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COLUNA DO JAECI

Goleada, classificação e bom futebol

Jogadores que não rendiam com Oswaldo de Oliveira estão se destacando com Thiago Larghi, que vai ganhando a confiança do grupo

postado em 22/02/2018 09:02 / atualizado em 22/02/2018 09:07

BRUNO CANTINI / ATLÉTICO

O Atlético fez mais uma bela apresentação, goleou o Botafogo-PB por 4 a 0 e garantiu vaga na próxima fase da Copa do Brasil, quando vai enfrentar o Figueirense. Daqui para a frente, a decisão será em dois jogos, e o Galo vai fazer a partida de volta em sua casa. O time ainda não é o esperado, mas que houve uma melhora significativa, não há dúvida. Jogadores que não rendiam com Oswaldo de Oliveira estão se destacando com Thiago Larghi, que vai ganhando a confiança do grupo e se firmando no comando da equipe. Róger Guedes e Otero foram os melhores em campo. Jogaram muita bola e foram os principais responsáveis pela grande vitória.

O primeiro tempo estava muito morno, com poucas jogadas expressivas e os goleiros praticamente sem trabalhar. Mas, aos 26 minutos, após um erro da defesa do Botafogo, Ricardo Oliveira roubou a bola, ganhou dos zagueiros e tocou para Otero na esquerda. Ele foi ao fundo e cruzou com perfeição para Róger Guedes cabecear como manda o figurino, pegando o goleiro no contrapé: Galo 1 a 0. O Atlético não fazia a partida dos sonhos, mas estava organizado, cada um cumprindo sua função com qualidade. Patric, pela direita, estava muito tímido. Talvez preocupado apenas em marcar e não dar espaços pelo seu setor. O Botafogo atacava pelo lado de Fábio Santos, mas Adílson fazia boa cobertura por ali. Quantas vezes eu sugeri que o Galo jogasse com um bom volante na cabeça da área, dando proteção aos zagueiros... Oswaldo de Oliveira não me ouviu, mas o técnico interino, Thiago Larghi, escutou, pôs Adílson e o time é outro. E com a entrada de Adílson, ele liberou mais Róger Guedes, Erik e Ricardo Oliveira. O time ficou mais ofensivo, com Otero sendo o homem da criação. E ele está correspondendo. Eu o considero apenas um bom chutador de bola. Mas confesso que tanto no clássico contra o América quanto ontem ele procurou as jogadas, criou, deu velocidade e achou os companheiros bem colocados. Exatamente como deve fazer um homem responsável pela criação de jogadas. Erik não esteve muito bem. Faltava-lhe mais confiança e um pouco mais de qualidade. Ricardo Oliveira arriscou um chute de fora da área, mas a bola passou perto. Foi o que de melhor o Atlético produziu, além do gol de Róger Guedes. Porém, o goleiro Victor não levou nenhum susto. O máximo que o Botafogo-PB fez foi alçar bolas na área. Ontem, porém, a defesa alvinegra estava segura.


Visão do técnico
Percebendo que Erik não estava produzindo o desejado, o técnico Thiago Larghi permitiu que ele voltasse para o segundo tempo, mas resolveu tirá-lo aos 12 minutos, pondo Cazares. A estrela do técnico brilhou, e a do equatoriano ainda mais, quando ele marcou um golaço. A jogada começou com Róger Guedes pela esquerda, que arrancou e tocou para Otero. Este virou para Elias, que viu Cazares entrando na área. Tocou-lhe a bola e este driblou o goleiro, o zagueiro e fez um gol de placa: 2 a 0. A partir daí, o Atlético ficou um pouco mais tranquilo, mas sempre buscando o terceiro gol para matar o jogo e garantir de vez a vaga para enfrentar o Figueirense na próxima fase.

O gol da tranquilidade veio em seguida. Róger Guedes puxou mais uma jogada pela esquerda, tocou para Otero, que esperou a entrada de Ricardo Oliveira. O artilheiro só teve o trabalho de tocar por baixo do goleiro e fazer 3 a 0. Róger Guedes era o nome do jogo, fazendo uma partida memorável. Otero também desequilibrou. Róger Guedes foi substituído por Luan. Saiu aplaudido, pela excelente partida que fez. Se o Galo ainda não é o que o torcedor sonha, está no caminho certo, pois, como digo, no Brasil a distância de um time bem armado para um em formação é muito pequena.

O Botafogo, levando a goleada, teve que se abrir ainda mais, pois tinha de tentar de forma desesperada o empate, o que era improvável. O Galo passou então a explorar apenas os contra-ataques. E fechou a tampa do caixão numa jogada em que Luan tocou para Cazares, que tocou para Otero, que devolveu para Luan tocar para o fundo do gol: 4 a 0, alegria alvinegra e a certeza da classificação, com bom futebol e muita qualidade. É bem verdade que o Botafogo-PB não é uma equipe de ponta como o Galo, mas o importante é perceber que o Atlético achou um Norte com o técnico interino. Como escrevi na Bomba do Jaeci, sábado, o presidente Sérgio Sette Câmara não tem pressa em efetivar Thiago ou buscar outro técnico. Ele vai observar os jogos no Mineiro, na Copa do Brasil e, se tudo caminhar bem, vai mantendo o jovem e competente treinador. Que venha o Figueirense. Esse novo Atlético tem cacife para se bancar na Copa do Brasil.

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