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TRAGÉDIA

Voo da Chapecoense tinha excesso de peso e plano de voo irregular, dizem autoridades

Apesar da sobrecarga, principal motivo teria sido a falta de combustível

postado em 26/12/2016 14:43 / atualizado em 26/12/2016 15:56

Divulgação
As autoridades colombianas divulgaram na manhã desta segunda-feira um relatório sobre o acidente com o avião da Chapecoense que deixou 71 vítimas no dia 29 de novembro, próximo a Medellín, na Colômbia. Por meio de gravações de voz do avião (voice recorder), os oficiais da Aeronáutica Civil explicaram detalhes da queda.

As autoridades ainda culpam a AASANA (Administração de Aeroportos e Serviços Auxiliares à Navegação Aérea da Bolívia) por ter aprovado o plano de voo da LaMia. De acordo com Bonilla, o piloto Miguel Quiroga, morto no acidente, tinha consciência de que o combustível não era suficiente. "Eles estavam conscientes da limitação do combustível. Sabiam que não era suficiente."

O coronel Freddy Augusto Bonilla, secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia, ainda destacou que o avião operava com carga extra. "A aeronave tinha um peso superior ao permitido nos manuais. Foram quilos a mais, mas que não foram a principal causa do acidente", afirmou o corone.

A conclusão colombiana aponta apenas algumas diferenças em relação à versão boliviana, divulgada há duas semanas. As autoridades da Bolívia culparam o piloto do avião e a companhia aérea LaMia. Foi aberto também processo contra a funcionária do aeroporto de Santa Cruz, de onde partiu o avião, que aceitou um plano de voo com o tempo de voo igual à autonomia, violando normas elementares. O ministro de obras públicas da Bolívia, Milton Claros, foi taxativo. "O que aconteceu neste trágico evento é de responsabilidade direta da empresa LaMia e do piloto".

O secretário de segurança da Aeronáutica Civil da Colômbia fez um longo pronunciamento a partir da gravação da conversa do piloto da LaMia com a torre de controle de voo do aeroporto de Rionegro antes da queda do avião.

"O avião boliviano ingressa em Medellín neste momento. A aeronave boliviana está deixando o controle aéreo de Bogotá para o de Medellín e é autorizada a descer 3 mil metros. Até então, a tripulação não informou se havia uma situação de emergência. Essa aeronave conta com um sistema de alerta de baixa quantidade de combustível. Isso significa que se inicia um alarme audível e visual. De acordo com o manual da aeronave, avisa 20 minutos de voo com esse alarme. Esse alarme foi dado dois minutos depois dessa posição", contou o secretário.

A investigação se debruça agora sobre as razões da interrupção da gravação antes da queda do avião. "A gravação para um minuto antes da queda e temos que saber o motivo", disse.

A causa

  • Pane seca
  • Autonomia extra exigida era de pelo menos 1 hora e 45 minutos
  • Piloto só reportou emergência às 21h52 (hora local de Medellín), seis minutos antes do acidente
  • O vento em forma contrária fez aumentar o consumo, exigindo maior potência do avião da LaMia
Da pane à queda
  • O motor número 3 se apaga. A tripulação não reporta
  • 12 segundos depois, começa a se desligar o motor número 4
  • A quatro minutos do pouso, a torre não é informada da pane
  • Começa a se desligar o motor número 2. Nenhum informe
  • Reportada pane total somente dois minutos antes da queda
Agravantes
  • Sobrepeso de 500kg
  • Plano de voo irregular
  • Piloto demorou a relatar emergência
Quando
  • 29 de novembro
Onde
  • La Unión, Colômbia
Mortos
  • 71
Sobreviventes
  • 6