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Pelo tri, Argentina e França fazem final da Copa do Catar no adeus de Messi

Argentinos e franceses decidem título neste domingo (18), a partir das 12h (de Brasília), no Estádio Icônico de Lusail, na última partida do 10 em Mundiais

17/12/2022 19:25 / atualizado em 18/12/2022 07:29
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Companheiros no PSG, Messi e Mbappé são esperanças de Argentina e França na final valendo tricampeonato mundial
foto: JUAN MABROMATA GABRIEL BOUYS/AFP

Companheiros no PSG, Messi e Mbappé são esperanças de Argentina e França na final valendo tricampeonato mundial

Se fosse possível, o suntuoso Estádio Icônico de Lusail seria o destino de milhões e milhões de pessoas neste domingo (18). Por pelo menos duas horas, não haverá lugar mais importante no planeta para aqueles que amam futebol do que o palco da final da Copa do Mundo do Catar. O gigante acolherá cerca de 90 mil privilegiados, que terão a honra de testemunhar, a partir das 12h (de Brasília), um dos grandes confrontos do século. De um lado, a poderosa França de Kylian Mbappé em busca do segundo título mundial consecutivo. Do outro, a Argentina de Lionel Messi, gênio que tenta coroar a brilhante carreira com a glória máxima e findar a espera de 36 anos de uma nação. Só uma seleção ficará com o tri.


No ano seguinte, menos de 365 dias depois, nasceu Messi, o herdeiro do trono. Aos 35, o craque do Paris Saint-Germain já anunciou que este será seu último jogo em Copas do Mundo. A derradeira chance de igualar o antigo camisa 10, que assiste a tudo do céu, como cantam os "hinchas" que lotam os estádios do Catar desde o início da competição.

"Seguramente é (minha última partida em Mundial). São muitos anos para o próximo e creio que não dê para mim. Terminar desta maneira é o máximo. Muita felicidade por conseguir isso, terminar minha trajetória nos Mundiais jogando minha última partida em uma final", declarou o atacante, minutos depois de comandar a equipe na semifinal contra a Croácia.

Por saber que são os últimos, Messi decidiu desfrutar de cada momento vivido no Oriente Médio. Repete a quem quiser escutar: está feliz. Passou o dia a dia no Mundial com a alegria de quem está cercado por família e amigos e só precisa fazer o que gosta.

Jogo após jogo, bate recordes e acumula grandes atuações. É o artilheiro da Copa, com cinco gols, e ainda distribuiu três assistências. "É o maior da história", bradou tantas e tantas vezes o técnico Lionel Scaloni.

Mas Messi tem companhia na árdua disputa pelo troféu. Do lado oposto, estão ninguém menos que Mbappé e a fortíssima Seleção Francesa, campeã mundial em 1998 e 2018. 

Companheiro de Leo no PSG, Kylian alcançou há quatro anos a glória tão perseguida pelos argentinos, quando tinha apenas 19. No ciclo até o Catar, evoluiu, tornou-se um dos atletas mais bem pagos do planeta e assumiu o posto de maior protagonista do time dirigido pelo técnico Didier Deschamps.

No Catar, tem duas assistências e os mesmos cinco gols de Messi. E persegue recordes - alguns deles comparáveis a Pelé, como o de bicampeão mais jovem (o brasileiro conseguiu o feito aos 21).

"Reze pelo Rei", escreveu Mbappé, em referência ao estado de saúde do ídolo, que lhe respondeu: "Eu estou feliz por te ver quebrar mais um dos meus recordes nesta Copa, meu amigo".



Argentina


Naturalmente, o protagonismo de Messi e Mbappé centralizou os debates às vésperas da grande decisão. De lado a lado, técnicos e jogadores trataram de ampliar a discussão e destacar a fortaleza coletiva das duas seleções.

Quando perguntado sobre estratégia e tática, os olhos de Lionel Scaloni brilharam - não por conta das lágrimas que chorou ao falar da emoção de disputar a final, mas pela clara obsessão por encurralar qualquer adversário.

Em seis partidas nesta Copa, o comandante argentino apresentou ao mundo um vasto repertório. Não repetiu o time titular em nenhuma partida, variou entre esquemas (4-4-2, 4-3-3, 5-3-2 e 3-5-2, principalmente) e tornou a imprevisibilidade uma arma para vencer os cinco jogos após a surpreendente derrota para a Arábia Saudita na estreia.

