Cruzeiro: qual a expectativa de faturamento na temporada de 2023?

De volta à Série A do Campeonato Brasileiro após três anos na Segunda Divisão, o Cruzeiro espera fechar a temporada de 2023 com um faturamento bem expressivo em comparação a 2022. A gestão de Ronaldo Nazário planeja um aumento de 33% nas receitas, superando os R$ 200 milhões. 

 

No seu primeiro ano como Sociedade Anônima do Futebol (SAF), o Cruzeiro projetou uma arrecadação de mais de R$ 160 milhões. Os números foram revelados pela Revista Forbes, que presenciou, em 21 de setembro de 2022, uma reunião entre o Fenômeno, sua diretoria, o conselho consultivo e a consultoria Bain & Company. 

Embora o Cruzeiro ainda não tenha divulgado o balanço financeiro do ano passado, as cifras apresentadas pela Forbes são maiores do que as da associação em 2020 (R$ 116,1 milhões) e 2021 (R$ 115,7 milhões). 

O crescimento financeiro do Cruzeiro em 2022 está relacionado à campanha vitoriosa da Série B. Com a boa fase dentro de campo, a Raposa conseguiu boas rendas com público nos estádios, além de um ‘boom’ no programa ‘Sócio 5 Estrelas’.

Na reta final do ano, o clube chegou a superar a marca de 71 mil sócios-torcedores. Ainda segundo a Forbes, o ganho bruto estimado ficou próximo de R$ 35 milhões.

Em receita bruta com bilheteria, o Cruzeiro acumulou mais de R$ 32,2 milhões (R$ 649.137,45 no Campeonato Mineiro, R$ 2.207.937,28 na Copa do Brasil e R$ 29.364.221,87 na Série B).

 

Ronaldo ainda lutou para que o time mineiro recebesse uma premiação da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pelo título da Segundona. Ednaldo Rodrigues, presidente da entidade, aceitou o pedido do ex-jogador e compensou a Raposa com R$ 2,5 milhões. 

As outras fontes de dinheiro se dividiram em cotas de TV, patrocínios e venda de jogadores. 

Conforme a lei da SAF no Brasil, o Cruzeiro precisa repassar 20% das receitas à associação, além de 50% do lucro, caso ocorra, para o pagamento de dívidas. 

O diretor financeiro Raphael Vianna revelou à Forbes que o Cruzeiro espera faturar R$ 212 milhões em 2023. A projeção do clube é de longo prazo, a ponto de a gestão de Ronaldo estimar uma arrecadação de R$ 430 milhões em 2032. 

"Prevemos aumento gradativo na classificação do Brasileirão, ficando a partir de 2025 entre o top 5 todos os anos até 2032", disse Vianna à revista no ano passado. 

O Cruzeiro projeta terminar a Série A de 2023, no mínimo, na 13ª colocação, ficando entre a briga contra o rebaixamento e a disputa por vaga na Copa Sul-Americana.  Em 2022, o valor pago pela CBF ao Goiás, que terminou nessa posição, foi de R$ 16,6 milhões. 

Na Copa do Brasil, a pretensão é chegar às oitavas de final. Por ter sido campeão da Série B, o time celeste começará a competição mata-mata na terceira fase e terá o Náutico como adversário. Se conseguir atingir o objetivo, embolsará R$ 5,4 milhões. 

 

O Cruzeiro terá dois grandes desafios para bater a meta de R$ 212 milhões em receitas. Em meio ao impasse com a Minas Arena para utilizar o Mineirão, que comporta 60 mil espectadores, o clube mandará seus jogos no Independência, com capacidade para 22 mil. A decisão terá grande impacto na arrecadação.

 

A Raposa também precisará reverter a situação do quadro de sócios-torcedores, que continua caindo desde o início do ano. Até o fechamento desta reportagem, o Cruzeiro possuía 57.982 adimplentes.

Tomando como referência os R$ 35 milhões com 70 mil sócios, assim como exposto pela Forbes em 2022, o rendimento atual está estimado em R$ 28,9 milhões.

Os R$ 140 milhões restantes que compõem a arrecadação total são previstos com cotas de TV, patrocínios e venda de atletas.