ATLETISMO
Lenda do esporte, Usain Bolt se despede no Mundial de Atletismo, em Londres
homem mais rápido do mundo, jamaicano disputa últimas medalhas nas pistas do Estádio Olímpico pelo Mundial, que começa nesta sexta
Ivan Drummond /Estado de Minas
postado em 04/08/2017 09:07 / atualizado em 04/08/2017 10:03
Só mesmo o tempo venceria o homem mais rápido do mundo. Aos 30 anos, Usain Bolt participa da sua última competição, o 16º Campeonato Mundial de Atletismo, que começa hoje e vai até 13 de agosto, no Estádio Olímpico de Londres. O jamaicano tem 11 medalhas de ouro e duas de prata na competição, além de oito ouros olímpicos. É também o recordista mundial e olímpico dos 100m e 200m rasos.
“Confio 100% nas minhas chances no Mundial. Estou motivado. Se não esperasse fazer um bom papel, não estaria aqui para competir", declarou Bolt, que também afirmou ser fã do campeonato e que por isso o escolheu para encerrar a carreira. Ele não participará da prova dos 200m.
“Adoro o Mundial, sempre encontro novas motivações. Todo mundo que me conhece sabe disso, e a cada nova temporada busco essa motivação. Penso no meu legado e em como quero que se lembrem de mim”, disse
Bolt considera que, das 147 vitórias que obteve desde 2002, a que recorda com mais carinho é a dos 200m nos Jogos de Pequim’2008.
“Nunca achei que conseguiria, realizei meu sonho de me tornar campeão olímpico dos 200 metros. Estava tão contente que não sabia nem como comemorar”, disse o Raio.
Com o bom humor de sempre, o jamaicano diz que quer aumentar ainda mais sua lenda. “Para mim, a melhor manchete desse Mundial seria: Usain Bolt se aposenta em competições individuais invicto, imbatível, imparável.”
Bolt domina a velocidade desde a Olimpíada de 2008. No total, tem oito títulos olímpicos. Venceu todas as provas de 100m, 200m e 4x100m em Pequim’2008, Londres’2012 e Rio’2016. Apesar de ter vencido o revezamento com a equipe jamaicana em Pequim, perdeu a medalha por causa do doping de um companheiro, Nesta Carter. Em Mundiais, são 11 títulos. A conquista que escapou foi em Daegu’2011, quando Bolt queimou a largada dos 100m e foi desqualificado.
Além de ser um atleta espetacular, Bolt tem uma personalidade arrojada e se destaca, também, fora da área de competição. É um verdadeiro showman. Sempre sorridente, o velocista levou a irreverência ao atletismo e eternizou sua forma de comemoração com os dois braços apontando para o céu na diagonal, assinatura pessoal que lhe valeu o apelido de Raio. Até Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, repetiu a sua pose em visita à Jamaica, em 2015.
Brasil praticamente sem chances de medalha no Mundial
A capital inglesa ganhou o direito de sediar o evento em 2011, depois de uma disputa com Doha, no Catar. Essa edição não terá a participação da Rússia, devido à punição por doping de vários de seus atletas. Somente 12 atletas russos obtiveram permissão para competir sob o status de “atletas neutros autorizados”, entre eles a fundista Yuliya Stepanova, que em 2014 ajudou na denúncia sobre a rede de dopagem que existia em seu país, junto com seu marido. Foram denunciados médicos, técnicos e dirigentes esportivos.
O Brasil chega para esse Mundial com chances remotíssimas de pódio. A última vez que isso aconteceu foi em Osaka’2011, no Japão, quando Fabiana Murer conquistou o ouro no salto com vara, o único do país na história da competição. O Brasil teve apenas outras 10 medalhas, sendo cinco de prata e cinco de bronze.
A única esperança era depositada no campeão olímpico do salto com vara, Thiago Braz, que está impedido de competir por causa de uma lesão na panturrilha direita. Outro detalhe é que o país sempre tinha como destaques velocistas, mas, desta vez, não tem sequer um corredor de 100m ou 200m. No total, são 34 atletas brasileiros em Londres.