2

'Coisa imbecil': Neto protesta contra Bolsonaro e faz programa de máscara

Neto usou máscara durante o programa, em sinal de protesto, e criticou fala de Bolsonaro que tira importância do uso do acessório para proteção contra COVID-19

11/06/2021 17:03 / atualizado em 11/06/2021 17:55
compartilhe
Neto usou máscara durante o programa, em sinal de protesto, e criticou fala de Bolsonaro que tira importância do uso do acessório para proteção contra COVID-19
foto: Reprodução/Redes Sociais

Neto usou máscara durante o programa, em sinal de protesto, e criticou fala de Bolsonaro que tira importância do uso do acessório para proteção contra COVID-19

Apresentador do programa Os Donos da Bola, na Band, o ex-jogador Neto aproveitou um momento de fala no programa desta sexta-feira para protestar contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o modo como o mandatário vem comandando as ações no combate à pandemia de COVID-19. Em especial, o craque criticou a ideia de que a população não precise mais usar máscara para prevenir infecções pelo vírus. A bronca foi tão grande que chegou a sobrar para os telespectadores e para familiares do jogador.

Em repúdio às falas do presidente, Neto apresentou o programa nesta sexta-feira usando uma máscara com desenhos de Mickey Mouse.

Neto ressaltou a importância da utilização de máscara em todos os ambientes para evitar a propagação do coronavírus e lembrou que cobra a proteção a seu filho de quatro anos para ir à escola. O apresentador foi enfático, mesmo sem citar nominalmente o presidente Jair Bolsonaro, ao dizer que 'é imbecil' a ideia de que máscara não é importante e ampliou a crítica ao apontar que falta vacina para a imunização da população.

"Covid mata. Quem não usa máscara, passa Covid. É uma coisa imbecil, imbecil, falar que a máscara não é importante para nós. Para todos nós. Para todos. Para toda a população. Para o meu filho, Júnior, que vai fazer quatro anos. Ele tem que ir de máscara para a escola. E tem que ir. ‘Ah, não quero’. Vai colocar. Tem que colocar. Se já não tem vacina, velho. Já não tem vacina. Fora as mentiras que ficam falando pra gente todos os dias. Eu não aguento mais", comentou o craque, que usou, entre outras, as camisas 10 de Corinthians e Seleção Brasileira.

Neto ficou tão exaltado, como de costume, que a bronca sobrou para o telespectadores e seus familiares que não quiserem utilizar o equipamento de proteção. "E aqueles que não querem escutar isso, desliga, vai para a Globo, vai para o SBT, vai para a Record, sai daqui. Sai daqui porque aqui é verdade. E quem é da minha família que não quiser usar, não vai na minha casa. Não entra dentro de casa. Pode ser quem quer que seja. Tá avisado?", finalizou.

Fala de Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nessa quinta-feira que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, publicaria um parecer para desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que já foram vacinados ou contraíram a COVID-19 e se recuperaram, contrariando as recomendações de autoridades sanitárias do mundo todo.

"Acabei de conversar com um tal de Queiroga, não sei se vocês sabem quem é, e ele vai ultimar um parecer visando a desobrigar o uso de máscara por parte daqueles que foram vacinados ou que já foram contaminados. Para tirar esse símbolo, que obviamente tem a sua utilidade para quem está infectado", disse Bolsonaro em evento em Brasília, sendo respondido com aplausos da plateia

Recuo

Um dia após afirmar ter solicitado um parecer ao Ministério da Saúde para desobrigar o uso de máscaras no País, o presidente Jair Bolsonaro ajustou o discurso e disse que quem decidirá sobre a questão serão prefeitos e governadores. Ao deixar o Palácio da Alvorada, nesta sexta-feira, o presidente afirmou que o pedido feito a Marcelo Queiroga é para que elabore um estudo sobre a possibilidade de pessoas vacinadas ou já infectadas dispensarem a proteção.

"Ontem pedi para o ministro da Saúde fazer um estudo sobre máscara. Quem já foi infectado e quem tomou a vacina não precisa usar máscara. Mas quem vai decidir é ele, vai dar um parecer. Se bem que quem decide, na ponta da linha, é governador e prefeito. Segundo o Supremo (Tribunal Federal), quem manda são eles", afirmou Bolsonaro a apoiadores, distorcendo a decisão da Corte que deu autonomia a Estados e municípios para adotar ações para enfrentar a pandemia, mas não eximiu a União de agir.

Compartilhe