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CHAPECOENSE

Reconstrução da Chape: clube aposta em ampliação do sócio-torcedor e da venda de material esportivo para aumentar receita

Um ano e meio depois da tragédia aérea na Colômbia, lembranças dos atletas e comissão técnica estão em todos os pontos da cidade de Chapecó

postado em 16/05/2018 14:36 / atualizado em 16/05/2018 15:45

Roger Dias/EM/D.A Press

Enviado especial a Chapecó

Uma cidade de pouco de mais de 200 mil habitantes e que se move em torno de um time. Ou melhor, uma paixão. Assim é Chapecó, a casa da Chapecoense, que encara o Atlético nesta quarta-feira, às 19h30, na Arena Condá, em busca da vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. Em todos os pontos da cidade, as cores verde e branca são predominantes num contexto também marcado por lembranças de uma tragédia que jamais será esquecida.

Com folha salarial de cerca de R$ 1,5 milhão mensais, a Chape tenta se reconstruir através do programa de sócio-torcedor, que atingiu recentemente a marca de 9 mil assinaturas. A diretoria tenta valorizar ainda mais a marca do clube para aumentar o investimento com o futebol. “O que ocorreu provocou uma tristeza no mundo todo. Todos quiseram ajudar. O grande desafio é manter a essência do clube, com humildade”, afirmou o diretor de marketing do clube, João David de Nes, em entrevista recente.

Ir o mais longe possível na Copa do Brasil e evitar o rebaixamento no Brasileiro são as pretensões do clube em 2018. Por ter disputado a Libertadores e entrado diretamente nas oitavas da competição de mata-mata, o clube recebeu R$ 2 milhões. No Nacional, a equipe conseguiu deixar a zona de rebaixamento depois de vencer o Flamengo por 3 a 2, no fim de semana passado.

A queda do avião com a delegação da Chape em 28 de novembro de 2016 aproximou ainda mais os cidadãos em torno da equipe. Erguido no ano passado, o memorial em homenagem às vítimas, que custou R$ 15,5 milhões, simboliza uma cidade que ainda vive as marcas da tristeza. A todo momento, turistas registram o espaço como forma de lembrar do fato que repercutiu – e ainda repercute – em todo mundo.

Roger Dias/EM/D.A Press
Morador de Chapecó, Gilberto Ângelo Bellei, de 57 anos, que comprou várias camisas da nova coleção (lançada na semana passada), afirma que o Verdão do Oeste tornou-se ainda mais querido por todo o país. “O envolvimento é muito maior em função do que houve. Existe um sentimento. Tenho colegas de Jaraguá do Sul, que torcem por Flamengo ou Fluminense e disseram que não tem como admirar a Chapecoense. A região abraçou a equipe. Imagina nós que somos daqui de Chapecó”.

E, desde o acidente, a Chapecoense ganhou fãs de outros clubes. É o caso de Roberto Schineider, de 34 anos, gremista de coração, mas que apoia a Chape sempre que vem a Chapecó. “Sou de Passo Fundo, mas tenho uma tia que vive em Chapecó. Já me simpatizava com o time, mas desde que tudo ocorreu essa paixão tornou mais forte”.

Há menos de uma semana, na festa de comemoração dos 45 anos do clube do Oeste catarinense, os dirigentes reafirmaram o discurso de continuar fazendo o clube crescer e e se reconstruir depois do acidente. No evento o clube, lançou o novo uniforme do time e apresentou algumas ideias para homenagear as vítimas, como por exemplo batizar as ruas do Bairro Água Santa com os nomes de atletas mortos na tragédia.

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