Rodrigo Caetano, diretor de futebol do Atlético
Em entrevista concedida nesta quarta-feira (16/11), o diretor de futebol Rodrigo Caetano controlou a expectativa da torcida do Atlético por grandes reforços para 2023. Repetidas vezes, o dirigente mencionou a indefinição quanto à capacidade de investimento do clube no mercado da bola.
O futuro do Atlético guarda uma série de interrogações. Novo técnico, transformação em SAF, os moldes da negociação com um parceiro-investidor, quando ocorrerá essa negociação... Temas que interferem diretamente no trabalho de Caetano, encarregado de planejar e gerir o elenco alvinegro.
Em entrevista, o diretor foi enfático ao garantir que, nas condições atuais, ainda sem um parceiro, o Galo não trabalhará com contratações de grande porte. Rodrigo falou em "recuperar muitos" dos jogadores do atual plantel que, na concepção da alta cúpula, não desempenharam seus melhores níveis em 2022.
"O que realmente me preocupa é o nível de expectativa. A forma como a gente comunica. O torcedor gostaria de ouvir de mim que estamos indo ao mercado de forma agressiva, vamos trazer seis, sete ou oito atletas... Não vão ouvir isso de mim. Não vão ouvir. Primeiro que eu não trabalho assim", afirmou Rodrigo Caetano.
Atlético no mercado
De toda forma, Caetano enfatizou que uma potencial transformação em SAF mudaria significativamente os rumos do planejamento do Atlético para a próxima temporada. Ele admitiu que o clube buscará um perfil diferente de atletas do que tem procurado atualmente.
"Se, porventura, com a chegada da SAF, tiver uma injeção de recurso, aí muda-se o foco daqueles que vamos procurar. Eu, hoje, trabalho com a realidade que nós temos. São as diretrizes que o clube me colocou. Em caso de mudança, vocês saberão também", endossou.
"Mas me preocupa muito a forma como a gente comunica. O nível de expectativa. Eu tenho que falar a verdade para o torcedor. Muitas das vezes, sou cobrado do porquê não atacamos o mercado. Às vezes, eu escuto cada nome como se fosse uma facilidade enorme contratar", acrescentou.
Por fim, o dirigente garantiu não ter preocupação em relação a um possível "atraso" do Galo no mercado da bola em relação aos principais concorrentes. Caetano voltou a elogiar o nível do elenco atual.
"São raros os clubes que, hoje, tem capacidade de investimento do Brasil. Diria dois, senão três. Então, o que a gente vive não é nada diferente da maioria. A diferença é que nós temos um elenco de muito bom nível, que em dois anos ganhou cinco de nove competições. A gente não tem que depreciar, desvalorizar o que nós temos de bom", encerrou.