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Galo x Palmeiras teve agressão de fotógrafo, protesto e arrancada para taça

Semifinal da Copa Libertadores será a quinta vez em que as equipes se enfrentam em mata-matas; relembre jogos e curiosidades do duelo em torneios eliminatórios

20/09/2021 09:20 / atualizado em 20/09/2021 09:22
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Jogadores de Atlético e Palmeiras durante jogo da Copa Mercosul de 2000
foto: Auremar de Castro/EM/D.A Press

Jogadores de Atlético e Palmeiras durante jogo da Copa Mercosul de 2000

Quando a bola rolar às 21h30 desta terça-feira, os 22 jogadores que estarão no gramado sintético do Allianz Parque começarão a protagonizar um duelo emblemático para o futebol brasileiro. Será o primeiro dos dois jogos mais importantes da história do confronto entre Atlético e Palmeiras, disputado mais de 80 vezes - a primeira delas no longínquo ano de 1938.

Porém, antes das aguardadas partidas pela semifinal da Copa Libertadores, as equipes se encontraram em quatro ocasiões na disputa de torneios mata-mata. E são vários os momentos marcantes - e curiosos - do enfrentamento em condições eliminatórias: desde protestos e agressão de fotógrafo a árbitro até o início da arrancada alvinegra rumo a um título nacional. Na véspera do jogo de ida da competição continental, o Superesportes relembra algumas dessas histórias.

Atlético x Palmeiras: a cobertura da imprensa nos jogos mata-mata


Agressões de fotógrafo e goleada verde


O Atlético entrou como azarão no primeiro mata-mata da história contra o Palmeiras. O time alvinegro se viu frente a frente com um poderoso adversário, recheado de estrelas do futebol nacional, nas oitavas de final da Copa do Brasil de 1996.

Em campo, a equipe de Djalminha, Muller e Rivaldo levou a melhor nos dois jogos - 2 a 1 na ida, em Belo Horizonte, e 5 a 0 na volta, em São Paulo. O Palmeiras, à época comandado por Vanderlei Luxemburgo, só pararia na final contra o Cruzeiro, que se sagrou campeão.

A goleada no antigo Palestra Itália, em 16 de abril, é o placar mais elástico da história do confronto. Mas a verdade é que o primeiro duelo, na capital mineira, reserva as histórias mais curiosas daquele enfrentamento.

O Independência recebia cerca de 14 mil pagantes, que criaram um ambiente altamente favorável ao Atlético. Mesmo com o favoritismo verde, o time do técnico Procópio Cardoso não se amedrontou e abriu o placar no primeiro tempo, com Leandro Tavares.

Com dois gols muito parecidos de Luisão, o Palmeiras virou na etapa final. Fábio Augusto, de bicicleta, marcou o que seria o empate alvinegro, mas o árbitro pernambucano Wilson de Souza Mendonça anulou a jogada. Foi quando o clima ficou hostil para a arbitragem.

Mas a revolta contra os responsáveis pelo apito não se limitou a jogadores e torcedores atleticanos. Segundo relatos da época, o fotógrafo André Brant, que trabalhava na partida, agrediu Wilson de Souza Mendonça e cuspiu no major Garibaldi, da Polícia Militar. Ele seria preso, mas o caso foi abafado ainda no Independência.

Protesto e nova eliminação


Vice-campeão brasileiro no ano anterior, o Atlético reencontrou o Palmeiras em um torneio mata-mata em 2000. O time alviverde, que havia ganhado a Copa Libertadores de 1999, já não era o mesmo. Perdera a maioria das estrelas e vivia processo de reconstrução.

Mesmo assim, o Atlético não conseguiu evitar as derrotas e encerrou a temporada de maneira melancólica com uma eliminação na semifinal da Copa Mercosul - que seria conquistada pelo Vasco.

No jogo de ida, o Palmeiras goleou por 4 a 1 no Palestra Itália e encaminhou a classificação. A volta atleticana a Belo Horizonte foi marcada por protestos de torcedores, revoltados com o resultado, no aeroporto e na sede do clube. Foi necessária a presença da polícia militar para garantir a segurança dos atletas.

'Jogadores e diretoria, vocês envergonham a nação atleticana': torcedores alvinegros protestaram na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, na Mercosul de 2000
foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

'Jogadores e diretoria, vocês envergonham a nação atleticana': torcedores alvinegros protestaram na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, na Mercosul de 2000


E as manifestações seguiram na segunda partida, que terminou em nova vitória palmeirense, desta vez por 2 a 0. Atleticanos levaram faixas com críticas à diretoria e ao time.

