Jovem destaque do vôlei em Pernambuco, Henrique Camboim adapta rotina de treino

Fã de Bruno Schmidt, eleito duas vezes melhor atleta de vôlei de praia do mundo, campeão mundial em 2015 e medalhista de ouro na Olimpíada de 2016, Henrique Camboim, assim como o profissional em quem se inspira, migrou da quadra para a areia. O pernambucano de apenas 14 anos já foi convocado para a Seleção Brasileira duas vezes, mas viu sua rotina ser alterada por conta da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Sem poder treinar na areia devido à interdição das praias no estado, teve que alterar sua preparação visando os Jogos Olímpicos da Juventude.

"Os treinos estão com uma carga bem mais elevada propositalmente. Pela falta do treino na areia, o meu treinador eleva a carga para eu ter o desempenho que teria normalmente”, explicou o atleta. Ele disse também que o treino físico é passado por mensagens junto com análises táticas. “O professor Caio (Lopes) vem montando análises para a gente aprender a parte teórica também e, assim, melhorar nossa parte tática”.

Os treinos são passados de acordo com o ritmo do atleta e tem uma carga sequencial de seis dias com descanso no domingo. “O horário não é fixo. Eu treino de acordo com o meu ritmo e de acordo com cada exercício e cada dia”, esclareceu, falando também sobre sua dieta. “Teoricamente ela é balanceada. Minha nutricionista passou e disse que eu poderia ceder um pouquinho”, falou de forma descontraída. 

O jovem atleta joga na categoria sub-17, defendendo o Sport. No ano passado, ele foi convocado pela primeira vez garantindo vaga nos treinos da seleção no Rio de Janeiro, após uma “peneira” na Paraíba. Esse ano, em janeiro, ele foi convocado mais uma vez para participar dos treinamentos, onde a intenção para a categoria de Henrique é se preparar para os Jogos Olímpicos da Juventude de 2022, que serão sediados em Dakar, no Senegal.

Com a segunda ida ao Rio de Janeiro, participando dos treinos da Seleção, a promessa pernambucana teve a oportunidade de conhecer seu ídolo no vôlei de praia. “Antes de iniciar no vôlei eu já conhecia ele pelas habilidades dele e esse ano eu tive a oportunidade de conhecer, pessoalmente, quando fui para o Rio pela Seleção Brasileira. Bruno Schmidt é a minha maior inspiração na praia”, contou realizado.

Henrique Camboim deixa a dúvida se quer se firmar no vôlei de praia ou nas quadras, mas tem uma certeza sobre o futuro, o desejo de ir para as Olimpíadas. “Eu tenho certeza que quero me firmar no vôlei, não tenho tanta certeza sobre o vôlei de praia. Muito provavelmente será nesta modalidade por causa do vínculo. Ir paras as Olimpíadas é uma ideia que eu sempre tratei como algo muito legal, mas eu não trato como um sonho e, sim, como um desejo muito grande de ir”, finalizou. 

Segundo o técnico do vôlei feminino do Sport, Adalberto Nóbrega, o último jogo antes do decreto estadual proibindo eventos esportivos, no dia 14 de março, nem chegou a acontecer. “A equipe de Brasília que iria jogar contra a gente estava aqui em Recife. Estávamos na quadra já para aquecimento e chegou uma nota da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) informando que não poderia haver jogos em hipótese nenhuma.”

Já o técnico de Henrique, Caio Lopes, contou que os treinos na praia foram paralisados no mesmo dia da Superliga B feminina, quando souberam por meio das redes sociais. “No dia 19 de março as atividades foram suspensas. Através das redes sociais temos acesso às comunicações oficiais da federação.”

A CBV também cancelou a Superliga feminina de vôlei, a masculina segue paralisada, e no mês passado suspendeu a temporada 2019/2020 do Circuito Brasileiro de vôlei de praia.