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Sem Phelps e Bolt em Tóquio, veja candidatos a protagonistas da Olimpíada

Em 2016, o Rio testemunhou os últimos atos da dupla. Agora, Tóquio verá outras estrelas - outrora ofuscadas por Phelps e Bolt - brilharem com mais intensidade

17/07/2021 04:00 / atualizado em 16/07/2021 23:22
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foto: Quinho
Nas duas últimas décadas, o esporte olímpico mundial viu o surgimento, a ascensão e o apogeu de duas lendas. A cada quatro anos, o nadador estadunidense Michael Phelps e o corredor jamaicano Usain Bolt atraíam para si olhares perplexos provocados pelo carisma, as habilidades atléticas e os consecutivos feitos históricos registrados nas piscinas e nas pistas. Mas essa Era acabou. Em 2016, o Rio de Janeiro teve o privilégio de testemunhar os últimos atos da dupla. Agora, Tóquio verá outras estrelas - outrora ofuscadas por Phelps e Bolt - brilharem com maior intensidade.

E as mais fortes luzes no Japão devem ser femininas. O Comitê Olímpico Internacional (COI) modificou regras dos Jogos para aumentar o equilíbrio de gênero nas modalidades. Dos mais de 11 mil competidores em 2021, 48,8% são mulheres - ainda minoria em relação aos homens, mas em percentual recorde em relação às edições anteriores do maior evento esportivo do planeta. A promessa dos organizadores é que a igualdade total - ao menos na quantidade de participantes - seja alcançada em 2024, quando Paris sediará as disputas.

Nomes como os das estadunidenses Simone Biles (ginástica artística), Katie Ledecky (natação), Sue Bird e Diana Taurasi (ambas do basquete), a jamaicana Shelly Ann-Fraser (atletismo), a japonesa Naomi Osaka (tênis) e a russa Svetlana Romashina (nado artístico) são candidatas ao protagonismo em terras nipônicas. A elas, soma-se a rainha Marta, jogadora histórica do futebol brasileiro e duas vezes vice-campeã olímpica (em Atenas, 2004, e Pequim, 2008).

Entre os homens, o nadador estadunidense Caeleb Dressel desponta como o provável destaque. Aos 24 anos, já conquistou impressionantes 13 títulos mundiais e dois ouros olímpicos no Rio de Janeiro. Em Tóquio, é favorito em seis provas e pode deixar a competição como o grande vencedor entre todas as modalidades. O lendário judoca francês Teddy Riner, o maratonista queniano Eliud Kipchoge e o ginasta japonês Kohei Uchimura são outros prontos para brilhar na Terra do Sol Nascente, que vai sentir a ausência de uma estrela: o tenista suíço Roger Federer.

Simone Biles


Simone Biles
foto: Carmen Mandato/Getty Images/AFP

Simone Biles



Simone Biles impressionou o mundo com apresentações impecáveis na Arena Olímpica do Rio de Janeiro, que lhe garantiram quatro ouros e um bronze há cinco anos. Agora, no auge da forma física e da performance atlética, tem elaborado novos - e cada vez mais complexos e desafiadores - movimentos, anteriormente inimagináveis mesmo entre competidoras de altíssimo nível. Tamanha genialidade tem até causado rusgas com os árbitros: a atleta crê que as séries que tem apresentado não são devidamente pontuadas. Aos 24 anos, tem tudo para ser a grande protagonista dos Jogos de Tóquio.

Shelly-Ann Fraser


Shelly-Ann Fraser
foto: AFP / KARIM JAAFAR

Shelly-Ann Fraser



A tradição jamaicana no atletismo será carregada, no Japão, por Shelly-Ann Fraser. Aos 34 anos, ela já se tornou uma lenda olímpica, com seis medalhas ganhas (duas de ouro, três de prata e uma de bronze). Conquistou, ainda, 11 pódios em campeonatos mundiais. E quer mais. A pouco mais de um mês dos Jogos, concluiu os 100m rasos em impressionantes 10s63 - tempo mais rápido dos últimos 32 anos. Vai à Olimpíada mais uma vez como protagonista.

Caeleb Dressel


Caeleb Dressel
foto: Maddie Meyer/Getty Images/AFP

Caeleb Dressel



O atleta de 24 anos carrega consigo o status - e o peso - de poder se tornar o maior nome da natação masculina estadunidense pós-Michael Phelps. Bicampeão olímpico no Rio de Janeiro (nos 400m livres e nos 400m medley), Dressel almeja conquistar até sete ouros em Tóquio. E tem totais condições para isso. Se conseguir o feito, chegaria perto das históricas oito medalhas douradas que seu antecessor conseguiu em 2008.

Marta


Marta
foto: Alex Menendez/ Getty Images/AFP

Marta



Não é nenhum exagero colocar Marta ao lado desses outros ícones olímpicos. Pelo contrário. A camisa 10 da Seleção Brasileira Feminina de Futebol possui duas medalhas de prata. Mais do que isso, consagrou-se como a maior jogadora de todos os tempos, empilhou conquistas individuais e cumpre um decisivo papel na luta por igualdade de gênero, um dos pilares desta edição dos Jogos. Comandada pela técnica Pia Sundhage, a meia de 35 anos é a grande estrela de uma equipe que não chega a Tóquio como favorita, mas que pode, sim, surpreender.

Katie Ledecky


Katie Ledecky
foto: Al Bello/Getty Images/AFP

Katie Ledecky



Com apenas 15 anos, Katie Ledecky gerou reações espantadas de quem não a conhecia: cravou o segundo melhor tempo da história dos 800m livres para assegurar o ouro olímpico nos Jogos de Londres, em 2012. No Rio de Janeiro, mais conhecida, dividiu holofotes com Phelps ao conquistar cinco pódios para a natação estadunidense (quatro como primeira colocada e um na segunda posição). Tóquio verá a multicampeã mundial com a mesma expectativa que a capital fluminense viu na edição anterior. Tem tudo para brilhar novamente nas provas mais longas.

Naomi Osaka


Naomi Osaka
foto: AFP / MARTIN BUREAU

Naomi Osaka



Naomi Osaka não é "apenas" uma das grandes tenistas dos últimos tempos. Atleta mais bem paga do mundo, a japonesa de 23 anos é um fenômeno dentro e fora das quadras. Ela é bicampeã do Australian Open, atual número 2 do mundo no ranking da WTA e cumpre um papel extremamente significativo na luta antirracista. Durante o US Open de 2020, por exemplo, usou máscaras de prevenção contra o coronavírus com nomes de vítimas da violência policial nos Estados Unidos, como George Floyd, Elijah McClain e Breonna Taylor.


Teddy Riner


Teddy Riner
foto: AFP / Jack GUEZ

Teddy Riner



Em Tóquio, o judô deve atrair ainda mais atenção do que em edições anteriores dos Jogos. Afinal, o esporte é um dos favoritos dos moradores do país-sede. E a grande estrela da modalidade é o francês Teddy Riner. O judoca de 32 anos é quase imparável. Bicampeão olímpico em 2012 e 2016 e bronze em 2008, ele soma impressionantes dez títulos mundiais e chegou a ficar dez anos - isso mesmo! - sem perder uma luta sequer. A sequência de 154 combates de invencibilidade foi interrompida em 2020, mas o lendário esportista continua em grande forma.

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