Contra os franceses, o técnico escolheu o mistério e não revelou quem mandará a campo. A imprensa argentina aposta em um sistema com três zagueiros (Cristian Romero, Javier Otamendi e Lisandro Martínez), Nahuel Molina na lateral direita e Marcos Acuña na esquerda.

Outra opção é escalar o volante Leandro Paredes no lugar de Martínez e mudar o esquema para o 4-4-2. Em qualquer cenário, Ángel Di María ficaria no banco de reservas, apesar de estar recuperado da lesão que o tirou das últimas partidas.



"Já tenho decidido (o esquema) na minha cabeça. Vai ser opção que nos deixa mais cômodos. E a que cause mais danos a eles", despistou Scaloni.

Embora cite a qualidade coletiva do adversário - que tem Lloris, Tchouaméni, Griezmann e Giroud em excelente fase -, o comandante argentino pensa em modificar o sistema justamente para ter mais controle sobre Mbappé.

O duelo direto com o atacante francês gera palavras de respeito também do goleiro Dibu Martínez. Ele, porém, não se esquece de citar também a maior das armas alviceleste. 

"Quando fomos ao Brasil, todo mundo dizia que (o favorito) era o Brasil (no título argentino na Copa América em 2021). Hoje em dia, podem dizer que é a França. A vantagem que temos é a de ter o melhor jogador do mundo", exaltou.



França


Do outro lado, a França chega à decisão com o moral elevado por uma campanha com poucos sustos. Reinventar-se talvez seja o verbo que melhor se encaixe para descrever o que conseguiram os franceses na trajetória rumo a Lusail.

Desde o período preparatório, a atual campeã tem tido que lidar com um desfalque atrás do outro. Kanté, Pogba, Kimpembe, Maignan, Kamara, Nkunku, Lucas Hernández, Benzema... 

"Temos superado situações imponderáveis, com vários lesionados, e temos avançado. Agora, estamos na final e estamos prontos para disputar", disse, com olhar tranquilo, Didier Deschamps, bicampeão mundial em 1998, como jogador, e em 2018, como técnico.



Com maestria, o criticado comandante francês buscou soluções. No meio-campo, apostou em Tchouaméni para o lugar de Kanté e descobriu em Griezmann a capacidade de jogar como camisa 10, essencial no ataque e na defesa. À frente, deu as ferramentas para Giroud brilhar navaga que seria de Benzema.

Em meio a tantos desfalques, Deschamps respira aliviado por ter os 24 jogadores do elenco à disposição para a final e por poder escalar a formação considerada ideal. A França corria o risco de ter mais ausências no jogo decisivo.

Na sexta-feira (16), cinco atletas foram vetados do treinamento: Varane, Konaté e Coman, contaminados com um vírus, Tchouaméni, por problema no quadril, e Theo Hernández, com dores no joelho. O quinteto se recuperou e treinou neste sábado.

Com o grupo fechado, os franceses tentam fazer história novamente e ser o anti-herói na despedida de um dos maiores da história.



"O evento é muito importante para focar só em um jogador. É uma final entre duas grandes nações. Quando você enfrenta um jogador desse tipo (Messi), você tem que ser cuidadoso, mas o jogo não é só sobre ele. Temos apoio dos nossos torcedores, sabemos que nosso país está atrás da gente. O resto tem pouca importância", pontuou o capitão Lloris.


ARGENTINA X FRANÇA


Argentina
Martínez; Molina, Romero, Otamendi, Lisandro Martínez (Paredes ou Di María) e Acuña; Enzo Fernández, De Paul e Mac Allister; Messi e Julián Álvarez
Técnico: Lionel Scaloni

França
Lloris; Koundé, Upamecano, Varane e Theo Hernández; Tchouaméni, Rabiot e Griezmann; Dembélé, Mbappé e Giroud
Técnico: Didier Deschamps

Motivo: final da Copa do Mundo
Local: Estádio Icônico de Lusail, em Lusail, no Catar
Data e horário: domingo, 18 de dezembro de 2022, às 12h (de Brasília)

Árbitro: Szymon Marciniak (Polônia)
Assistentes: Pawel Sokolnicki (Polônia) e Tomasz Listkiewicz (Polônia)
VAR: Tomasz Kwiatkowki (Polônia)

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