
André Rizek criticou o Corinthians por entoar cânticos homofóbicos no Majestoso deste domingo (14), no programa "Seleção", do SporTV
No empate entre Corinthians e São Paulo, no último domingo (14), na Neo Química Arena, a partida foi paralisada por dois minutos porque a torcida do time da casa estava entoando cantos homofóbicos contra o rival. No “Seleção”, programa do canal "SporTV", desta segunda-feira (15), o apresentador André Rizek criticou duramente a torcida e a direção do Corinthians por causa desse acontecimento.
— A torcida do Corinthians presente no estádio entende que ser gay é uma coisa inferior, que merece ser ligado a uma ofensa e que ser torcedor do São Paulo é algo que liga a pessoa a sua sexualidade. Que ser torcedor do São Paulo é ser “bicha”, é ser uma coisa menor - analisou Rizek.
O jornalista ressaltou que, apesar de não estar presente no jogo, pessoas que estavam no estádio disseram a ele que não era uma minoria cantando o grito preconceituoso, e sim a maior parte dos mais de 40 mil torcedores presentes.
O fato foi relatado na súmula da arbitragem do jogo e o clube será denunciado pela promotoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O Código prevê multa de até R$ 100 mil, além da perda de três pontos na tabela como punição.
No ano passado, o clube já havia sido denunciado pelo mesmo motivo. Na partida contra o São Paulo em maio, pela sétima rodada do Brasileirão de 2022, a torcida também reproduziu cantos homofóbicos e o caso foi para o STJD. Na época, foi feito um acordo e o clube pagou uma multa de R$ 40 mil.
Rizek comentou que o futebol está mudando e determinados comportamentos, como xingamentos racistas e enxergar mulheres como objeto sexual na arquibancada, hoje já não são mais aceitos nesse ambiente. No entanto, cânticos homofóbicos e de preconceito de classe — normalmente entoados contra o Flamengo, segundo o apresentador —, ainda são considerados aceitáveis.
— Vou falar de quem vem de uma família de corinthianos: isso é uma vergonha na história do Corinthians. O Corinthians bate no peito e fala que é o clube mais inclusivo do Brasil, do ‘respeito às minas’, da democracia. Como o clube da democracia vai ficar quieto diante disso, achando que é normal 40 mil pessoas entoarem cânticos homofóbicos? - pontuou o apresentador.
— Isso não é normal. É uma mancha na história do Corinthians. Que seja um exemplo para que isso cesse - disparou Rizek.
Pela manhã, o jornalista já havia criticado a postura do clube e dos torcedores nas redes sociais:
Bom dia. Não dá para o Corinthians se vender como time do povo, clube da democracia, das pautas inclusivas, contra o preconceito e sua torcida entoar cânticos homofóbicos ridículos da quinta série dos anos 1980, né? Ou é um clube diferente na prática, ou é apenas blá-blá-blá.
%u2014 André Rizek (@andrizek) May 15, 2023