
Em 2013, estive em Mônaco, convidado pelo amigo-irmão Galvão Bueno. Lá, conheci Nicolas Todt, filho do todo-poderoso Jean Todt, que comandou a Ferrari. Bati um papo com ele, pois Serginho já estava na sua equipe. Naquela oportunidade, Nicolas me dizia que Serginho tinha um potencial incrível e que não tardaria a chegar à F-1. Hoje, aos 20 anos, realiza o primeiro sonho, o de ser piloto de testes, de ajudar nos projetos da equipe, de estar integrado ao circo da F-1. Não tenho dúvidas de que em breve estará guiando em Mônaco, Monza, Abu-Dahbi, Cingapura e outras pistas do circuito mundial, como piloto número 1 ou 2 da equipe inglesa. A porta não está aberta e, sim, escancarada para que Serginho se torne aquilo que sempre tivemos certeza de que se tornaria: um piloto de ponta da Fórmula 1. Claro que o caminho ainda é árduo e difícil, mas sua determinação e perseverança não deixam dúvidas de que vai atingir o objetivo.
O começo não foi fácil. Brinco com seu pai, Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético e advogado dos mais conceituados do país, sua mãe, Cintia, minha madrinha de casamento, e sua irmã, Helena, que trabalha na ONU, e também é uma menina muito bem preparada, que o começo foi com o “paitrocínio”, pois quem bancava o jovem no kart era a família. Depois que ele começou a mostrar talento, os patrocinadores vieram aos poucos e hoje, na F-2, ele consegue se manter. Uma conquista e tanto, que serve de exemplo para os jovens. Ter determinação, vontade e perseverança transformam o sonho em realidade. Serginho jamais deixou de sonhar, jamais pensou em desistir e hoje vê a recompensa de todo o seu esforço e trabalho. Chegar à F-1 é para poucos e um caminho muito árduo e difícil. Serginho é mineiro e transforma-se na nossa maior esperança de termos alegrias aos domingos pela manhã. Foi assim com Emerson Fittipaldi, o saudoso José Carlos Pace, com Nelson Piquet e com Ayrton Senna. Não temos de comparar os pilotos e, sim, enaltecê-los pelas conquistas. Rubinho Barrichello e Felipe Massa também fazem parte desse time vencedor que chegou à F-1, com conquistas importantes. Não é fácil vencer um Grande Prêmio. Ali só tem ás do volante. Gente que corre sem medo, que mete o pé no acelerador nas curvas e retas, sem receio de errar.
Espero que aqueles que não deram a ele a devida importância e que duvidaram de sua capacidade reconheçam nele agora um grande piloto e ajudem a divulgar sua imagem. O Brasil está sem piloto na Fórmula 1 e isso é muito ruim para a imagem do esporte e para o nosso país. Sérgio é a nossa grande esperança de acelerar pelos circuitos do mundo em busca de vitórias, pódios e títulos. Não tenho a menor dúvida de que vai brigar na ponta entre os melhores e, quem sabe, fazer uma história tão vencedora quanto a de Fangio, Schumacher, Hamilton e tantos outros que passaram ou estão na categoria. Sérgio Sette Câmara é uma realidade na F-1, um piloto pronto para aprender mais, se dedicar mais e chegar aos circuitos muito bem preparado. Estudioso que é, não vai perder um segundo de aprendizado, para quando for escolhido piloto número 1 ou número 2 de uma equipe estar preparado para vencer, para honrar o nome do Brasil. Fico muito feliz por vê-lo nessa condição. Uma criança que tinha um sonho, numa cidade que nem pista de automobilismo tem, e que hoje transforma esse sonho em realidade. “Os sonhos não envelhecem”, já diz a música do grande Lô Borges. Obrigado, Serginho. Você é um orgulho para todos nós. Acelera, meu garoto! As pistas do mundo estão à sua espera. O Brasil precisa de você no lugar mais alto do pódio.