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Clima de guerra, tiros e ameaças: a noite caótica do Vasco em São Januário

Após a derrota do Vasco para o Goiás, pelo Campeonato Brasileiro, São Januário virou palco de cenas lamentáveis

23/06/2023 06:00 / atualizado em 23/06/2023 13:45
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São Januário virou palco de cenas lamentáveis após derrota do Vasco para o Goiás
foto: Gabriel Rodrigues/Superesportes

São Januário virou palco de cenas lamentáveis após derrota do Vasco para o Goiás


 
Vasco viveu uma noite de pesado em São Januário. Na noite da última quinta-feira (22), o Cruz-Maltino perdeu para o Goiás e viu o estádio virar palco de cenas lamentáveis, com vandalismo por parte de um grupo de torcedores e muitos exageros na reação da Polícia Militar ao tentar conter os vascaínos mais exaltados. Desde cedo, o clima já indicava que a noite poderia ser problemática.

Temendo por possíveis protestos de torcedores, o Vasco e a Polícia Militas já haviam definido um esquema especial de segurança para a partida contra o Goiás. No entanto, mesmo mesmo os quase 400 militares e os seguranças particulares do Vasco conseguiram conter a revolta da torcida vascaína após a sexta derrota seguida no Campeonato Brasileiro. Assim que a partida acabou, São Januário virou um caos.
 
 
 

Confusão começou com rojões jogados por torcedores do Vasco 


Antes mesmo do apito final, depois do gol do Goiás, muitos objetos já começaram a ser arremessados em campo, especialmente na direção do banco de reservas do Vasco. Enquanto parte da torcida reagia de forma perplexa, com um silêncio poucas vezes visto em São Januário, os mais exaltados já começaram a se revoltar. Assim que o jogo acabou, dois rojões foram arremessados em campo. Foi o estopim para o caos que veio depois, com mais bombas, balas de boracha, gás de pimenta, pedras, garrafas e até tiros de arma de fogo. 
 
 
 
Enquanto o Vasco saia de campo, torcedores tentaram quebrar a proteção que separa a arquibancada do estádio. Além disso, também tentaram ivadir o campo pelo portão principal que fica atrás do gol da ferradura. O reforço policial logo foi chamado, o que acabou causando mais confusão. A PM reagiu de truculento, disparando bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha a esmo, na direção de qualquer um que estivesse nas arquibancadas ou nos camarotes.
 
 
 

Imprensa e Goiás sofrerma com falta de segurança em São Januário 

 
Parte da imprensa presente em São Januário estava em um dos camarotes da ferradura do estádio. Sem seguranças no setor, torcedores passaram a ameaçar quem filmasse o quebra-quebra na Colina. Inclusive, houve tentativa de invasão e intimidação por parte de torcedores com a imprensa. Com o forte cheiro de gás de pimenta, muitos torcedores passaram a tentar fugir pelos camarotes que estavam com as janelas abertas. Ao mesmo tempo, os vandalos também entraram no setor e passaram a ameaçar e intimidar os jornalistas presentes. Dirigentes do Goiás, que estavam em um camarote, também foram ameaçados. 
 

Enquanto isso, nas arquibancadas e do lado de fora de São Januário, bombas estouravam e balas de borracham eram disparadas. Torcedores tentaram invadir o estádio no portão do Setor VIP e no Portão 06. No entanto, foram fortemente reprimidos, inclusive com armas de fogo, como mostra um vídeo que circula nas redes sociais.

O cheio de gás de pimenta tomou conta de São Januário e muitos torcedores começaram a passar mal, inclusive necessitando de atendimento médico. Por outro lado, a PM continuva tentando dispersar os torcedores com mais gás e balas de borracha. No Portão 06, militarem dispararam, inclusive, em direção as casas na Barreira do Vasco.
 
 
 
A delegação do Goiás demorou para descer ao vestiário. Quando o fizeram, os boatos de uma possível invasão por parte dos torcedores fez com que o estafe do Esmeraldino fechasse o vestiário e trancasse as portas com macas e outros equipamentos, enquanto os jogadores seguravam as portas. 
 
 

Prejuízo ao Vasco dentro e fora de campo 

 
Durante a espera pela coletiva do técnico Maurcício Barbieri, que acabou não acontecendo, os barulhos de tiros e bombas diminuíram. Enquanto PMs dispersavam os torcedores de dentro do estádo, mas com alguma violência, nos arredores, outos efetivos tentavam afastar os vascaínos, que chegaram a apedrejas carros que estavam no estacionamento do clube. Os jogadores e dirigentes só deixaram o estádio cerca de duas horas depois do apito final.

O cheiro de gás lacrimôgeno continuou por algumas boas horas nos arredores de São Januário, assim como as latas e garrafas distribuídas. Sinais de uma noite que dificilmente será esquecida. Agora, enquanto tenta se salvar do rebaixamento no Brasileirão, o Vasco também vai precisar reconstruir o que foi perdido com o vandalismo em São Januário, inclusive a boa relação entre clube e torcida.

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