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Estádio 97 protagoniza fala preconceituosa sobre o futebol feminino

Durante o programa, o comentarista Marcão sugeriu que uma das "punições" para os torcedores do Santos fosse assistir jogos do futebol feminino

23/06/2023 19:58 / atualizado em 23/06/2023 19:59
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Fridolina Rolfö, do Barcelona, comemora o título da Champions Feminina no meio da torcida
foto: Iconsports

Fridolina Rolfö, do Barcelona, comemora o título da Champions Feminina no meio da torcida

O futebol feminino foi mais uma vez alvo de preconceito no início da noite desta sexta-feira (23). Desta vez durante o programa “Estádio 97”, da rádio Energia 97. Em uma das falas, o comentarista conhecido como Marcão chegou a dizer que assistir jogos do futebol feminino poderia ser usado como uma forma de punição.

Os integrantes da bancada discutiam sobre as punições aplicadas a Santos e Vasco por conta das cenas lamentáveis que seus torcedores protagonizaram nos últimos dias. Um dos integrantes comentou que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva havia punido o Santos, inclusive, com portões fechados nos jogos do time feminino. “O STJD decidiu isso. Jogou na Vila? É feminino? Não pode”, disse Ademir Quintino. 

Foi nesse momento que o comentarista Marcos Borges, conhecido como Marcão, fez o comentário preconceituoso.

- A punição deveria ser ao contrário. Tinha que fazer assim, ó: agora vocês vão assistir o futebol feminino, agora vocês vão ver o que é bom - disse Marcão.

A fala foi acompanhada por algumas risadas dos participantes, enquanto outros tentavam repreender o comentarista pelo que disse.

O jogo citado durante o programa é a partida de volta das quartas de final do Campeonato Brasileiro Feminino A1, entre Santos e Flamengo. No primeiro jogo o Santos venceu por 3 a 1 e agora pode até perder por um gol de diferença que garante a vaga para a semifinal da competição.

Preconceito contra o futebol feminino precisa ser enfrentado com investimento 

 
Um dos principais problemas do futebol feminino é o baixo investimento financeiro. Dentre as muitas dificuldades, a falta de estrutura e investimento para a captação e desenvolvimento de novas atletas podem prejudicar a qualidade dos jogos, principalmente na divisão de base. As meninas só contam com uma estrutura capaz de atender jogadoras a partir do sub-18 e sub-16, que foram criadas há somente três anos.

O futebol masculino, por sua vez, possui ligas de desenvolvimento até na categoria sub-13. O projeto "Meninas em Campo", criado em 2016, traz consigo a ideia de garantir um espaço seguro para que meninas pudessem se desenvolver através do futebol.
 
 
O projeto, localizado no bairro do Butantã, oferece gratuitamente uma estrutura profissional para garotas de 9 a 17 anos aprenderem e praticarem o esporte. Ele é dividido em turmas de iniciação, aprendizagem e treinamento, além de possuir um grupo voltado apenas para treinos de goleiras. Hoje, ele atende 241 meninas.

Recentemente, o jornalista e influenciador Fred, do Canal Desimpedidos, esteve no Butantã para um dia de voluntariado.


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