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Fred atinge marca histórica na carreira e festeja momento: "Fiz do Galo a minha nova casa"

Atacante vai completar neste domingo, contra o Inter, 600 jogos como profissional; sonho no Atlético é ajudar o clube a conquistar o Campeonato Brasileiro

23/09/2016 08:00 / atualizado em 23/09/2016 10:21
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Fred está no Atlético desde o começo de junho; em 18 partidas, marcou sete gols com a camisa alvinegra
foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Fred está no Atlético desde o começo de junho; em 18 partidas, marcou sete gols com a camisa alvinegra


Fred ainda era um atleta júnior do América quando, em 2003, aos 19 anos, precisou de apenas três segundos e dezessete centésimos para registrar o nome dele no futebol mundial. Na Taça São Paulo de Futebol Júnior, contra o Vila Nova-GO, com um chute do meio de campo, ele registrou no dia 12 de janeiro o gol mais rápido da história - feito superado em 2009. Foi uma carta de apresentação. Duas semanas depois, foi promovido ao profissional do Coelho. Reafirmou a sina de goleador e estreou marcando. Aliás, em todos os clubes que viria a defender, a arrancada foi balançando as redes. Construiu uma carreira vitoriosa, cheia de glórias. Agora, com a camisa do Atlético, busca novas conquistas. E é vestindo alvinegro que Fred vai alcançar a importante marca de 600 jogos como profissional.

“É muito expressivo para qualquer jogador e, ao mesmo tempo, muito especial para mim. Foram muitas partidas inesquecíveis nesse tempo, algumas emocionantes, sofridas até o final... Tem muita história boa. Existiram também derrotas doloridas, mas isso faz parte da vida de qualquer atleta. Sou grato a Deus por tudo, pois olhando para trás vejo como fui e continuo sendo feliz e abençoado na minha profissão. Só tenho a agradecer a cada clube, companheiro, profissionais de bastidores por onde passei e, claro, os torcedores, que são o motivo de tudo no futebol”, destaca o atacante, de 32 anos.

No América, o começo da carreira vitoriosa
foto: Paulo Filgueiras/ EM DA Press

No América, o começo da carreira vitoriosa

O começo não foi fácil. Ainda no júnior, quase foi incluído em uma lista de dispensa do América, após ser expulso na estreia da Taça São Paulo. A redenção veio como um raio, ou melhor, com o “gol-relâmpago”. O primeiro passo como profissional foi no 26 de janeiro de 2003. Pelo Campeonato Mineiro, foi o autor do gol da vitória sobre o Guarani, por 2 a 1. Defendeu o Coelho em 57 jogos e mandou 34 bolas para a meta adversária.

Não demorou e entrou na mira do Cruzeiro. Em meados de 2004, foi contratado. Estreou no dia 5 de agosto, na vitória sobre o Internacional por 2 a 0, deixando sua marca. Os 71 jogos e 56 gols pela Raposa, além das primeiras convocações para a Seleção Brasileira, serviram como passaporte para a Europa. Foi vendido ao Lyon, da França, em setembro de 2005, por 15 milhões de euros.

Em solo francês, Fred manteve o retrospecto de gols como cartão de visitas, ao estufar as redes do Monaco duas vezes na estreia. Festejou mais 41 vezes com a camisa do Lyon, em 125 partidas. Foi tricampeão francês (2005/2006; 2006/2007; 2007/2008) e campeão da Copa da França (2007/2008).

O sucesso o levou à Copa do Mundo de 2006. Atuou em um jogo, contra a Austrália, e não passou em branco, ao anotar o segundo gol do Brasil no triunfo por 2 a 0. Ao todo, foram 40 partidas, 18 gols e mais um Mundial no currículo, o de 2014, sendo um dos alvos das críticas pelo fracasso da Seleção em casa.

No Fluminense, onde chegou em 2009 e se tornou ídolo da torcida e líder do time, com duas conquistas de Campeonato Brasileiro, manteve a caminhada de goleador. Em 288 jogos, fez 172 gols, é o terceiro maior artilheiro da história do Tricolor carioca.

Galo, a nova casa

Imagens da carreira de Fred

O desgaste de sete anos de clube foi natural: o salário alto, as cobranças, a chegada de Levir Culpi. A hora da despedida estava chegando. Ela foi concretizada em junho deste ano. Começava ali um novo desafio: o Atlético, o arquirrival do Cruzeiro. Mas também o time de coração do Juarez Guedes, o Seu Juá, pai e principal incentivador do artilheiro.

“Hoje, a torcida que comemora ao meu lado é a do Galo. Fico muito satisfeito por atingir essa marca aqui, porque eles me receberam bem demais, desde o primeiro dia, e quanto mais o tempo passa, mais eu sinto esse carinho por parte deles. Obviamente, a recíproca é verdadeira. Fiz do Galo a minha nova casa. Dia após dia, os laços são maiores, as histórias boas aumentam, e o orgulho de vestir essa camisa também”, disse.

Na estreia, justamente contra o Cruzeiro, manteve a tradição e marcou gol. Porém, o Galo foi derrotado por 3 a 2. Com a camisa alvinegra são 18 partidas e sete gols. A equipe briga pelo título do Campeonato Brasileiro. No próximo domingo, o Atlético recebe o Internacional no Independência. Fred é um das esperanças dos mineiros para a equipe tirar a diferença de cinco pontos para o líder Palmeiras, restando 12 rodadas.

“Apesar de ser um dia diferenciado para mim, será um jogo como qualquer outro para o grupo. O mais importante no domingo é fazermos um jogo equilibrado, ganhar do Internacional e garantir os três pontos”, ressalta Fred, oitavo maior artilheiro de todos os tempos no Brasileiro e maior goleador do formato 'pontos corridos', iniciado em 2013, com 122 gols.











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