Gustavo Nolasco
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DA ARQUIBANCADA

Vem, Felipão, ver meu carnaval

Seremos um mar azul e branco a pintar a Toca da Raposa 3 nesta noite. Milhares a empurrar nosso time. Lutar contra essa vitória do Palmeiras novamente cantada antes da hora pela imprensa do Eixo RJ-SP

postado em 26/09/2018 08:00 / atualizado em 25/09/2018 23:07

Jorge Gontijo e Paulo Filgueiras/EM


Há quem diga...

ser questão de horas a confirmação do Palmeiras na final da Copa do Brasil 2018, seja contra Flamengo ou Corinthians. Afinal de contas, para o Eixo RJ-SP, o Cruzeiro vai dormir de touca frente à supermáquina criada por Felipão, novamente transformado em Deus pela mídia vira-folha. 

O Cruzeiro venceu o mesmo Palmeiras por 1 a 0 há duas semanas, na arena gourmet (desculpem o pleonasmo...), com um verdadeiro show do nosso jeito chato e eficiente Manobol de ser. “E daí?”, responderiam os comentaristas da avenida Paulista e da Barra da Tijuca. 

Há quem diga...

o Cruzeiro perdeu a boca, que no jogo de contra-ataque, fugiu da briga. 

Há quem diga...

que nós quase caímos do galho, pois eles não viram nada quando Edu Dracena deu a translúcida cotovelada no braço do Fábio naquele minuto derradeiro de nossa vitória. Mantiveram essa postura, mesmo depois do próprio árbitro da imbecilidade chamada VAR ter afirmado, que se fosse consultado, daria falta também.

Há quem diga... 

que nós morremos de medo quando o pau quebrou em La Bombonera. Com bocas sedentas de ódio alviverde, vibraram com a canalha expulsão do nosso Dedé “Monte Everest”, pois para eles, interessava alimentar a sede por vingança. Diante do VAR-roubo absurdo em favor dos argentinos, lançaram um “bem feito!”. 

Há quem diga que eu não sei de nada
Que não sou de nada, mas...

em 1996, numa mesma quarta-feira cinza e fria de São Paulo, também teve Palmeiras e Cruzeiro pela final da Copa do Brasil. Com o empate no primeiro jogo, para a então supermáquina alviverde, seria fácil massacrar o clube celeste. Apesar de que vitória só se comemora ao apito final do juiz. Eles estavam se lixando para essa máxima do esporte bretão. 

Do lado de fora, enquanto a partida não começava, um jovem repórter de uma emissora de TV foi ao telefone público ligar para os familiares. Quanta saudade dos tempos dos orelhões, dos textos primorosos daquele repórter, do futebol raiz e dos filhos que deixavam o trabalho para ligar para os pais para dizer um simples “está tudo bem, pai”.

Mas não estava tudo bem. Algo muito estranho chamou a atenção daquele repórter de nome Fernando Rocha e deixou acelerada sua máquina de bombear paixão a partir de cinco estrelas chamada “coração”. Viu caminhões estacionarem; dezenas de homens vestidos de pinguins se enfileirando; caixas e caixas de canapés e garrafas de champanhe descerem para um salão enfeitado com balões verdes e brancos. Bem na sua frente, Fernando viu ser montada a festa antecipada do título do Palmeiras sobre o Cruzeiro, que, para os palmeirenses e o mundo, viria dali a poucas horas.

Minutos depois, Fernando Rocha comentava os gols de Roberto Gaúcho e Marcelo Ramos e a derrocada da supermáquina da Parmalat embebida na soberba paulistana.

Pois bem... o repeteco dessa soberba que estamos experimentando hoje só reforça uma máxima: 'Quando um grão de milho desce pela garganta de um arrogante, ele se transforma numa melancia'. Perder para o Cruzeiro a primeira parte dessa semifinal foi assim para os palmeirenses.

Por isso, seremos um mar azul e branco a pintar a Toca da Raposa 3 nesta noite. Milhares a empurrar nosso time. Lutar contra essa vitória do Palmeiras novamente cantada antes da hora pelos Felipes Melos da vida, pela arrogância do Eixo-RJ-SP e por um Luiz Sete Felipe Um Scolari sedento por pressionar a todos para evitar o que o destino deste clássico já mostrou: se eles são o primeiro Palestra, nós somos o maior Palestra.
 
Eu quero todo mundo nesse carnaval
Eu quero é botar meu bloco na rua
Brincar, botar a soberba do Palmeiras para correr

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20/06/1996 / Juarez Rodrigues/EM



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