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Em carta à Conmebol, AFA critica arbitragem e presença de Bolsonaro no Mineirão

AFA questinou ida do presidente Jair Bolsonaro ao gramado

postado em 03/07/2019 18:53 / atualizado em 03/07/2019 19:34

<i>(Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D. A Press)</i>
Em carta de seis páginas enviada ao presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), Alejandro Domínguez, a Associação de Futebol Argentino (AFA) fez duras críticas à arbitragem do equatoriano Roddy Zambrano na derrota da Argentina para o Brasil, por 2 a 0, no Mineirão. O presidente da AFA Claudio Tapia questionou a não utilização do VAR durante a partida e a presença do presidente Jair Bolsonaro, que assistiu ao jogo de um dos camarotes e desceu ao gramado no intervalo.

A imprudência na designação da arbitragem gerou um ambiente evitável antes do encontro, agravado pela presença do presidente do Brasil Jair Bolsonaro no estádio Mineirão, em Belo Horizonte, que não passou despercebido pelos jogadores, líderes e público em geral, já que foram evidentes suas manifestações políticas durante o jogo, não podendo deixar de mencionar que no intervalo ele deu uma verdadeira volta olímpica no estádio”, escreveu Tapia. 

“Os princípios da Fifa e Conmebol de não-interferência e a proibição que se aplica a todos os seus membros por realizar manifestações políticas em um evento esportivo deveriam ter sido notados pela liderança atual”, continua o presidente da AFA. “Não questiono, muito menos, a investida do presidente do Brasil, mas os responsáveis pela organização do evento deviam evitar manifestações políticas durante o evento. Não se esqueça que os jogadores foram sancionados por terem mostrado suas posições políticos durante os jogos de futebol”.

Tapia também criticou o fato de que a segurança do presidente não usou os coletes de identificação exigidos pela Conmebol, “o que gerou um estado de confusão entre os espectadores que poderia ser evitado”, e relembrou algumas críticas que a Copa América vem sofrendo, como o baixo público, a má qualidade de alguns gramados e reclamações de jogadores sobre regurança e hotel. 

Por fim, o presidente da AFA direciona as críticas à escolha de Zambrano, que havia apitado apenas a partida entre Peru e Bolívia,  e ao brasileiro Wilson Seneme, presidente da Comissão de Arbitragem da Conmebol.  “Seneme, como Roddy Zambrano, também não tem antecedentes positivos no exercício de seu cargo, que surge de inumeráveis origens, seja durante a Copa América ou nas diversas competições organizadas pela Conmebol, o que evidencia uma incapacidade de exercer a posição, ou um ato intencional tendendo a direcionar os resultados dos jogos”, critica.

Depois da partida, Lionel Messi reclamou da arbitragem e criticou a entidade sul-americana: “Espero que a Conmebol faça algo, embora creia que não faça nada, porque o Brasil controla tudo, é muito complicado.” 

VARgonha

A atuação de Roddy Zambrano dominou o noticiário da imprensa argentina nesta quarta-feira. “Sin VARgüenzas” (Sem VARgonhas) foi a manchete do diário Olé, criticando o árbitro, que não recorreu ao árbitro de vídeo em “dois pênaltis claros para a Argentina”, escreveu. Os lances reclamados são de Daniel Alves em cima de Agüero e de Arthur contra o zagueiro Otamendi.

O VAR voltou a ser assunto ao longo do dia, depois que o Globoesporte.com publicou matéria afirmando que a comunicação entre VAR e arbitragem teve problemas no Mineirão, por ter a frequência bloqueada pelo rádio da segurança do presidente Jair Bolsonaro.

O COL confirmou que “houve interferência antes do início da partida, resolvida antes de a bola rolar”, mas que “não teve relação com qualquer rádio da presidência ou de outro convidado”, escreveu, em nota, ao Superesportes.





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