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Vice-presidente do Atlético é favorável à venda do Diamond Mall

Galo estuda negociar o restante de seu percentual do shopping para quitar dívidas e cortar pagamento de juros

30/01/2022 07:00
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Atlético já vendeu 50,1% do Diamond Mall para construir a Arena MRV
foto: Divulgação

Atlético já vendeu 50,1% do Diamond Mall para construir a Arena MRV

O Atlético divulgou, no fim do ano passado, o orçamento para a temporada 2022 com previsão de arrecadação de R$ 821 milhões. Deste valor, são R$ 350 milhões de uma possível venda do Diamond Mall, shopping na região Centro-Sul - o Galo é dono de 49,9% do empreendimento. Para conseguir fechar a negociação, o Alvinegro precisa da aprovação do Conselho Deliberativo, assim como aconteceu na venda de 50,1% para a construção da Arena MRV. Esse é o desejo da diretoria atual. 

Vice-presidente do Atlético, José Murilo Procópio é favorável à venda do restante do shopping. Na visão do dirigente, o Alvinegro teria poder de negociação de algumas dívidas com dinheiro em mãos. Ele afirma que, atualmente, o Galo paga R$ 50 milhões de juros anuais em função de dívidas onerosas, principalmente com bancos.

"No meu entender, acho que temos que caminhar para a venda do Diamond, porque temos que tirar dívidas malignas, dívidas com banco. As dívidas boas são com o Profut, que temos longo prazo para pagar, uma dívida com o Rubens Menin, que é saudável, porque ele declara que quer ser o último a receber, sem juros ou correção. Essa dívida vai permanecer por algum tempo, até quando a gente puder sair com as próprias mãos. Então essa venda do Diamond, que não é a atividade do Atlético, uma administração de shopping, acho que é válida, para que nós possamos usá-la na liquidação dessas dívidas malignas. O Atlético tem hoje, uma despesa de juros com essa dívida, de R$ 50 milhões ao ano", revelou o vice-presidente, em entrevista exclusiva ao Superesportes.

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José Murilo Procópio afirma que, com dinheiro em mãos, o Atlético vai conseguir sanar algumas das dívidas em valor menor dos que são cobrados atualmente. Esse é um dos argumentos que a diretoria vai utilizar em reuniões para convencer os conselheiros da necessidade da negociação. 

"Com os R$ 350 milhões em mãos, você negocia essas dívidas, chega em um credo e oferece um valor para tentar pagar à vista. Se a gente tiver R$ 300 milhões em mão, vamos pagar uma dívida de R$ 400 milhões, por exemplo. O importante é reduzir a dívida. Patrimônio nós temos, mas o andar dessa dívida, temos que ter cuidado. Tenho experiência de 50 anos de experiência nessa área, tenho vivência em como resolver isso. É isso que estamos fazendo. Na minha cabeça, a venda dessa parte do Diamond é altamente salutar. Primeiro, porque não é uma atividade do Atlético. E, principalmente, porque ela vai servir para diminuirmos o passivo do Galo. Mas isso depende do Conselho Deliberativo, ele é soberano. A dívida de juros de serviço ao ano é de R$ 50 milhões. Então temos que chegar a uma melhor decisão para o Atlético", completou.

No ano passado, durante o Galo Business Day, evento onde apresentou toda a sua situação financeira, o Atlético informou que tinha 1,2 bilhão em dívidas. Dessas, 42% eram onerosas (dívidas passadas, dívidas bancárias e processos na Fifa). Durante 2021, o clube resolveu algumas situações, mas o desejo é praticamente findar essas pendências que geram juros exorbitantes aos cofres.

Para vender a sua parte do Diamond Mall, o Atlético precisa de aprovação de dois terços do Conselho Deliberativo. De acordo com o site do clube, são 366 conselheiros ativos nas seguintes categorias: grande-beneméritos (48); beneméritos (135); natos (33); e eleitos (150).

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