"Urgente: torcida precisa de apoio do 'time'"; "Jogadores e diretoria, vocês envergonham a nação atleticana", lia-se em duas das manifestações. À época, o presidente do Atlético era Nélio Brant. Curiosamente, o vice era Sérgio Coelho, atual mandatário alvinegro.

Duelo continental


Atlético e Palmeiras se enfrentaram novamente em âmbito continental nas quartas de final da Copa Sul-Americana de 2010. Mais uma vez, o time paulista levou a melhor.

O duelo de ida foi na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, já que os estádios de BH estavam em reforma para a Copa do Mundo de 2014. Com uma formação mista - já que a prioridade era fugir do rebaixamento no Campeonato Brasileiro -, o Atlético empatou por 1 a 1 com o Palmeiras, com gols de Kléber para os visitantes e Obina, de pênalti, para os mandantes.

Na volta, no Pacaembu, Marcos Assunção fez um gol olímpico no primeiro tempo e abriu o caminho para a vitória alviverde. Luan, na etapa final, garantiu o 2 a 0 e sacramentou mais uma desclassificação do Atlético, que, mais uma vez, utilizou mais reservas que titulares.

Arrancada para o título


Luan comemora gol do Atlético sobre o Palmeiras na Copa do Brasil de 2014
foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press

Luan comemora gol do Atlético sobre o Palmeiras na Copa do Brasil de 2014

Nem só de frustrações alvinegras se construiu a história dos duelos mata-mata contra o Palmeiras. Em 2014, o Atlético iniciou a arrancada rumo ao título da Copa do Brasil com duas vitórias sobre o adversário paulista.

Luan saiu do banco de reservas para, de cabeça, garantir o triunfo por 1 a 0 no Pacaembu, no jogo de ida das oitavas de final. Pablo Mouche perdeu um pênalti para os donos da casa.

Na volta, o Atlético não tomou conhecimento do adversário - que penou até a última rodada do Campeonato Brasileiro para não ser rebaixado - e fez 2 a 0, com gols de Jemerson e, novamente, Luan. Aquela partida no Independência foi a de número 200 do técnico Levir Culpi no comando alvinegro.

Dali em diante, o Atlético construiu uma campanha histórica. Eliminou Corinthians e Flamengo com goleadas épicas no Mineirão. Na decisão, derrotou duas vezes o maior rival Cruzeiro e conquistou a taça inédita.

Em 2021...


Os jogos da semifinal serão os primeiros entre Atlético e Palmeiras na história da Copa Libertadores. E têm tudo para serem duas das melhores partidas desta edição do torneio continental.

Campeão mineiro, o Atlético vive uma temporada perfeita até aqui: lidera o Campeonato Brasileiro e é semifinalista da Libertadores e da Copa do Brasil. Agora, tenta confirmar o bom momento diante do atual campeão continental, que não vive a melhor das fases.

Os confrontos serão nas duas próximas terças-feiras (21 e 28 de setembro), às 21h30. O jogo de ida é no Allianz Parque, em São Paulo, sem a presença de torcedores. Na volta, o Atlético contará com o apoio da torcida no Mineirão para tentar fazer história.

Jogos em torneios mata-mata entre Atlético e Palmeiras


Copa do Brasil de 1996 (oitavas de final)

Atlético 1 x 2 Palmeiras - 3 de abril, no Independência, em Belo Horizonte
Palmeiras 5 x 0 Atlético - 16 de abril, no Palestra Itália, em São Paulo
 
Copa Mercosul de 2000 (semifinal)

Palmeiras 4 x 1 Atlético - 22 de novembro, no Palestra Itália, em São Paulo
Atlético 0 x 2 Palmeiras - 28 de novembro, no Mineirão, em Belo Horizonte

Copa Sul-Americana de 2010 (quartas de final)

Atlético 1 x 1 Palmeiras - 27 de outubro, na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas
Palmeiras 2 x 0 Atlético - 10 de novembro, no Pacaembu, em São Paulo
 
Copa do Brasil de 2014 (oitavas de final)

Palmeiras 0 x 1 Atlético - 27 de agosto, no Pacaembu, em São Paulo
Atlético 2 X 0 Palmeiras - 4 de setembro, no Independência, em Belo Horizonte

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