Acho, porém, uma covardia o que estão fazendo com Daniel Nepomuceno. Um dirigente ético, correto, apaixonado, que esteve como vice do maior presidente da história do clube, Alexandre Kalil, e participou das conquistas recentes. Claro que ele erra. Quem não erra? Acho que deveria ouvir um pouco mais seus colaboradores, e se aconselhar com Kalil. Quando contratou Robinho – disputando com Santos e outros clubes –, Fred e Elias, foi aplaudido por todos. Errou quando buscou o fracassado Marlone – eu avisei que ele não jogou no Vasco, Fluminense, Cruzeiro e Corinthians, e que não jogaria também no Galo –, Rafael Moura, que não diz a que veio, e quando manteve ex-jogadores em atividade. O Atlético, repito, não é instituição de caridade. Jogador e clube têm um compromisso. O cara ficar 10 partidas de fora e jogar uma é prejuízo na certa. O Atlético era apontado por todos como um dos grupos mais fortes do país e hoje caiu em descrédito.
Vários jogadores não rendem o esperado, isso é fato. O trabalho, então, fica comprometido. Restou a Libertadores, e dia 9 o Atlético joga a sua vida no ano, contra o Jorge Wilstermann. Com todos os problemas, acredito em goleada do alvinegro, tamanha a fragilidade do time boliviano. E que essa possível goleada não iluda o torcedor, pois, na hora em que encarar um adversário mais qualificado, terá problemas. A não ser que Fred, Elias, Robinho, Marcos Rocha e Fábio Santos joguem mais do que estão jogando. Recuperem o futebol que todos conhecemos. Com esse futebol pobre, sem imaginação, não irão a lugar algum. E estou cobrando desses três, Robinho, Fred e Elias, porque foram eles as cerejas do bolo de uma companhia. Claro que o futebol é conjunto, é um todo, mas os que ganham mais são considerados acima da média, têm que comandar a companhia e, até aqui, os três não comandaram nada.
Claro que em toda crise existem os aproveitadores, e não há hora melhor para eles colocarem a cabeça de fora e tentar tumultuar o ambiente. Nepomuceno sabe disso. E olha que ele está em vias de conseguir o maior sonho do alvinegro, que é ter seu próprio estádio. Conforme publiquei, com exclusividade na Bomba de sábado, a coisa caminha a passos largos para ser concretizada. Porém, o futebol vai mal, e isso tira o foco do gigantismo da obra alvinegra. Meu caro Daniel, trabalho no futebol há 34 anos e vivo nele há 51. É sempre assim. Nas horas boas, tapinhas nas costas e os “amigos” de ocasião. Na hora ruim, poucos vão te apoiar. Tem gente que fica como abutre na carniça. Essa fase vai passar. Os jogadores precisam colaborar, fazer a parte deles, e tudo se resolverá. O Galo não é pior do que as melhores equipes do país. Tenha meu apoio e minha admiração. Reveja seus erros para não errar mais. Veja seu acertos e acerte ainda mais. É assim que um grande dirigente e um grande clube saem de uma crise momentânea.