Fábio defende três pênaltis e põe o Cruzeiro na semifinal

O Cruzeiro está na semifinal da Copa do Brasil graças ao goleiro Fábio, que defendeu as três cobranças de penalidades do Santos. No tempo normal foi 2 a 1 para o Santos, gols de Gabriel e Bruno Henrique, contra um de Thiago Neves. Cruzeiro e Santos fizeram um primeiro tempo espetacular. E o time azul mostrou logo seu cartão de visitas ao fazer 1 a 0, com Thiago Neves, que ontem jogou muito. Além do gol, criou situações e quase marcou outro do mesmo jeito. De Arrascaeta mandou uma bola na trave, e o Cruzeiro, depois de levar um pequeno sufoco do Santos, era soberano. Bem postado na defesa, uma característica do técnico, Mano Menezes, não dava chance aos atacantes santistas. O jogo estava dominado, mas o Santos não estava morto. E no fim do primeiro tempo, Gabriel recebeu na intermediária, ajeitou e chutou cruzado. A bola entrou no cantinho. Fábio se esticou todo, mas não havia chance de defesa: 1 a 1, pondo fogo na partida, com promessa de um segundo tempo ainda mais movimentado. Confesso que foi um dos melhores jogos que vi nesta temporada no Brasil. Poucas faltas, muita qualidade e objetividade.

No segundo tempo o jogo manteve o mesmo ritmo. O Cruzeiro, mais cauteloso, explorando os contra-ataques com grandes jogadas. Dedé cabeceou na trave. Edílson tirou do goleiro Vanderlei, mas o zagueiro cortou em cima da linha. O árbitro chegou a consultar o VAR (árbitro de vídeo). O Cruzeiro queria definir o resultado, mas a bola não queria entrar. O Santos não conseguia chegar. O Cruzeiro marcava bem. O tempo foi passando. O Santos percebendo a necessidade de pelo menos um gol para levar a decisão para as penalidades. O Cruzeiro querendo o segundo gol para garantir a vaga, embora o empate já fosse o bastante. E quem não faz leva. E a virada veio num cruzamento da direita. Bruno Henrique subiu sozinho e fez Santos 2 a 1. A bola pune! A vitória levou a decisão para as penalidades, já que no jogo de ida o Cruzeiro venceu por 1 a 0, e a Copa do Brasil não tem mais o gol qualificado.

E na decisão por pênaltis o Cruzeiro venceu por 3 a 0, pois Fábio pegou as três penalidades batidas pelos santistas. Cruzeiro na semifinal da Copa do Brasil mais uma vez. Que venha Palmeiras ou Bahia.

Começamos a evoluir ao copiar o que de melhor ocorre na Europa. A partir de 2019 as finais das copas Sul-Americana e Libertadores serão disputadas em jogo único numa sede pré-definida. A decisão da Sul-Americana será em Lima. A da Libertadores, no Estádio Nacional, em Santiago do Chile. Um grande avanço. Neste ano ainda teremos a final em duas casas, coisa ultrapassada e sem propósito. Copiando a final da Champions League e da Europa League, damos um grande passo rumo à modernização. Precisamos evoluir no calendário, no aspecto técnico, em arbitragem. Temos muita coisa errada por essas bandas. Porém, aos poucos, vamos copiando o que tem dado certo. O próximo passo que a Conmebol deveria tomar é com relação ao calendário. Deveríamos começar a temporada em agosto e terminá-la em maio. Seria muito melhor para todos os clubes e atletas. 

Outra coisa que precisamos fazer é não permitir essa demissão de técnicos a cada rodada do Brasileirão. É preciso criar um dispositivo para que um treinador demitido ou que pediu demissão não possa trabalhar em outro clube da mesma série. Com certeza os clubes seriam mais profissionais, trabalhariam com planejamento e com orçamento adequados. O que vemos hoje é uma bagunça. O Santos, por exemplo, está pagando salários a quatro treinadores, um descalabro. A falta de organização e um planejamento pífio, se é que houve, levaram o clube peixeiro a essa situação. É bem verdade que os técnicos de verdade são poucos. Não vejo muita gente em condições de assumir equipes por essas bandas. Talvez não tenhamos cinco treinadores de alto nível no país. Eu apontaria Cuca, Renato Gaúcho, Abel Braga (que não está trabalhando), Vanderlei Luxemburgo (sem clube), e Mano Menezes, mesmo assim, com restrições ao fato de ele ser muito defensivo e isso a mim não agrada. Dos jovens eu destacaria Zé Ricardo, Jair Ventura e Thiago Larghi. No mais, é tudo do mesmo. O Palmeiras pode até ser campeão no mata-mata com Felipão. Mas é um técnico completamente ultrapassado, retrógrado e arrogante.