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Arena MRV: como o Atlético, Grêmio vive imbróglio de contrapartidas

Outros clubes que construíram estádios recentemente no Brasil foram ou estão envolvidos em disputas a respeito do tema, muito questionado pela diretoria do Galo

23/03/2023 10:30 / atualizado em 23/03/2023 10:34
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Arena MRV, do Atlético, está prestes a ser inaugurada
foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Arena MRV, do Atlético, está prestes a ser inaugurada

Nos últimos anos, a diretoria do Atlético tem reclamado do custo e da quantidade de contrapartidas exigidas pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para a construção da Arena MRV. Esse tipo de imbróglio, porém, não é exclusividade do Galo. Outros clubes pelo Brasil, em especial o Grêmio, estiveram ou estão envolvidos em situações semelhantes relacionadas a seus estádios.



Em 7 de dezembro de 2022, uma decisão da Justiça gaúcha determinou o pagamento de R$ 193,1 milhões à Prefeitura de Porto Alegre pela não realização de obras previamente acordadas no entorno do estádio tricolor.

Os custos deveriam ser arcados pelas empresas Arena Porto-Alegrense, Albizia e Karagounis (do Grupo OAS) em até 15 dias.

Após recurso, no entanto, nova decisão judicial concedeu efeito suspensivo da decisão anterior ao Grêmio e limitou provisoriamente o valor devido em cerca de R$ 44 milhões.

As empresas alegam que os R$ 193,1 milhões determinados inicialmente são mais do que o necessário para realizar as obras. O caso segue na Justiça.

A disputa nos tribunais começou depois de seguidas tentativas frustradas de acordo. Em 2020, representantes das empreiteiras, do Ministério Público, da Prefeitura de Porto Alegre e do Grêmio se reuniram e avançaram em busca de entendimento sobre as obras de contrapartida, mas nada foi resolvido.

Corinthians


Em 2020, outro clube brasileiro se viu envolvido em disputa judicial sobre o tema. O Corinthians foi condenado em primeira instância a pagar quase R$ 40 milhões pela falta de contrapartidas sociais pela construção da Neo Química Arena.

Inicialmente, o valor da multa era de R$ 8 milhões, mas passou a R$ 39,7 milhões nos cálculos do Ministério Público de São Paulo (MPSP) por conta de juros e correção. O clube discorda da decisão e coloca a culpa na burocracia da prefeitura.

Atlético


Fotos atualizadas da Arena MRV (24/2)



Assim como o Corinthians, o Atlético critica veementemente a prefeitura local pela quantidade de contrapartidas exigidas. Para construir o estádio numa Área de Preservação Permanente (APP), o Galo se comprometeu a atender a mais de 100 pedidos da administração municipal.

Como publicou o Superesportes nessa quarta-feira (22/3), a diretoria atleticana estima que o custo das contrapartidas sociais, ambientais e viárias chega a aproximadamente R$ 250 milhões – cerca de 25% do valor total da obra, estimado em R$ 1 bilhão.
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