As autoridades ainda culpam a AASANA (Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia) por ter aprovado o plano de voo da LaMia. De acordo com Bonilla, o piloto Miguel Quiroga, morto no acidente, tinha consciência de que o combustível não era suficiente. "Eles estavam conscientes da limitação do combustível. Sabiam que não era suficiente."
O coronel Freddy Augusto Bonilla, secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia, ainda destacou que o avião operava com carga extra. "A aeronave tinha um peso superior ao permitido nos manuais. Foram quilos a mais, mas que não foram a principal causa do acidente", afirmou o corone.
A conclusão colombiana aponta apenas algumas diferenças em relação à versão boliviana, divulgada há duas semanas. As autoridades da Bolívia culparam o piloto do avião e a companhia aérea LaMia. Foi aberto também processo contra a funcionária do aeroporto de Santa Cruz, de onde partiu o avião, que aceitou um plano de voo com o tempo de voo igual à autonomia, violando normas elementares. O ministro de obras públicas da Bolívia, Milton Claros, foi taxativo. "O que aconteceu neste trágico evento é de responsabilidade direta da empresa LaMia e do piloto".
O secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia fez um longo pronunciamento a partir da gravação da conversa do piloto da LaMia com a torre de controle de voo do aeroporto de Rionegro antes da queda do avião.
"O avião boliviano ingressa em Medellín neste momento. A aeronave boliviana está deixando o controle aéreo de Bogotá para o de Medellín e é autorizada a descer 3 mil metros. Até então, a tripulação não informou se havia uma situação de emergência. Essa aeronave conta com um sistema de alerta de baixa quantidade de combustível. Isso significa que se inicia um alarme audível e visual. De acordo com o manual da aeronave, avisa 20 minutos de voo com esse alarme. Esse alarme foi dado dois minutos depois dessa posição", contou o secretário.
A investigação se debruça agora sobre as razões da interrupção da gravação antes da queda do avião. "A gravação para um minuto antes da queda e temos que saber o motivo", disse.
A causa
- Pane seca
- Autonomia extra exigida era de pelo menos 1 hora e 45 minutos
- Piloto só reportou emergência às 21h52 (hora local de Medellín), seis minutos antes do acidente
- O vento em forma contrária fez aumentar o consumo, exigindo maior potência do avião da LaMia
- O motor número 3 se apaga. A tripulação não reporta
- 12 segundos depois, começa a se desligar o motor número 4
- A quatro minutos do pouso, a torre não é informada da pane
- Começa a se desligar o motor número 2. Nenhum informe
- Reportada pane total somente dois minutos antes da queda
- Sobrepeso de 500kg
- Plano de voo irregular
- Piloto demorou a relatar emergência
- 29 de novembro
- La Unión, Colômbia
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