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Título contra o Lanús e pancadaria: Dedê relembra momento marcante no Galo

Em entrevista ao Por Onde Anda?, do Superesportes, ex-lateral do Atlético contou como foi a confusão e a expectativa para revidar a pancadaria no Mineirão

Dedê relembrou confusão em primeiro jogo da decisão contra o Lanús
foto: Reprodução/Superesportes

Dedê relembrou confusão em primeiro jogo da decisão contra o Lanús

 
O título da Copa Conmebol foi o momento mais marcante da carreira do ex-lateral-esquerdo Dedê no Atlético. O Galo conquistou o bicampeonato em 1997 ao bater o Lanús, da Argentina, na final. A decisão do torneio continental ficou marcada por uma grande pancadaria no jogo de ida, no estádio La Fortaleza. 

Fotos de Dedê, ex-lateral do Atlético e do Borussia Dortmund

 
Entrevistado do quadro Por Onde Anda?, do Superesportes, Dedê relembrou a campanha vitoriosa do Alvinegro na competição. De acordo com o ex-jogador, o foco inicial era em lutar pelo título brasileiro, mas o Galo acabou eliminado na primeira fase.
 
"Fomos vencendo os primeiros jogos, mas estamos mais concentrados no Brasileiro, em fazer uma boa campanha. Quando tivemos a chance de buscar o título da Conmebol, focamos de uma maneira muito grande. Era um título", disse Dedê.

 
O Galo eliminou Portuguesa, América de Cáli, da Colômbia, e Universitario, do Peru, até chegar à decisão contra o Lanús. O Alvinegro venceu o primeiro jogo por 4 a 1, de virada.
 
"A final, o primeiro jogo lá, já sabíamos que era difícil. Quando fizemos o quarto, um cara foi bem covarde com o Jorginho 'vovô'. (...) Foi nosso maestro. Os caras começaram a dar nele dentro de campo, sem bola. Um dos argentinos falou, 'depois do jogo vai ter mais'. No segundo tempo foi aquela catimba, eles 'dando' (cometendo faltas duras) sem bola", disse Dedê, que viu a pancadaria de perto.
 
"Eu não imaginei que iria ser desta maneira. Quando o juiz apitou não teve nem conversa. Você não sabia se ajudava, brigava ou corria. Sou acostumado, morei em favela, vai apanhar um, apanha todo mundo. Mas no caso todo mundo apanhou. Quando íamos descer para o vestiário os caras nos cercaram, voadora, seguravam o Robertinho pelo alambrado. Depois, quando todo mundo conseguiu entrar no vestiário, foi mais revolta".
 
A conversa no vestiário era uma só: o jogo de volta, no Mineirão, teria pancadaria também. Mas a ideia foi rechaçada pelo técnico Emerson Leão, que ficou ferido na briga em La Fortaleza.
 
"'A gente vai pegar eles lá (no Mineirão), eles vão ver'. Argentino x brasileiro, esse era o nosso pensamento, principalmente do pessoal mais novo. Mas nas duas semanas de intervalo as coisas mudaram, o professor Leão conversou com a gente, disse que não era com violência. Não teve confusão no Mineirão, e comemoramos esse título com a torcida, uma coisa maravilhosa".
 
Dedê contou também como foi comemorar o título pelo Galo contra o Lanús no Mineirão. O ex-lateral diz que não sabia para onde correr no Gigante da Pampulha.
 
"Quando fomos para o Mineirão, poderíamos perder até de 3 a 0. Foi uma alegria quando o juiz apitou. (...) A gente já se dava como campeão, com respeito, mas quando apitou eu não sabia para onde correr, para qual lado. O Mineirão era nosso. Eu tenho vídeos até hoje, é a mesma alegria que o torcedor comemorou o título do Brasileiro no ano passado", concluiu.

Atlético em campo na decisão contra o Lanús
foto: Arquivo/Estado de Minas

Atlético em campo na decisão contra o Lanús


 

Por Onde Anda? 

 
O Por Onde Anda? é um quadro quinzenal publicado no Superesportes e no YouTube do Portal UAI. Nele, são entrevistados ex-jogadores e ex-técnicos de América, Atlético e Cruzeiro que estão aposentados ou em mercados alternativos do mundo da bola. 
 
Revelado pelo Atlético, Dedê disputou 92 jogos e marcou três gols com a camisa alvinegra entre 1996 e 1998. Na entrevista, ele ainda contou histórias com ídolos do Galo, explicou por que não voltou a defender o alvinegro, além de bastidores pelo Dortmund e a idolatria na Alemanha. Veja, no vídeo abaixo, a conversa na íntegra:


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