Boas recordações de um time mágico: Alex lança livro que conta a história da Tríplice Coroa do Cruzeiro
Personalidades ligadas ao clube prestigiaram lançamento da obra '2003, a Tríplice História de um Time Mágico'. No livro de 138 páginas, escrito em parceria com Anderson Olivieri, ex-camisa 10 relata bastidores da conquista
“Quem viveu 2003, terá boas recordações. Quem não viveu e apenas ouviu as histórias, terá mais uma situação para ler e entender um pouquinho o que houve”. Com essas palavras, Alex convocou os torcedores do Cruzeiro a prestigiarem a obra “2003, a Tríplice História de um Time Mágico”, que conta a história do elenco que encantou o país e deu show em três competições: Campeonato Mineiro, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Comercializado por R$ 39,90, o livro de 138 páginas, escrito pelo ex-camisa 10 em parceria com o jornalista Anderson Olivieri, foi lançado na noite desta segunda-feira, na Pizzaria Villa Floriano, Bairro de Santa Efigênia, na Região Leste de Belo Horizonte. Entre várias personalidades que prestigiaram o evento estão o zagueiro Leo, os ex-jogadores Ricardinho, Augusto Recife, Sandro, Leandro e Ruy e o preparador físico Antônio Mello.
De acordo com Alex, os integrantes da vitoriosa equipe colaboraram significativamente na rememoração de histórias importantes daquela época. “Na verdade eu só passei. O Anderson escreveu, e a rapaziada de 2003 também ajudou. A participação deles foi muito ativa. Quando você fala do ano de 2003 o pessoal acha que foram apenas boas histórias, que não teve problema. Acredito que quem tiver a oportunidade de ler vai ver boas histórias, que provavelmente não conhecem, e vão entender como aquele time de 2003 foi formado e como chegamos até o último jogo contra o Bahia”.
Alex se aposentou dos gramados em 2014, pelo Coritiba, clube de seu coração. Hoje, aos 41 anos, ele trabalha como comentarista no canal ESPN. Nas redes sociais, principalmente no Twitter, é comum vê-lo interagir com os fãs e postar textos analíticos sobre futebol. Talvez os rumos profissionais tenham motivado o craque a se aventurar como escritor. Na resposta, mais um elogio a Anderson Olivieri.
“É a primeira vez que participo de uma coisa como essa. O Anderson facilitou as coisas. Lógico que escrever sobre algo que você viveu é mais tranquilo também. A rapaziada de 2003, num contexto geral, ajudou. Isso facilitou também. Eu me diverti muito e me emocionei relembrando as histórias. Quem viveu 2003 terá boas recordações. Quem não viveu e apenas ouviu as histórias, terá mais uma situação para ler e entender um pouquinho o que houve”.
Sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, o Cruzeiro conquistou de forma invicta tanto o Campeonato Mineiro quanto a Copa do Brasil de 2003. No Brasileiro, disputado à época por 24 clubes (46 rodadas), o time celeste contabilizou 100 pontos, com 72,46% de aproveitamento. Foram 31 vitórias, sete empates e oito derrotas, com 102 gols marcados e 47 sofridos. O aproveitamento de 72,46% é o maior de todas as edições dos pontos corridos.
Com 39 gols em 2003 (23 no Brasileiro), Alex considera aquela temporada como retomada em sua carreira. “Para mim foi uma retomada profissional e pessoal. Fui vendido ao Parma em 2000. Entre 2000 e 2002, antes de retornar ao Cruzeiro em setembro, vivi situações que não desejo a ninguém: disputa na justiça, perdi duas gravidezes com minha mulher, fracassei no Flamengo, teve Jogos Olímpicos no meio, fiquei fora da Copa do Mundo. O ano de 2003 foi um ano que reabriu o caminho para voltar a jogar futebol. Vários entendedores da bola davam o fim da minha carreira em 2002, mas consegui dar a volta por cima. O Cruzeiro me proporcionou isso”.
Na próxima sexta-feira, dia 30 de novembro, serão completados 15 anos da conquista do Brasileiro de 2003, a “cereja do bolo” para o título simbólico da Tríplice Coroa. Por ironia do destino, Alex, o astro daquele time, cumpriu suspensão no duelo contra o Paysandu, no Mineirão, pela 44ª rodada. Zinho, seu substituto, marcou o primeiro gol celeste em cobrança de falta: 1 a 0. Mota ampliou no segundo tempo: 2 a 0. O Papão ainda diminuiu o placar nos acréscimos da etapa final, mas não impediu a festa dos mais de 73 mil cruzeirenses no Gigante da Pampulha. Na ocasião, era o primeiro título do Brasileiro da Raposa. Posteriormente, a CBF considerou a Taça Brasil de 1966 como troféu da elite nacional.
“Relacionado ao clube, o torcedor ainda tinha que viver a situação de o Atlético ter sido campeão em 1971 e o Cruzeiro não. O mais legal é que quando encerra o ano, a CBF confirma 66. Ou seja, a gente sai de zero título para um bicampeonato. Foi uma mudança de vida para mim, para o clube e para vários jogadores. Em 2003, foi um ano muito importante”, comentou Alex.
Emoção
Parceiro de Alex no livro, o jornalista e escritor Anderson Olivieri relatou o sentimento de passar para o papel a história de um time vencedor. “Foi uma emoção grande e forte. Embora já tivesse escrito um primeiro livro sobre o Cruzeiro, esse foi com uma pegada diferente. É um livro intimista, com bastidores de notícia que, até então, o torcedor não tinha acesso. Muitas informações do que ocorria no dia a dia, dentro da convivência dos jogadores. Foi muito legal. Tive o primeiro de ser o primeiro a saber disso e, junto com o Alex, colocar no papel para revelar ao torcedor. Até então, digamos assim, não eram de conhecimento do público”.
A única competição na qual o Cruzeiro não teve sucesso em 2003 foi a Copa Sul-Americana. O técnico Vanderlei Luxemburgo utilizou time misto nas partidas. Depois de vencer o Palmeiras na estreia, por 1 a 0, fora de casa, a Raposa empatou com o São Caetano por 1 a 1, no Mineirão, e foi eliminada na fase triangular. O Azulão se classificou por ter goleado o alviverde por 3 a 0, obtendo assim melhor saldo de gols. Em toda o ano, a equipe celeste disputou 73 jogos: 52 vitórias, 13 empates e oito derrotas. Foram 179 gols a favor e 70 contra.