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Brasil bate recorde de pódios e alcança melhor lugar no quadro de medalhas

País termina Jogos Olímpicos de Tóquio com sete ouros, seis pratas e oito bronzes

08/08/2021 23:41 / atualizado em 08/08/2021 23:51
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Maratonista aquática Ana Marcela Cunha foi um dos destaques do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio
foto: Oli Scarff/AFP

Maratonista aquática Ana Marcela Cunha foi um dos destaques do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Os atípicos Jogos Olímpicos de Tóquio, realizados em meio à pandemia de COVID-19, terminaram com resultados históricos para o Brasil. No Japão, o país bateu o recorde de pódios conquistados e alcançou o melhor lugar no quadro de medalhas entre todas as edições de Olimpíada na Era Moderna, iniciada em 1896.

Fotos: todas as medalhas do Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Ao longo dos dias de disputa, atletas do Time Brasil foram ao pódio 21 vezes no Japão - duas a mais do que nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Atletas brasileiros conquistaram sete medalhas de ouro (igualando o recorde de cinco anos atrás), seis de prata e oito de bronze - veja a lista completa de vencedores no quadro.

"Conseguimos o maior número de medalhas, subimos na classificação, realizamos o feito que até então a Grã-Bretanha tinha feito de fazer uma Olimpíada em casa e na seguinte superar o desempenho. A meta foi cumprida. O sarrafo subiu, mas o propósito é manter o objetivo", projetou o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Paulo Wanderley.

O Brasil ficou à frente de países que, historicamente, têm mais tradição esportiva, como Cuba, Hungria e Coreia do Sul. O Canadá terminou como 11º colocado por ter apenas três medalhas de bronze a mais. É um sinal de evolução, impulsionado por grandes desempenhos no boxe e no skate (ambos com três pódios). Por outro lado, times de modalidades tradicionais, como vôlei (com só uma medalha) e basquete (que nem foi aos Jogos), terão de passar por processos de renovação.
 

Fotos da Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de Tóquio

 

Premiação 


No mar de Tóquio, soprou um vento a favor do Brasil. Dos sete ouros, quatro foram conquistados na água: Isaquias Queiroz, na canoagem, Ítalo Ferreira, no surfe, Martina Grael e Kahena Kunze, na vela, e Ana Marcela Cunha, na maratona aquática. A ginasta Rebeca Andrade, o pugilista Hebert Conceição e o time de futebol masculino também foram campeões olímpicos.

Entre ouros, pratas e bronzes, foram conquistadas medalhas em 13 modalidades - maior variedade da história olímpica brasileira. "Fuso, clima, alimentação. A gente entendeu que era importante montar as bases para que os atletas se preparassem adequadamente", completou Laporta ao falar sobre os motivos dos resultados expressivos do outro lado do mundo.

Delegação brasileira e dos demais países na Cerimônia de Encerramento

As conquistas representaram também um alívio financeiro para muitos atletas medalhistas. O COB calcula ter premiado quem subiu no pódio com R$ 4.650.000,00. Ganhar o ouro, por exemplo, rendeu de R$ 250 mil a R$ 750 mil, a depender se a modalidade é individual ou coletiva. É um incentivo para melhorar o rendimento e bater novos recordes em Paris, em 2024.

Premiação aos medalhistas brasileiros


Modalidades individuais: R$ 250 mil (ouro), R$ 150 mil (prata) e R$ 100 mil (bronze)

Modalidades com equipes de até seis atletas: R$ 500 mil (ouro), R$ 300 mil (prata) e R$ 200 mil (bronze)

Modalidades coletivas: R$ 750 mil (ouro), R$ 450 mil (prata) e R$ 300 mil (bronze)

Pandemia

 
Os vitoriosos Jogos Olímpicos de Tóquio para o Brasil foram um dos mais controversos da história. Realizado em meio ao avanço da pandemia de COVID-19 no Japão, enfrentou sérias críticas da população local. Nesse cenário, os organizadores e o governo japonês listaram 70 páginas de regras no "Playbook", espécie de guia de comportamento para evitar a propagação do vírus.

