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Governo exige que Minas Arena revise contrato de concessão do Mineirão

Governo de Minas busca, principalmente, diminuir o valor dos repasses à gestora do Gigante da Pampulha

24/01/2023 16:53 / atualizado em 24/01/2023 17:22
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Mineirão, cartão-postal de Belo Horizonte, é o maior estádio de Minas Gerais, com capacidade para 62 mil torcedores
foto: Bruno Haddad/Cruzeiro

Mineirão, cartão-postal de Belo Horizonte, é o maior estádio de Minas Gerais, com capacidade para 62 mil torcedores

O Governo de Minas pediu que a Minas Arena, administradora do Mineirão, revisasse o contrato de concessão do Mineirão. Segundo afirmou nesta terça-feira (24) Fernando Marcato, secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, a empresa que gere o Gigante da Pampulha deu sequência com a solicitação e contratou uma consultoria para realizar a revisão dos termos.

A principal intenção do governo, de acordo com Marcato, é reduzir o valor de repasses que o estado faz à Minas Arena. O teto é de R$ 4 milhões ao mês e varia com o lucro da empresa, como indenização pelos investimentos na reconstrução e na administração do Mineirão.

"O que preciso é desonerar o estado, o estado continua em situação fiscal complicada, e ficar pagando conta de estádio que dá dinheiro é um absurdo enquanto eu tenho gente precisando de reforma de hospital, de escola, de estrada, ainda mais nessa chuva. A estratégia é conseguir reduzir esse valor o máximo possível", disse o secretário, em entrevista coletiva nesta terça, em Belo Horizonte.

Segundo revelou o Superesportes em agosto de 2022, desde 2013, o estado já pagou à Minas Arena R$ 1,054 bilhão. Até o fim do contrato de concessão, com duração total de 27 anos, há a previsão de mais de R$ 800 milhões em repasses.

Outro ponto que o governo quer deixar claro no contrato diz respeito ao fim esportivo do Mineirão, maior estádio de Minas. A partir da parceria público-privada, a Minas Arena assumiu a gestão do estádio em 2010, em meio às obras da reforma do Gigante da Pampulha para a Copa do Mundo de 2014.

"Deixar claro justamente a função do estádio. Futebol, é futebol? Então, vamos definir isso com clareza, não deixar uma cláusula fluida, mesmo um comitê fluido. Vamos deixar isso escrito com todas as letras para não ter que ter esse tipo de disputa", completou.

A administradora do estádio se desentendeu com o Cruzeiro recentemente por conta da falta de disponibilidade do estádio para jogos devido a shows e demais eventos culturais. Nessa segunda-feira (23), Ronaldo, gestor do clube, afirmou que a Raposa não atuará nenhuma partida da temporada 2023 no estádio e criticou a empresa e o contrato.


"Esse ano damos como rompida nossa relação com a Minas Arena. Não jogaremos nenhum jogo no Mineirão neste ano. Eu acho que é um problema importante que o Governo de Minas Gerais precisará resolver", disse Ronaldo, durante transmissão ao vivo em Twitch e YouTube.

"As condições sempre foram horríveis para o Cruzeiro. A Minas Arena tem um contrato muito confortável com o governo, em que eles têm todas as armas nas mãos para fazer boas negociações para eles e nunca boa para gente", complementou.
 
Com a possibilidade de não ter jogos de futebol no Mineirão em 2023, o Governo de Minas anunciou a criação de um comitê para rever o calendário do estádio. Marcato também afirmou que espera a proposta de revisão de contrato "o quanto antes".


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