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Mesmo com recurso, CPB não consegue recuperar ouro de Thiago Paulino

Marco Aurélio, outro brasileiro que foi ao pódio, havia faturado o bronze e ficou com a prata

04/09/2021 08:03 / atualizado em 04/09/2021 11:11
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Thiago Paulino voltou ao pódio para receber a medalha de bronze, após revisão e retirada de seu ouro em Tóquio
foto: Takuma Matsushita/CPB

Thiago Paulino voltou ao pódio para receber a medalha de bronze, após revisão e retirada de seu ouro em Tóquio



A cerimônia de premiação do arremesso de peso classe F57 dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, realizada no Estádio Olímpico na madrugada deste sábado (4), foi marcada pela polêmica envolvendo a invalidação do resultado da prova final, com a anulação dos dois melhores arremessos do brasileiro Thiago Paulino, que perdeu o ouro e ficou com o bronze. Da chegada à saída do pódio, o brasileiro protestou e expressou sua indignação durante toda a cerimônia.



Paulino subiu ao pódio primeiro, como fazem todos os terceiros colocados, mas, ao passar pelo centro do tablado, na posição do medalhista de ouro, pisou firme e apontou para o chão, como se marcasse sua posição de contrariedade à decisão final. Com aquele gesto ele expressou, sem dizer qualquer palavra, que, na verdade, ele era o legítimo medalhista de ouro.
Durante toda cerimônia de premiação, Paulino mostrou sua revolta com o ocorrido. Sinalizou negativamente várias vezes, inclusive quando recebeu a medalha de bronze. No momento das fotos, Paulino abaixou a cabeça e ergueu o punho direito. Além dele, o também brasileiro Marco Aurélio Borges participou da premiação, ficando com a prata.

Chineses apelam ao júri do IPC
Thiago Paulino perdeu a medalha de ouro mais de dez horas após conquistá-la. O Comitê Paralímpico Chinês entrou com um recurso contra o segundo e o terceiro arremessos do brasileiro. Os dois arremessos foram os melhores entre os de todos os competidores, e o maior deles, de 15,10 metros (m), foi o da medalha de ouro. Com a invalidação, Paulino caiu para o terceiro lugar, com a sua melhor marca ainda válida sendo de 14,77 m.

Paulino subiu ao pódio primeiro, como fazem todos os terceiros colocados, mas, ao passar pelo centro do tablado, na posição do medalhista de ouro, pisou firme e apontou para o chão, como se marcasse sua posição de contrariedade à decisão final. Com aquele gesto ele expressou, sem dizer qualquer palavra, que, na verdade, ele era o legítimo medalhista de ouro.

Medalhistas do Brasil na Paralimpíada de Tóquio



A prova acabou às 9h50 (horário de Brasília) desta sexta-feira (3), e perto das 21h do mesmo dia veio a decisão da organização dos jogos aceitando uma apelação da China, que invalidou os melhores arremessos de Paulino. Segundo o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), o vídeo oficial dos arremessos foram revisados e os árbitros da prova consultados antes da decisão final.



Segundo o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), os chineses protestaram durante e após a prova, mas os árbitros não aceitaram os argumentos. Por isso, foram ao júri de apelação, uma instância do IPC. Esse júri decidiu de forma favorável à apelação, mas não revelou qual imagem mostrava a irregularidade dos arremessos.

“O Brasil apresentou imagens das transmissões de TV dos arremessos em que não havia qualquer indício de infração no movimento de arremesso do atleta, mas a alegação do júri é que o vídeo acusatório seria de outro ângulo, mas se recusou a mostrar o vídeo que embasou a decisão”, afirmou o CPB em nota.

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