atacante Natal, do Cruzeiro, analisou a reação de Cavani e confessou que foi vítima desse tipo de malandragem em confrontos na América do Sul.

“O Cavani está com uma situação difícil, com pai na cadeia. O Jara foi brincar com ele e ele deu logo uma porrada no cara. Conta muito a cabeça do cara no momento. Nem sei como ele conseguiu jogar com situação tão difícil assim, mas ele não estava com a cabeça ligada no jogo”, disse.

“Eu, quando jogava contra times do Uruguai, Chile, Argentina, os caras passavam, provocavam e empurravam... A gente tinha cabeça muito boa. Eu, particularmente, nunca reagi, me controlava”, completou.

Nas décadas passadas, os casos polêmicos com esse tipo de provocação eram motivados pelo fato de os jogos não serem televisionados, de acordo com o ex-lateral Nelinho. “No passado, não tinha tanta visibilidade porque não tinha câmera como hoje, que registra tudo que acontece no campo. Mas há exceções. Lembro do caso do Valderrama. O jogador adversário ficou pegando nas partes dele e ele deixou. Foi muito engraçado. Mas penso que isso não cabe mais no futebol”, destacou.

Não é apenas a provocação com apelo sexual que tira alguns jogadores do sério. Há exemplos de atletas que usaram subterfúgios para prejudicar os adversários. Um caso clássico aconteceu na final da Copa do Mundo, quando o italiano Materazzi levou uma cabeçada de Zidane. O motivo da agressão e do cartão vermelho recebido pelo francês teria sido um insulto proferido pelo zagueiro à irmã do camisa 10. A Itália ganhou o título Mundial na disputa de pênaltis na decisão de 2006.

Aos 25 anos, Giovanni Augusto faz parte da geração que não viveu esse tipo de dilema com a mesma frequência de outras épocas. O meia do Atlético destacou que jamais foi surpreendido por algum adversário dessa maneira.

“Nunca fui vítima e acho que o futebol brasileiro não é acostumado a ver uma cena dessas. É mais comum fora e acho que deveria ter punição para o jogador que fez isso. A imagem é clara e causa revolta para o que foi prejudicado. Sabemos que o futebol é cheio de malandragens e se isso acontecer com qualquer jogador nosso, é preciso ter tranquilidade para não prejudicar a equipe”.

A reportagem resgata 10 casos curiosos de provocações no futebol, desde a mão boba de Jara, embaixadinhas de Edilson e os 7 a 1 sofridos pela Seleção Brasileira diante da Alemanha.

Exemplos de provocações:

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1 – Uma cena do atacante do Atlético, Dadá Maravilha, provocando o atacante do Cruzeiro, Roberto César, ficou marcada na história dos classicos mineiros. O jogador da Raposa rasgou o calção durante um jogo, e o atleticano aproveitou para tirar uma onda com a cara do adversário.

2– Durante um jogo do Campeonato Brasileiro de 1995, no Mineirão, Nelson, volante do Vasco da Gama, apertou o órgão genital de Luiz Fernando Gomes, do Cruzeiro.

3 - Valderrama e Michel. Primeira partida da temporada 91-92 na Espanha. Valderrama, então no Valladolid, e Michel, do Real Madrid, estavam se provocando, e o árbitro da partida já tinha advertido verbalmente os jogadores. E em uma cobrança de escanteio, Michel segurou “as partes” do jogador colombiano, que não se manifestou.

4
– O próprio Jara já tinha feito provocações deste tipo, em partida entre Chile e Uruguai. O defensor tinha ‘atacado’ Suárez (desta vez pela frente), em março de 2013, nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, em Santiago. O atacante revidou com um soco na cara. 

5 - Edmundo leva a jogada para a linha de fundo, para na frente de Gonçalves e rebola. Jogo pelo Campeonato Carioca de 1997, entre Vasco e Botafogo.

6 - Em 1996, o Cruzeiro vence o Atlético por 2 a 1 e quebrou um tabu de seis anos sem vencer o Galo em Brasileiros. Paulinho Mclaren comemorou um dos gols provocando a torcida atleticana com imitação de "galinha".

7 – Materazzi provocou Zidane, que acertou uma cabeçada no italiano, aos 5min do segundo tempo da prorrogação da final da Copa do Mundo, entre Itália e França. O motivo teria sido o insulto do italiano à irmã do francês.

8 – Edmundo voltou a ser protagonista de outra provocação com o argentino Zandoná, do Vélez Sarsfield. Porém, o brasileiro levou a pior e, depois de dar um leve tapa no rosto do argentino, ele foi surpreendido com um tapa e, segundos depois, um soco, quando o atacante estava de costas. Uma confusão generalizada se formou na final da Supercopa Sul-Americana de 1995

9 – As embaixadinhas do corintiano Edilson num clássico contra o Palmeiras, em 1999, pelo Campeonato Paulista, não terminaram bem. Depois de erguer a bola até a cabeça e fazer a “graça”, o atacante foi surpreendido por Paulo Nunes, que o empurrou. O corintiano revidou com um chute e a pancadaria generalizada aconteceu no gramado do Morumbi.

10- Sobrou até para o atacante Neymar. Apesar de não ter participado da goleada de 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil, na semifinal da Copa do Mundo'2014, no Mineirão, o brasileiro foi provocado em um jogo do Espanhol. O lateral Juanfran, do Atlético de Madrid, fez o número 7 com as mãos para provocar o jogador do Barcelona.

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