2

Ex-Atlético, Moacir revela novo hobby em BH e lembra conquista da Conmebol

Em participação no quadro Por Onde Anda?, ex-volante do Galo conta como foi do samba ao futevôlei e exalta a conquista do título em 1992

13/12/2022 06:00 / atualizado em 12/12/2022 21:10
compartilhe
Moacir atuou em 199 partidas pelo Atlético e marcou 24 gols
foto: Superesportes

Moacir atuou em 199 partidas pelo Atlético e marcou 24 gols


Do futebol ao samba, do samba ao futevôlei: ex-volante do Atlético, Moacir falou ao Superesportes sobre a rotina em Belo Horizonte após a aposentadoria. Em participação no Por Onde Anda?, o ex-jogador de 52 anos também relembrou a conquista da Copa Conmebol, em 1992.



Fotos de Moacir, ex-volante do Atlético



Moacir deixou os gramados em 2003. Em seguida, tentou se manter no futebol atuando como empresário, mas logo desistiu e assumiu outra paixão: o samba.

"Tentei algumas vezes ser empresário de alguns jogadores, até no feminino, algumas meninas bacanas. Mas é muito difícil, é um espaço que já está bem fechado, difícil de entrar. Tem alguns empresários que já comandam a maior parte do futebol", explica.

O ex-atleta era percussionista da banda Moasamba - nome em sua homenagem. Ele ainda toca em algumas ocasiões, mas apenas por prazer. Atualmente, divide a rotina entre o novo hobby, o futevôlei, e a família.

"O samba deu uma parada já faz um tempo, porque exige muito da gente. Já fui muito de frequentar, agora dei uma parada. Prefiro escutar mais, faço muito samba na cobertura, festinhas, reuniões com os amigos, e aí o samba come, junto com a cervejinha gelada", disse.

"Eu estou morando no bairro Nova Suiça, tenho três filhos (um homem e duas mulheres), tenho uma arena de futevôlei, onde praticamos muito esporte com a galera, um lugar muito gostoso de ficar. Não jogo mais futebol, fui para o lado do futevôlei, areia de praia, clima gostoso. Vamos levando bem", completou.

Moacir ainda conta que utiliza mais a arena para uso próprio e não tem tanto envolvimento com a parte gerencial. "É bem tranquilo, tenho que faz isso para mim, o pessoal já tem tudo dominado. Vou lá só para dar uma assistência, ver se está faltando alguma coisa".

Por fim, o ex-volante descarta a possibilidade de retornar ao mundo da bola. Ele fala sobre a pressão e o estresse de alguns ex-companheiros que viraram treinador e ressalta a vontade de 'ficar em paz'. 

"Ser treinador eu acho que deve ser bastante estressante. Fico vendo jogadores que atuaram comigo, parece que estão com 60 anos de tanto estresse que deve passar, pressão na cabeça. Já passei por tanta pressão na minha vida, agora com 52 anos tinha que dar um tempo para cuidar bem da família", afirma.

Título da Conmebol pelo Atlético


Moacir iniciou sua trajetória no Atlético em 1988 e conquistou o Campeonato Mineiro três vezes nos quatro primeiros anos como profissional, em 1988, 1989 e 1991. O título mais importante foi em 1992, quando ajudou o clube a levantar a taça da Copa Conmebol.

O Atlético chegou à decisão contra o Olimpia-PAR após eliminar o Fluminense, o Atlético Júnior-COL e o El Nacional-EQU. No jogo de ida da final, mais de 60 mil pagantes foram ao Mineirão e acompanharam a vitória alvinegra por 2 a 0, com dois gols de Negrini.

No jogo da volta, o Galo não conseguiu se preparar no estádio da decisão. Os torcedores paraguaios atiravam pedras contra os atletas, que ficaram apenas no centro do gramado. Moacir relembra a pressão sofrida pelo grupo e destaca que a experiência foi fundamental para a conquista do título.

"Foi um jogo muito difícil. A pressão já começou na chegada, aquela confusão no hotel, soltando foguete a noite toda, os torcedores em cima. Quando chegamos ao estádio, pressão de foguete, pedrada. O time estava bem concentrado, certinho, experiente, mesclado com a juventude", relembra.

Dentro de campo, Cavallero abriu o placar em favor do Olimpia aos 44 minutos do segundo tempo, mas não houve tempo para a equipe paraguaia igualar a final. 

"Esse ano estávamos muito bem. No vestiário já sabíamos, 'gente, vamos enfrentar uma guerra. Vamos para cima dos caras, com tudo'. Sabíamos que o juiz seria pressionado também, mas foi um dos jogos em que apitou certinho", recorda Moacir.

O ex-volante explica o carinho que tem pelo título. Ele acredita que o time estava predestinado a vencer o torneio e ressalta a importância da taça para o clube.

"Quando é para ganhar, tudo caminha pelo lado certo. Foi um campeonato muito importante, que abriu as portas para o Atlético ganhar vários títulos. Foi muito importante. Para mim, foi o título mais importante que eu pude dar para essa torcida maravilhosa", afirmou.

Moacir deixou o Atlético em 1993, quando foi emprestado ao Corinthians. Na época, ele já havia sido comprado pelo Atlético de Madrid, da Espanha, clube que defendeu no ano seguinte. 

Ainda em 1994, foi trocado pelo então volante argentino Diego Simeone e desembarcou em Sevilla, também da Espanha. Depois, defendeu o Internacional em 1996 antes de retornar ao Galo naquele ano. No total, foram 199 partidas e 24 gols marcados pelo Atlético.

Moacir também passou por Flamengo, Portuguesa-SP, Tokyo Verdy-JAP, Ituano, Náutico, América e Mamoré antes de encerrar a carreira em 2003, pelo Uberaba.

Por Onde Anda? 

 
O Por Onde Anda? é um quadro quinzenal publicado no Superesportes e no YouTube do Portal UAI. Nele, são entrevistados ex-jogadores e ex-técnicos de América, Atlético e Cruzeiro que estão aposentados ou em mercados alternativos do mundo da bola. 
 
Nesta semana, Moacir relembrou o começo no Atlético, histórias de bastidores no clube, um acidente grave que quase o tirou do futebol, o presente inusitado de um dos presidentes do clube, entre outros assuntos. 

Compartilhe