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Protocolo da CBF levaria Atlético a escalar quatro jogadores com COVID-19

Por precaução, clube resolveu fazer testes extras e isolou novos infectados

postado em 18/11/2020 13:15 / atualizado em 18/11/2020 13:17

(Foto: Bruno Cantini/Atlético)

Em meio ao surto de COVID-19 na Cidade do Galo (veja na galeria abaixo), o Atlético resolveu realizar testes extras nessa terça-feira, detectou mais dez casos e orientou todos os infectados a cumprirem isolamento social em casa. Se não tivesse realizado a nova bateria de exames - que não era obrigatória, segundo protocolo da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) -, o clube mandaria a campo contra o Athletico-PR pelo menos quatro jogadores que estão com coronavírus.

A entidade que administra o futebol nacional exige que os testes do tipo RT-PCR ("padrão ouro" para detectar a doença) sejam realizados 48 horas antes de qualquer partida. Como o Atlético enfrenta o Athletico-PR nesta quarta-feira, a orientação era submeter jogadores e intergrantes da comissão técnica a exames apenas na segunda.

Os resultados dos testes de segunda, porém, assombraram o departamento médico do clube. Foram nove pessoas diagnosticadas com o vírus, entre elas o técnico Jorge Sampaoli e o zagueiro Gabriel. Diante desse cenário, o Atlético resolveu, por precaução, realizar exames extras - ainda que sem a obrigatoriedade da CBF - nessa terça-feira para identificar eventuais novos casos.

Nesta quarta pela manhã - horas antes do jogo no Mineirão, que está marcado para 19h -, o clube divulgou que os testes realizados na terça apontaram dez novos casos do vírus. Destes, cinco são jogadores: o goleiro Victor, o lateral-direito Guga, o zagueiro Réver, o volante Allan e o atacante Eduardo Vargas. Os quatro últimos seriam titulares contra o Athletico-PR caso o Atlético tivesse se restringido a cumprir o protocolo da CBF, que se mostrou falho.

Janela imunológica


Os dez profissionais que testaram positivo no teste de terça-feira haviam tido diagnóstico negativo no exame realizado no dia anterior. Por quê?

A explicação mais natural está no que os infectologistas chamam de "janela imunológica". O vírus não é detectado pelos testes no mesmo dia em que há a contaminação - é necessário um período até que ele se manifeste no organismo e possa ser identificado com precisão nos exames.

Portanto, quem teve diagnóstico negativo na segunda-feira e positivo na terça não necessariamente contraiu a doença no intervalo de 24 horas entre um exame e outro. A tendência é que o vírus já estivesse no organismo desde a primeira bateria de testes, mas só se manifestou na segunda.

Essa explicação aponta, inclusive, para a possibilidade de mais profissionais estarem com a doença, mas que não a tiveram diagnosticada no teste de terça.

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