Talisson Glock supera italiano campeão mundial e é ouro na Paralimpíada
Favoritismo para o ouro nos 400m livre S6 (atletas com amputação ou problemas motores de um lado do corpo) era de Antonio Fantin, mas brasileiro foi o melhor
Talisson Glock era cotado como medalhista, mas o favoritismo para o ouro na prova dos 400 metros livre da classe S6 (atletas com amputação ou problemas motores de um lado do corpo) da natação na Paralimpíada de Tóquio era todo do italiano Antonio Fantin, atual campeão mundial. No entanto, Talisson conseguiu superar Fantin na final e ficar com o primeiro lugar.
"Eu sabia que ia nadar bem. Não sabia o quanto, mas sabia que eu ia nadar bem. É muito bom nadar entre os melhores e com os melhores. Consegui aplicar tudo o que treinei. Estou muito feliz. No futuro, acho que posso nadar para o recorde mundial nesta prova. Eu me vejo fazendo isso. É o meu objetivo, com certeza. Estou muito mais maduro e vou sair de Tóquio realizado", afirmou Talisson.
Talisson dominou a prova quase inteiramente. Uma das provas mais longas da natação paralímpica, o nadador precisa dosar os esforços, e, mesmo assim, Talisson virou a primeira piscina em primeiro.
Na metade da prova, Fantin conseguiu ultrapassá-lo, mas Talisson recuperou a liderança nos 300m - os dois estavam bem à frente dos demais.
No quarto final, ele não só manteve como aumentou a vantagem para o italiano, colocando quase meio corpo de vantagem. O brasileiro levou o ouro com o tempo de 4min54s42, enquanto Fantin ficou com a prata com o tempo de 4min55s70. O bronze foi para o russo Viacheslav Lenskii.
Na mesma prova versão feminina, chamou a atenção a quebra do recorde mundial: a chinesa Yuyan Jian baixou a marca anterior em oito segundos. A ucraniana Yelyzaveta Mereshko, medalha de prata, também nadou abaixo da marca anterior, embora tenha chegado bem depois de Jian. O bronze ficou com Nora Meister, da Suíça, e Laila Abate, do Brasil, foi a 7ª colocada.
Acidente com trem
Natural de Joinville (SC), Talisson perdeu a perna e o braço esquerdos ao ser atropelado por um trem. Ele começou no esporte paralímpico em 2010, com 15 anos e já conquistou medalha de ouro em Mundiais e Parapan-Americanos.
Na Rio'2016, conseguiu medalha de bronze nos 200m medley S6.