Mesmo assim, a COVID-19 fez parte dos Jogos Olímpicos. Ao longo das três semanas de competições, foram 436 casos positivos de coronavírus - 286 residentes no Japão e 150 estrangeiros. Do total de contaminados, 33 são atletas atletas. Nenhum brasileiro está na lista.

"Nosso protocolo também segue com monitoramento por 14 dias depois de as pessoas voltarem ao Brasil. Não ter tido casos de COVID-19 entre brasileiros foi nossa maior conquista", declarou Beatriz Perondi, integrante da comissão médica do COB no Japão.

Medalhas do Brasil em Tóquio


Ouros

Rebeca Andrade (ginástica artística)

Ana Marcela Cunha (maratona aquática)

Martine Grael/Kahena Kunze (vela)

Italo Ferreira (surfe)

Futebol masculino

Hebert Conceição (boxe)

Isaquias Queiroz (canoagem)

Pratas

Rebeca Andrade (ginástica artística)

Pedro Barros (skate)

Kelvin Hoefler (skate)

Rayssa Leal (skate)

Beatriz Ferreira (boxe)

Vôlei feminino

Bronzes

Abner Teixeira (boxe)

Alison Santos (400m com barreiras do atletismo)

Thiago Braz (salto com vara)

Daniel Cargnin (judô)

Mayra Aguiar (judô)

Fernando Scheffer (200m livre da natação)

Bruno Fratus (50m livre da natação)

Laura Pigossi/Luisa Stefani (tênis)

Grandes marcas dos Jogos Olímpicos de Tóquio


1) A nadadora australiana Emma McKeon ganhou sete medalhas (quatro ouros e três bronzes), pelo menos duas a mais do que qualquer outro atleta, e se tornou a segunda atleta olímpica com pelo menos esse número de pódios numa mesma Olimpíada (a primeira foi a ginasta soviética Maria Gorokhovskaya, com dois ouros e cinco pratas);

2) O nadador estadunidense Caeleb Dressel foi o recordista em medalhas de ouro (cinco);

3) A estadunidense Allyson Felix ganhou duas medalhas em Tóquio e chegou a 11 no total - segunda maior marca do atletismo, atrás apenas do finlandês Paavo Nurmi (12);

4) A alemã Isabell Werth, do hipismo, se tornou a terceira pessoa a conquistar o ouro em seis edições diferentes dos Jogos Olímpicos, após a canoísta alemã Birgit Fischer e o esgrimista húngaro Aladar Gerevich;

5) Além do Brasil, países como Japão (58), Itália (40), Holanda (36), Nova Zelândia (20), Turquia (13) e Taipei Chinesa (12) registraram número recorde de medalhas conquistada numa mesma edição dos Jogos;

6) Dos 206 comitês olímpicos representados no Japão, 94 subiram ao pódio - novo recorde, superando os 87 de Pequim (2008);

7) Turcomenistão (prata com Polina Guryeva no levantamento de peso), San Marino (bronze com Alessandra Perilli no tiro) e Burkina Fasso (bronze com Hugues Fabrice Zango no atletismo) conquistaram uma medalha olímpica pela primeira vez;

8) Com população de aproximadamente 63 mil pessoas, Bermuda se tornou o menor país a conquistar um ouro olímpico (com a triatleta Flora Duffy);

9) Os judocas japoneses Hifumi Abe e Uta Abe se tornaram os primeiros irmão e irmã a ganhar o ouro na mesma edição dos Jogos Olímpicos, quando foram ao pódio em 25 de julho;

10) O australiano Andrew Hoy, de 62 anos, ganhou uma prata e um bronze em Tóquio e se tornou o mais velho medalhista olímpico desde 1968

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