Bauermann recebeu 12 jogos de punição pelo STJD
O zagueiro Eduardo Bauermann recebeu, na noite desta quinta-feira (1º), a punição de 12 jogos de suspensão pela participação no esquema de manipulação de resultados por apostas esportivas, denunciado pelo Ministério Público de Goiás.
O atleta ficou livre de uma punição mais severa, à qual foi inicialmente indiciado, pelos artigos 243 e 243-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O texto prevê penas como o banimento do esporte e multa de R$ 100 até R$ 100.000.
A relatora do julgamento, Adriene Silveira Hassen, desclassificou Bauermann para o artigo 258 (atitude antiética), cuja punição máxima é de seis jogos para cada partida de envolvimento.
Como o zagueiro foi acusado por participação no esquema em dois jogos, a pena recebida foi de 12.
Silveira Hassen ponderou, durante o julgamento, que Eduardo Bauermann confessou a participação, se mostrou arrependido peloo envolvimento e não cumpriu com o combinado em uma das partidas – contra o Avaí –, ao não receber o cartão amarelo prometido aos aliciadores.
Além disso, o fato de ter devolvido a quantia aos apostadores também influenciou no abrandamento da punição.
‘Não soube dizer não’, diz defesa de Bauermann
A defesa de Eduardo Bauermann argumentou, durante o julgamento, que o zagueiro foi convencido por seu empresário, Luiz Taveira, a participar do esquema: ‘Não soube dizer não’.
– Ele foi convencido a aceitar os valores por uma pessoa de confiança dele. Luiz Taveira era um co-empresário dele, que trouxe a ele essa 'oferta' - afirmou o advogado Rogério Pastl.
Segundo Pastl, Bauermann estaria fazendo terapias para aprender a dizer “não” às pessoas.
O advogado argumentou, ainda, que o zagueiro acabou não cumprindo o combinado com os aliciadores, uma vez que não recebeu o cartão amarelo na partida contra o Avaí.
– O Eduardo não agiu como havia sido proposto pelo quadrilheiro. 'Toma um cartão amarelo', e qual foi o resultado disso: melhor em campo e nenhuma falta. Nesse jogo ele estava contratado para tomar amarelo, e não tomou nenhum - completou Pastl.
Luiz Taveira foi procurado e se defendeu:
– Para se livrar de todas as acusações que recebeu ele está jogando a responsabilidade para cima de quem tentou ajudá-lo. Eu que o convencia a se envolver com esse esquema? E como ele explica que se ofereceu para o Leandro Almeida? Eu que o obriguei a procurar o Leandro Almeida? Que absurdo!.
Duas partes podem recorrer
Tanto a Promotoria, quanto a defesa de Eduardo Bauermann, podem recorrer da decisão. O advogado do jogador disse que ainda não decidiu o que fará:
- No primeiro momento, sim [sai satisfeito], em razão das penas que foram aplicadas. A gente teve uma variação de pena muito grande hoje, de absolvição até eliminação. Mas temos que efetivamente ter calma nesse momento, aguardar a lavratura do acórdão, verificar os fundamentos que levaram à decisão para então decidir o próximo passo, especialmente se haverá ou não recurso, encaminhamento que vai ser dado. Importante que o atleta esteve aqui presente, tem ciência de que seus atos foram repreendidos e isso é a noção pedagógica que eu acho que deve se sobresair e não o tamanho da pena. Ele teve uma lição, uma aula, de que as conversas que teve e os atos que adotou não se adequam com a prática esportiva e devem ser evitados. Essa é a mensagem que deve ficar - afirmou o advogado Rogério Pastl.
Por quais jogos Bauermann foi denunciado
- Santos x Avaí (Brasileirão Série A, 5 de novembro de 2022): oferta de valor não precisado (50 mil reais pagos com antecedência) para que Bauermann tomasse um cartão amarelo;
- Botafogo x Santos (Brasileirão Série A, 10 de novembro de 2022): após não tomar cartão amarelo contra o Avaí, Bauermann teria recebido uma nova proposta de valor não confirmado, desta vez para ser expulso.