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COLUNA DO JAECI

Dedé e Paquetá roem o osso. No filé, Tite chama outros

'Tite desfalca os times na hora de decisão para jogos sem importância'

postado em 19/08/2018 12:00 / atualizado em 19/08/2018 09:21

Leandro Couri/EM/D.A Press
Se eu fosse os presidentes de Cruzeiro e Flamengo, vetaria as idas de Dedé (foto) e Paquetá para a Seleção Brasileira. Acho um absurdo um técnico não ter a sensibilidade de entender que vai estragar os jogos de ida da semifinal da Copa do Brasil entre Corinthians e Flamengo e Cruzeiro e Palmeiras, em 12 de setembro – um dia após o amistoso contra El Salvador, em Washington, e quatro dias depois de Estados Unidos x Brasil, em Nova Jersey. Quanto a Fagner, do Timão, pode ir com Deus. É tão fraco que não fará falta ao time paulista.

Tite e Edu não têm jeito mesmo. Deveriam ter levado Dedé e Paquetá ao Mundial da Rússia. Ambos estavam jogando muito, mas ele optou por seus chegados. É um grave erro. Nessas horas, faz falta um dirigente do nível do prefeito Alexandre Kalil. Imediatamente, ele daria uma entrevista dizendo que seu time não iria ceder o jogador e pronto. Lembro-me de uma época em que Eurico Miranda e outros dirigentes tiravam jogador de dentro do avião. Eles se lixavam para a Seleção, queriam as vitórias de seus times. Por mais que haja uma operação de guerra, com fretamento de jatos para que os jogadores cheguem a tempo, é um erro a convocação deles neste momento. Como muito bem colocou um seguidor do meu Instagram jaecicarvalhooficial, Tite desfalca os times na hora de decisão para jogos sem importância. Na hora que vale, do filé, do Mundial, se esquece deles e leva sua corja.

Confesso que na primeira vez em que encontrei Tite, num jogo em Natal, Brasil x Bolívia, disse a ele que torcia para que se desse bem, pois ele olhava nos olhos e me parecia muito sincero. Cheguei a pedir ao presidente da CBF, há um ano e meio, em almoço na entidade com o comentarista e ex-jogador Edmundo, que mantivesse Tite mesmo que ele fosse mal na Copa, o que de fato ocorreu. Porém, Tite mudou. Deu entrevista exclusiva ao JN, quando ele e seu assessor disseram que depois de março ele não daria mais exclusiva; fechou treinos na Copa e permitiu que familiares de jogadores transitassem e ocupassem o hotel da delegação.

Nos jogos, foi aquele sufoco. Uma vitória difícil contra a Suíça, outra contra a Costa Rica nos acréscimos, e diante da Sérvia. Contra o México, levamos sufoco em 20 minutos até nos impor. Já contra os belgas, foi o que vimos. O time de Lukaku teve caixa para meter quatro no primeiro tempo, mas fez apenas dois. Como levou apenas um, no segundo tempo, eliminou o Brasil. Tite não fez nada diferente do que Parreira, em 2006, Dunga, em 2010, e Felipão, em 2014. Aliás, Felipão tomou de 7 a 1 da Alemanha e de 3 a 0 da Holanda, mas ficou em quarto lugar. Tite ficou em sexto.

Que saudades de Telê Santana, Carlos Alberto Silva, Luxemburgo, Parreira, Leão e outros que dirigiram o time canarinho. Com eles não havia treinos fechados. A gente assistia, tirava as conclusões e passava para o leitor/telespectador/ouvinte. Com Tite é tudo fechado, escondido. Se o futebol ainda fosse de primeira, seria justificável. Mas não foi o que vimos na Copa. Vimos um time abaixo da crítica.

É duro ver o treinador insistir com Thiago Silva, Renato Augusto e outros fracassados. Alisson é um goleiro bem comum. E o que dizer de Hugo, goleiro de 20 anos, do Flamengo? Meus seguidores dizem que só pode ser coisa de empresário. Como não posso provar, prefiro não entrar nesta seara. O torcedor, porém, tem o direito de tirar conclusões. Achei engraçado Edu Gaspar, coordenador da Seleção, dizer que os repórteres poderiam perguntar o que quisessem. A maioria é puxa-saco do Tite, não o questiona como deveria. A mim não engana mais. Serei seu mais duro crítico, sempre ao treinador, jamais à pessoa, pois não tenho o menor interesse em conviver com ele pessoalmente.

Não tenham dúvida de que se o Brasil ganhar a Copa América, o que não será difícil, e conseguir a classificação, como nas últimas eliminatórias, a turma “baba-ovo” vai dizer que Tite é fenomenal, o melhor, o gênio. Aí, na Copa do Catar, toma outra lenhada e os mesmos que aplaudiram nas competições fracas vão meter o pau. Essa incoerência acaba com o futebol brasileiro.

Há tempos, escrevo, falo na TV e no meu blog que Fernandinho, Paulinho, Thiago Silva, Marcelo e Daniel Alves não são jogadores de Seleção. Podem ser campeoníssimos em seus clubes, mas no time canarinho são fraquíssimos. Contra fatos não há argumentos. Peguem o histórico deles na Seleção e verão. Quanto a Neymar, convocado, agora não tenho dúvidas de que vai se comportar como um gentleman e não vai cair, nem quando tomar uma porrada.

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