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Kalil se reúne com clubes e volta a liberar jogos com torcida em BH

Após reunião com América, Atlético, Cruzeiro e torcidas organizadas, prefeito de BH faz nova tentativa de promover partidas com público

09/09/2021 15:15 / atualizado em 09/09/2021 16:02
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Kalil liberou presença do público em 'segundo teste' em Belo Horizonte
foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Kalil liberou presença do público em 'segundo teste' em Belo Horizonte

Alexandre Kalil (PSD), prefeito de Belo Horizonte, anunciou, na tarde desta quinta-feira (9), o retorno do público aos jogos de futebol na capital mineira - novamente com 30% da capacidade dos estádios. A decisão foi tomada após reunião com os presidentes de América, Atlético e Cruzeiro, além de membros de torcidas organizadas, e marca uma nova tentativa da Prefeitura para possibilitar a presença de torcedores nas arenas durante a pandemia de COVID-19. No encontro, foram estabelecidas medidas restritivas e imposições para conter aglomerações e a contaminação pelo coronavírus.
 

Imagens da reunião da PBH com clubes e torcidas organizadas

O convite às torcidas organizadas se deu com o intuito de conscientizar os líderes a orientarem os integrantes destes grupos de acordo com os procedimentos para a liberação do público nos estádios. Também participaram da reunião o secretário de Saúde, Jackson Machado; os médico infectologistas Carlos Starling, Unaí Tupinambás e Estêvão Urbano; além do Coronel Webster Wadim Passos, do comando de policiamento da capital e de representantes do Corpo de Bombeiros.
 
Euler Araújo, membro do Conselho de Administração do América, Sérgio Coelho, presidente do Atlético, e Sérgio Santos Rodrigues, presidente do Cruzeiro, foram os representantes dos clubes na reunião.

Palavras do prefeito


Em pronunciamento concedido após a reunião, Kalil deu alguns detalhes do retorno dos torcedores aos estádios na capital. Ele valorizou o que chamou de 'sacrifício' da população de Belo Horizonte e afirmou: 'A obrigação do poder público é facilitar a vida de todos'.

"Foi decidido que nós temos que caminhar, nós temos que aprimorar. Temos que responsabilizar a todos: à Prefeitura, aos clubes, aos estádios, à torcida. Todo mundo tem que colaborar para que a gente caminhe. Eu acho que houve um sacrifício muito grande de todos, de toda a população de BH. Nós reconhecemos o sacrifício de todos. Inclusive, não estamos abrindo só o futebol. Estamos estudando agora a abertura de eventos", disse.
 
Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte
foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte

 
"É claro que se você abre um evento para 16 mil, 17 mil pessoas, obviamente, você não tem que discriminar os outros. Temos que ter uma lógica a seguir. Tivemos um resultado de 14 mil testes, em que a incidência - segundo os epidemiologistas e o Secretário de Saúde - foi de 0,1%. Isso nos deu uma certa tranquilidade, e nós vamos caminhar, dar passos, brigar, tentar, mas não vamos desistir. A obrigação do poder público é facilitar a vida de todos, e nós sabemos que o futebol é uma parte importante do lazer - como show, como tudo isso é importante para a cultura, para a diversão. É isso que nós temos que fazer", completou.

Kalil já havia promovido a liberação de 30% do público em jogos na capital mineira no dia 27 de julho, com Atlético x River Plate, pela Libertadores, como evento-teste. Após uma experiência negativa no dia 18 de agosto, no entanto, com muita aglomeração no entorno do Mineirão, o prefeito de BH suspendeu a liberação em 24 de agosto. Ainda houve tempo para que o Cruzeiro disputasse um duelo da Série B com público. Diante deste cenário, Kalil também garantiu a elaboração de um novo protocolo sanitário.

"A partir do jogo do Atlético. Protocolo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Conmebol, federação, a Prefeitura não entra. Nós estamos fazendo um protocolo sanitário. Agora, quem vai definir se pode ou se não pode é a CBF. Estou vendo uma briga com Flamengo, Atlético, de liminar - isso não é problema da Prefeitura. Belo Horizonte está com estádios abertos, dentro dos protocolos, para que fique tudo dentro da razoabilidade, da responsabilidade, porque nós sacrificamos muito", disse.

