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Em Tóquio, paga-se para conversar e dormir com garotas (mas sem sexo)

Prostituição é proibida no Japão, mas outros tipos de serviço são oferecidos em centros comerciais convencionais, ao lado de fast foods e lojas de departamento

05/08/2021 18:31 / atualizado em 05/08/2021 18:46
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Rua de Ikebukuro, região comercial de Tóquio
foto: AFP / Kazuhiro NOGI

Rua de Ikebukuro, região comercial de Tóquio



Ao lado da loja de uma grande rede internacional de restaurantes, mulheres com seus 20 e poucos anos aparecem sem máscara, na esquina de uma das principais ruas de Ikebukuro, região comercial de Tóquio. Elas usam roupas que mais parecem fantasias - os cosplays japoneses - e tentam atrair clientes que passam por lá às 20h de um dia de semana. Nas placas que exibem, é possível ver o preço do serviço: 2 mil ienes (cerca de R$ 100) por 40 minutos. Mas não se trata de prostituição - não nos padrões que conhecemos.

Receber dinheiro em troca de sexo é proibido no Japão. A ilegalidade é tipificada em lei há quase 70 anos. Mas outros tipos de serviço são oferecidos em centros comerciais convencionais, à luz do dia, ao lado de fast foods e lojas de departamento.

Ao deixar o metrô pela saída errada - muito mais distante do hotel onde estou hospedado -, me vi encurralado pelas luzes e os arranha-céus de um dos pólos econômicos da capital japonesa. Entre as lojas de mangá, restaurantes e edifícios com marcas de grifes internacionais, os "girls bars" chamam atenção.

O nome sugere que seriam botecos frequentados exclusivamente por mulheres. Porém, a clientela é formada majoritariamente por homens que pagam para... conversar com as garçonetes. E nada além disso.

Durante o tempo contratado, o cliente é escutado pela companhia e geralmente paga bebidas, cafés e petiscos para a contratada. Qualquer tipo de contato físico no ambiente é proibido. Também há casos de mulheres que frequentam "girls bars", mas são raros.

A solidão chega a outros níveis nos "Cuddles Cafes". Basicamente, são locais em que homens pagam para dormir abraçados com a garota que escolher. Carinho e afeto viram mercadorias "embaladas" no corpo feminino.

O primeiro estabelecimento desse tipo foi o Soineya, inaugurado em Tóquio há quase dez anos. Se serviços adicionais forem contratados, a mulher pode trocar de roupa, olhar nos olhos do cliente e deixá-lo deitar em seu colo.

A venda de sexo, mesmo proibida, também acontece no Japão - inclusive nas ruas de Tóquio, segundo relatos ouvidos pela coluna. Se alguém lhe oferecer uma massagem, saiba que, na verdade, o serviço pode ser outro.

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