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Rodriguinho revela bastidores da queda do Cruzeiro: 'Atleta não aceitava ficar no banco, jogava colete e saía do treino'

Armador disse que ambiente ruim foi determinante para o rebaixamento

04/06/2020 14:16 / atualizado em 04/06/2020 15:00
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Rodriguinho deixou o Cruzeiro para defender o Bahia
foto: Juarez Rodrigues/EM D.A Press

Rodriguinho deixou o Cruzeiro para defender o Bahia

O armador Rodriguinho, hoje no Bahia, revelou os bastidores da inédita queda do Cruzeiro para a Série B do Campeonato Brasileiro no ano passado. Em entrevista à ESPN, o meia disse que alguns jogadores não aceitavam ficar no banco de reservas e desrespeitavam o treinador. Ele não citou nomes. 

“Foi se desenhando um cenário caótico. E aquilo ali se refletiu dentro de campo. E muito forte porque estava todo mundo abalado com as coisas que estavam acontecendo. Daqui a pouco começou a ter problema de treinador, problema de jogador com jogador, problema de jogador com treinador... virou uma bagunça! Jogador não aceitava ficar no banco, jogava colete e saía do treino, não ia para a viagem... Virou terra de ninguém! E isso foi cada vez piorando mais”, contou Rodriguinho.

Embora não tenha revelado os nomes, o ápice da crise no Cruzeiro em 2019 ocorreu quando jogadores mais experientes, como Thiago Neves, Dedé e Edilson, se desentenderam com o técnico Rogério Ceni, que seria demitido por não ter o apoio da cúpula do futebol. Rodriguinho culpa a diretoria pelo péssimo momento do Cruzeiro no ano passado. O clube era presidido por Wagner Pires de Sá, com Itair Machado como chefe do futebol e Sérgio Nonato na direção-geral.

“Esse ambiente ruim veio a partir da diretoria. O Mano saiu antes de explodir toda a bomba. Ele já tinha três anos de clube, já estava há muito tempo com os caras... Ficou desgastado e saiu. Mas sem problema nenhum, saiu numa boa, cabeça erguida, falou com todo mundo. Quando chegou o Rogério, ele teve um grande problema com vários atletas que estavam lá. Começou a piorar a situação. Mais essa coisa da diretoria, salário começou a atrasar, funcionário começou a reclamar, jogador começou a reclamar de treinador e diretoria...”, disse Rodriguinho.

A partir da reportagem exibida no Fantástico, no fim de maio, os jogadores começaram a perceber a desorganização no clube. A TV Globo revelou investigação da Polícia Civil que apura irregularidades praticadas por ex-dirigentes no comando do clube. “Eu vi a bomba toda pelo Fantástico. A partir dali é que as coisas ficaram bem claras para gente, que o clube estava devastado. Só que era uma maquiagem muito boa para todo mundo, ninguém percebia. Até então estava tudo organizado, tudo certo. A gente não estava tendo nenhum problema. A partir que saiu no Fantástico é que começou a desandar”, contou Rodriguinho.

Apesar da péssima fase, Rodriguinho ainda acreditava que o Cruzeiro iria se salvar. “Eu achei que mesmo com todas as dificuldades, o nosso time, pela qualidade que tinha e pelos jogadores que tinha, não iria cair, só passaria aperto”, frisou. “Mas não tem jeito. Não ganhava porque não tinha que ganhar. Esse é o futebol. Se não fizer tudo certinho, a bola não vai entrar, você não vai acertar, e assim as coisas acontecem!”, completou.

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