O técnico Roger Machado, na corda bamba, se equilibra um pouco mais, e espera que os jogadores machucados deixem o estaleiro e possam ajudar o Atlético e chegar à frente, perto de Corinthians e Grêmio, equipes mais consistentes da competição. Pelo grupo caro e pelos jogadores que tem, o que se espera do Atlético é a disputa pela taça, e não a figuração na tabela.
Se tudo o que o Galo precisava era fazer um gol de cara, conseguiu. A marcação agressiva do alvinegro levou o São Paulo ao erro. Cazares recebeu na entrada da área, ajeitou e fuzilou, fazendo 1 a 0. Era um começo de jogo em que o Galo tomava a iniciativa, postura bem diferente dos últimos jogos. Atuava bem, tocando a bola, virando o jogo, buscando os espaços. Era o dono do jogo, empurrando o São Paulo para trás. O time paulista, muito mal comandado por Rogério Ceni, não criava, marcava mal e não tinha iniciativa.
Mas o Galo estava com seus volantes muito avançados. E num desses avanços, Pratto foi lançado nas costas deles, e quase marcou. Na jogada seguinte, Marcinho entortou Fábio Santos e cruzou. Pratto chutou de primeira, para fora. O São Paulo começava a chegar. Mas o Galo mantinha sua postura de realmente querer vencer. Teve uma boa oportunidade com Elias, que Lucão chegou e espanou para escanteio. O árbitro, erroneamente, deu tiro de meta. Numa bobeira da zaga são-paulina, Robinho deixou Rafael Moura na cara do gol. Ele atrasou para Renan Ribeiro, perdendo ótima chance. E no finzinho, Cazares, pela direita, fez boa jogada e cruzou para Robinho fuzilar nas costas de Lucão. O Galo foi para o vestiário com a vantagem merecida, pois foi mais time e teve as melhores oportunidades.
Toda a vantagem, no entanto, foi jogada fora com menos de um minuto do segundo tempo. Jogada pela esquerda, Alex Silva não marcou, a bola chegou a Marcinho, que tocou para o fundo do gol: 1 a 1. E o São Paulo foi criando uma chance atrás da outra. Numa delas, Pratto cabeceou, Victor já estava batido, mas a bola foi para fora. O jogo era lá e cá. Rafael Moura recebeu na área, driblou o zagueiro e foi derrubado. Pênalti claro que o árbitro ignorou, e ainda deu amarelo para Rafael Carioca, por reclamação.
No lance seguinte, Pratto perdeu outra chance incrível, de cabeça. Era outro jogo, com as duas equipes buscando o gol. Sem dúvida, o São Paulo melhorou muito. Mas o Galo não se entregou e na bola aérea ameaçava. Cícero cabeceou contra o próprio gol e Renan Ribeiro foi obrigado a fazer grande defesa. Numa falha da defesa paulista, Lucão rebateu mal, a bola sobrou para Rafael Moura, que mandou para o gol. 2 a 1. Daí em diante, o Galo tratou de se fechar, para evitar jogadas agudas do São Paulo. E conseguiu seu objetivo, levando três preciosos pontos para BH, onde na quarta-feira vai enfrentar o Sport, no Independência, para confirmar que está no campeonato para disputar o título, e não apenas para figurar, como tem feito até aqui.