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Depois de quase dois meses de preparação no Rio, a delegação brasileira embarcou sob desconfiança para o México em 1º/5/1970, no voo 814 da Varig, do Galeão a Guadalajara, com escala em Lima. Na primeira semana, os brasileiros ficaram hospedados na tranquila região da Chapalita, a poucos quilômetros do centro da cidade. Durante as folgas, os jogadores passeavam pela cidade e astros como Pelé, Tostão, Gérson e Carlos Alberto Torres eram os mais assediados.
A escolha por Guanajuato se deu com base na preparação física ideal dos atletas. A cidade ficava a 2.150m do nível do mar, que era a maior altitude que o Brasil enfrentaria no México. Pela primeira vez, a seleção contava com comissão completa, entre eles os preparadores físicos Carlos Alberto Parreira e Cláudio Coutinho, futuros treinadores do Brasil em Copa.
Em Guanajuato, o Brasil ficou hospedado no parador San Javier, que só ficou pronto às vésperas da chegada da Seleção. De lá, o Brasil saiu apenas duas vezes, para enfrentar o Irapuato e o León. Piazza, titular da Seleção na Copa, lembra que os dias em Guanajuato foram fundamentais para que o time se unisse. “Em Guanajuato, começamos a formar um grupo, que orava todas as noites. Éramos cinco ou seis. Quando chegamos à final, foi formando uma união tão grande que até os cozinheiros, roupeiros, rezavam junto com a gente”, conta o volante do Cruzeiro, que jogou recuado como quarto zagueiro.
O Brasil deixou Guanajuato em 28 de maio, cinco dias antes da estreia contra a Tchecoslováquia – goleada por 4 a 1. No México, o Brasil venceu todos seus seis jogos, com Jairzinho, o Furacão da Copa, balançando a rede em todos. Com o triunfo por 4 a 1 sobre a Itália, a Seleção conquistou o tricampeonato e a posse definitiva da taça Jules Rimet.