"Vamos aprimorar o protocolo do jogo do Cruzeiro. Vão entrar somente com ingresso, o ingresso será vendido com antecedência, carteira de identidade, CPF. Infelizmente, ainda é assim, mas vamos caminhando para chegar numa hora em que vamos falar: 'Deu. Está tudo certo e, agora, podemos liberar tudo de uma forma gradual' - como foi feito em bar, loja, restaurante, shopping. Em todos os eventos em Belo Horizonte", completou.
 
Diferentemente do último teste em Belo Horizonte, desta vez, será permitida a comercialização de bebidas alcoólicas nos estádios. Novamente, serão exigidos testes negativos para COVID-19 para possibilitar a entrada de torcedores no estádio.

"Nós liberamos a cerveja dentro do Mineirão. O estádio vai fechar uma hora antes. Quer dizer, não vou falar todos os protocolos não, estou falando o grosso. Vamos colocar o preço acessível da cerveja lá dentro. Porque qual é o raciocínio? Se há o teste, está obrigado, quem entrou está testado. Então, você já diminui muito o risco e não aglomera lá fora. Nós estamos tentando aprimorar, com muita humildade, tentando chegar num denominador, porque ninguém pode ter culpa. Está todo mundo remando para o mesmo lado", enfatizou.

Situações dos clubes


O Atlético contou com a volta de sua torcida no dia 18 de agosto, na vitória por 3 a 0 sobre o River Plate, em partida de volta das quartas de final da Copa Libertadores. O confronto, no entanto, gerou grande aglomeração e ocasionou na decisão do prefeito Alexandre Kalil de voltar a proibir jogos com público na capital mineira.

Assim como o Flamengo, o Galo tem o aval, a partir de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), para contar com sua torcida em jogos do Brasileirão. No entanto, em reunião entre os clubes da Série A ocorrida nesta quarta-feira (8), o clube mineiro garantiu que respeitará a decisão do arbitral: a de só permitir a presença de torcedores nas partidas quando todos os clubes tiverem a mesma possibilidade.

Ainda assim, o Atlético poderá contar com sua torcida no dia 28 de setembro, em jogo de volta da semifinal da Copa Libertadores, diante do Palmeiras. A Conmebol autoriza que clubes participantes do torneio tenham público em seus jogos, desde que haja autorização das respectivas prefeituras.

Por sua vez, o Cruzeiro também contou com seus torcedores na vitória por 1 a 0 sobre o Confiança, pela Série B, no dia 20 de agosto. Apesar disso, após nova proibição da PBH, a Raposa conseguiu acordo com a Prefeitura de Sete Lagoas para mandar seus jogos, com 30% da capacidade de público, na Arena do Jacaré.

Neste sábado (11), inclusive, o time mineiro receberá a Ponte Preta, às 11h,  no estádio da cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. O Cruzeiro, no entanto, enfrenta oposição dos outros clubes da Série B, que se uniram em protesto contra a decisão do STJD - responsável pela autorização do público nos jogos da Raposa.

O América é o único clube da capital que ainda não pôde contar com a presença de torcedores em um jogo durante a pandemia de COVID-19. O clube reitera que, assim como o rival Atlético, respeitará a decisão do arbitral da Série A e aguardará uma decisão coletiva dos outros times para voltar a mandar jogos com público em BH.
 
Euler Araújo, membro do Conselho de Administração do América
foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Euler Araújo, membro do Conselho de Administração do América

 
"Da parte do América, nós entendemos como fundamental a participação da torcida nesse processo. Processo que está sendo construído. Acho que foi muito bem inicializado. Eu sempre digo que, depois desses eventos, é bom que a gente sempre faça reuniões para estabelecer melhores protocolos. A gente tem que começar esse processo. Eu disse lá dentro que é importante que a gente inicie e que ele permaneça. Por isso, a participação de todos é fundamental. Das presidências de Atlético, Cruzeiro e América, em conjunto com a Prefeitura e, principalmente, nesse processo educativo junto aos torcedores. Muita transpiração para que tudo ocorra da melhor maneira possível e que seja perene, né? Que essa realidade cresça, que os jogos podem ser cada vez mais assistidos por um número maior de torcedores", disse Euler Araújo após a reunião desta quinta-feira.
 
Nota em atualização

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