
Em meio à comoção que tomou conta da cidade de Chapecó, a prefeitura decidiu suspender as aulas na rede municipal por dois dias. Além disso, decretou luto oficial de 30 dias e suspendeu todos os eventos e festividades de fim de ano na cidade localizada no Oeste de Santa Catarina.
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Além das medidas oficiais, a prefeitura enviou dois médicos da cidade até a Colômbia para acompanhar o estado de saúde dos sobreviventes. Inconsolável, a esposa do atacante Bruno Rangel, Girlene, lembrava que o atacante faria aniversário no próximo dia 11. “Eu estou sem chão”, dizia, em prantos. Ela viu a notícia do acidente pela televisão, ainda na madrugada. No meio da tarde, ela resistia em acreditar na tragédia. “Não vi até agora nada que dê certeza total da morte dele”, ela afirmava. “Mas, pelas circunstâncias, estou esperando o pior.”
Girlene era casada havia 10 anos com o jogador. “Ontem, eu fiquei esperando ele ligar, porque ele sempre ligava para avisar que chegou”. A família do jogador, que é de Campos dos Goytacazes (RJ), acompanhava as informações em casa. O irmão de Joelson Rangel informou que os familiares estavam se amparando na crença religiosa. “Estamos orando muito e temos fé”.
O vice-presidente da Chapecoense, Ivan Tozzo (agora presidente em exercício), um dos que desistiram de embarcar para a Colômbia na última hora, falava do clima de comoção. “A gente ainda não acredita no que aconteceu. A Chapecoense é uma família, hoje todo mundo fala da Chapecoense, parece que é o segundo time de todos. A situação na arena é muito triste, esposas dos jogadores desmaiando. A gente não sabe nem o que falar”, afirmou. O governo brasileiro decretou três dias de luto oficial.
“Saímos desse sonho para esse pesadelo que não tem como mensurar”, declarou, entre lágrimas, o prefeito de Chapecó, Luciano Buligon. Torcedor e sócio do clube, ele disse que a classificação para a final da Copa Sul-Americana havia animado todos em Chapecó, cidade de 180 mil habitantes. “Agora, estamos preocupados única e exclusivamente com as famílias. Dar o ombro, chorarmos juntos essa tragédia”, acrescentou.
HOMENAGENS Milhares de moradores se juntaram na catedral e, em seguida, partiram para a Arena Condá. Do lado de fora havia flores em homenagens aos atletas, dirigentes, membros da comissão técnica e jornalistas mortos na tragédia. Muitos vestiam a camisa do time. E as arquibancadas, com capacidade para até 20 mil pessoas, foram ocupadas.
A perspectiva, segundo Tozzo, é de que o velório coletivo seja no estádio. Ainda não há, porém, data definida. “Nossa ideia é trazer todos os mortos para cá. Todas as pessoas querem dar apoio, um abraço. Depois disso, se fará a logística para ir a cada uma das cidades”, disse.