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'Cruzeiro é o time a ser batido na Série B', diz técnico do Sampaio Corrêa

Mineiro Léo Condé elogiou ao time comandado pelo uruguaio Paulo Pezzolano. Equipes se enfrentam neste domingo, às 11h, no Mineirão

19/05/2022 06:00 / atualizado em 19/05/2022 13:31
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Léo Condé é técnico do Sampaio Corrêa, próximo adversário do Cruzeiro, desde março
foto: Sampaio Corrêa/Divulgação

Léo Condé é técnico do Sampaio Corrêa, próximo adversário do Cruzeiro, desde março

Natural de Piau, município na Zona da Mata Mineira com pouco mais de 2.700 habitantes, Léo Condé conhece bem o Cruzeiro. Neste domingo, às 11h, no Mineirão, o técnico do Sampaio Corrêa reencontrará a Raposa em jogo pela 8ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro.

Em entrevista ao Superesportes/Estado de Minas, ele avaliou que o Cruzeiro é, neste momento, "o time a ser batido na Série B". Condé destacou as virtudes da equipe comandada por Paulo Pezzolano, disse de que forma o Sampaio Corrêa deve atuar no Gigante da Pampulha e opinou como será jogar diante de mais de 50 mil torcedores celestes.



"O Cruzeiro é uma equipe bem equilibrada. Muito bem treinada, com boas peças individuais. Realmente, hoje, na Série B, é a equipe a ser batida.Temos que estar em um dia muito bom para marcarmos bem, mas, ao mesmo tempo, termos argumento com a bola para criar dificuldades. Existem algumas situações que a gente observou que podemos tirar proveito", projetou. 

Condé está em sua terceira passagem pelo Sampaio Corrêa. Ele retornou ao clube maranhense no fim de março, para a reta final do estadual, vencido pela Bolívia Querida. Até aqui, foram 12 jogos da equipe sob seu comando - duas vitórias, sete empates e três derrotas. 

Cruzeiro é o líder da Segunda Divisão, com 16 pontos em sete partidas disputadas - cinco vitórias, um empate e uma derrota. Ao fim da rodada, na pior das hipóteses (caso seja derrotado pelo Sampaio e todos seus adversários diretos vençam), o time celeste fechará o domingo como vice-líder da competição.

O Bahia, com 13 pontos, é o único clube que pode ultrapassar a Raposa na tabela.  

Leia, na íntegra, a entrevista com Léo Condé:


Como tem sido sua terceira passagem pelo Sampaio e as primeiras rodadas na Série B? Quais os objetivos do clube em 2022? 


Tenho pouco tempo de trabalho. Cheguei na reta final do Maranhense. A gente conseguiu o título estadual e estamos iniciando a Série B. O time passou por um processo de reformulação, já que no estadual o clube não tem como investir muito, é bem deficitário. Agora, chegaram novas peças para a Série B.

A questão da janela atrapalhou muito. É a primeira vez que tem. Não tem mais possibilidade de contratar até julho, só os atletas que estão desempregados. A gente trocou pneu com o carro andando. Mas está fluindo bem, embora a gente tivesse a expectativa de ter mais pontos neste momento, pelo que jogamos até aqui.

Nossa meta, sem sombra de dúvidas, é permanecer na Série B. Até pelo nível das equipes e de investimento dos adversários. Mas no futebol tudo é possível. A partir do momento que atingirmos os 45 pontos e tivermos possibilidade de brigar por algo a mais, vamos fazer isso. Como foi em 2020, quando ficamos a quatro pontos do acesso.  

Praticamente todos os adversários do Cruzeiro na Série B têm adotado postura reativa nos jogos. É dessa forma que você também planeja o Sampaio para domingo?


Muitas vezes não é opção do adversário. O Cruzeiro mesmo que está imprimindo um ritmo forte, marcação muito alta, pressão, e às vezes o adversário não consegue sair disso. A gente tem, sim, o objetivo de marcar bem, anular as principais peças do Cruzeiro, mas tentar criar dificuldade. O Sampaio, hoje, é a terceira equipe que mais finaliza na Série B.

A gente não pode fugir da nossa característica. Mas é claro que, diante das circunstâncias do jogo, temos que tomar um certo cuidado, anular as principais jogadas do Cruzeiro. Ao mesmo tempo, vamos buscar criar algum tipo de dificuldade. 

Certamente você já estudou muito sobre este Cruzeiro. Como analisa o time do Paulo Pezzolano?


Vejo uma equipe muito organizada, especialmente depois que mudou para o esquema 3-4-3. Acaba pesando muito a linha de defesa do adversário, praticamente com cinco jogadores, porque dá muita liberdade para os alas. Defensivamente, está bem estruturado com os três zagueiros, o Willian (Oliveira) e o Neto Moura dando sustentação no meio-campo.

Uma equipe bem equilibrada. Muito bem treinada, com boas peças individuais. Realmente, hoje, na Série B, é a equipe a ser batida. Então, temos que estar em um dia muito bom para marcarmos bem, mas ao mesmo tempo, também, com a bola, termos argumento para criar dificuldades. Existem algumas situações que a gente observou que podemos tirar proveito. 

Você acha que enfrenta o melhor Cruzeiro dos últimos anos?


Sem dúvida. Desde a queda à Série B, tudo que está passando o Cruzeiro hoje tem sido bastante favorável ao clube. Em 2020, eu fui com o Sampaio a Belo Horizonte, até conseguimos vencer o Cruzeiro, que estava num momento de instabilidade muito grande. Neste momento, a gente vê o clube um pouco mais estável.

Claro que vamos tentar fazer o melhor, mas vejo o envolvimento da torcida, a questão do Ronaldo, querendo ou não trouxe credibilidade para o clube. Fez boas contratações, o treinador está se mostrando competente. Realmente, é um momento bastante favorável para o Cruzeiro, se comparado aos últimos anos.

Quem você destaca individualmente no Cruzeiro?


No coletivo, vejo uma equipe bem equilibrada. O Edu vem se destacando na frente. É um jogador que tem faro de gol, vem mostrando isso desde o ano passado, pelo Brusque. O trio de zaga, com boa marcação, com boa saída de bola, principalmente o Oliveira. O goleiro está numa fase muito boa. O lateral-direito Geovane de bom potencial.

O Mineirão estará lotado no domingo. De que forma isso pode influenciar no jogo?


Profissionalmente, a preparação para a partida é basicamente a mesma. Claro que a gente sabe que o torcedor não vai deixar o Cruzeiro parar um segundo. Os caras vão correr o tempo inteiro. Não vamos ter respiro. Já passei isso em outros momentos, inclusive no Mineirão. A torcida do Cruzeiro sabe da sua força.

Para o Cruzeiro, vai ser um fator anímico maior, essa parceria com o torcedor. Mas para a gente aqui no Sampaio o trabalho será basicamente o mesmo, independentemente da questão da torcida. Mas é um fator que a gente sabe que joga o time para o alto.

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