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RIO 2016

Escalado para 'manter equilíbrio', monge budista gera curiosidade em atletas na Vila Olímpica

Voluntário presta atendimento às mais diversas aflições espirituais dos atletas

postado em 28/07/2016 18:38 / atualizado em 28/07/2016 20:02

Renan Damasceno/EM/DA Press

Renan Damasceno

Enviado especial ao Rio de Janeiro

Entre os agasalhos multicoloridos de tactel das delegações, um paulista de 26 anos, corpulento e silencioso, caminha pela Vila Olímpica, com um terço de contas em mãos e longa túnica escura com faixa transversal cor de açafrão. A tranquilidade contrasta com o entra e sai de atletas, comissão técnica, staff e jornalistas do mundo todo, que movimentam a zona internacional, um espaço de convivência entre as 207 nações que participam dos Jogos Olímpicos do Rio.

O clima de ansiedade pré-olímpico não abala o monge Vieira, escalado justamente para “manter o equilíbrio” da Vila Olímpica. Ex-estudante de Jornalismo, o paulistano trocou tudo para se tornar monge budista há quatro anos. No Rio, se inscreveu como voluntário e presta atendimento às mais diversas aflições espirituais dos competidores como capelão do centro ecumênico do condomínio.

“Por enquanto, os atletas tem me parado mais por curiosidade, para tirar foto. Mas à medida que a competição vai se aproximando, eles vão precisar de conselhos e estaremos lá”, afirma Vieira, enquanto dedilha o odyuzu, um cordão com contas de madeira, que os monges budistas usam para “lembrar de suas imperfeições”, ensina.

Vieira promete não tietar astros, nem escolheu um ídolo favorito. “Se estão aqui, é porque são os melhores em seus esportes”, comenta. Enquanto as aflições dos atletas não vêm, Vieira continua sua rotina contemplativa, interrompido apenas pelas fotos dos atletas mais curiosos.