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Em podcast, ídolo do Corinthians revela ter sido racista: 'covardia'

Para o ex-jogador, caso foi uma mancha na carreira; ele diz que pediu perdão

19/05/2023 11:50
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Mano Brown ao lado do entrevistado da semana, Neto
foto: Divulgação/Spotify

Mano Brown ao lado do entrevistado da semana, Neto


 
Ídolo do Corinthians, Neto admitiu ter sido racista com o árbitro Zé Aparecido quando atuava pelo Timão, em 1993. O caso, um dos mais polêmicos da carreira do hoje apresentador da Bandeirantes, aconteceu em um clássico contra o Palmeiras, em 1993. 

- Foi a maior covardia que eu já fiz. Fui covarde, sujo e racista. Se fosse branco eu cuspiria? Não. Quando eu cuspi, no Zé Aparecido, eu cuspi em um árbitro, negro e ele se f*, perdeu mais do que eu. O Neto ganhou para as pessoas. Não, eu fui o covarde, eu que tinha que pedir o perdão, para ele e para Deus. Eu pedi e ele me perdoou - disse, em participação no 'Mano a Mano', podcast comandado pelo rapper Mano Brown. 

Dizendo-se arrependido, Neto diz que a atuação do árbitro durante o dérbi o deixou "possesso", e por isso, agiu de tal maneira. 

- Ele não estava dando faltas. Eu cheguei a falar 'você está de sacanagem Zé Aparecido'. Aí entrei forte no César Sampaio e ele me expulsou na hora. Eu ia dar um soco na cara dele, porque eu estava possesso na hora, mas para não dar o soco eu cuspi. Deveria ter dado um soco - relembrou. 

Ele conta que chegou a falar sobre as atitudes com os filhos Gustavo, Luisa e Júlia, para que saibam, por ele, os erros cometidos durante a vida e a carreira. 
- O meu ato foi tão nojento que não condiz com a pessoa que eu sou, e isso me fez crescer. Porque nenhum dos meus filhos souberam por ninguém, souberam por mim, que eu fui racista e que cuspi no rosto de uma pessoa. Só o Júlio, meu filho de 5 anos que não sabe. O João, Gustavo e Luíza souberam por mim que o pai foi um filho da put* - comenta. 

O programa também teve espaço para outras polêmicas, como as contradições durante a carreira e o fato de ter se tornado um comentarista polêmico. 

- Nunca fui profissional, sempre fui um boleiro. Nunca tinha entendido que eu poderia ser uma pessoa que ajuda outras pessoas. Como comentarista e jogador, eu fui um idiota na visão ampla da vida. 


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