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COPA SUL-AMERICANA

'Cemitério dos Elefantes': Atlético jogará contra o Colón em caldeirão onde Santos de Pelé e Seleção Argentina foram derrotados

Clube de Santa Fé já venceu grandes rivais no estádio

Thiago Madureira Bruno Furtado
Torcida promete lotar o estádio e pressionar o Atlético - Foto: Divulgação / Colón

O Cemitério dos Elefantes, onde sucumbiram gigantes do futebol internacional, será o local da partida de ida entre Colón e Atlético, pela semifinal da Copa Sul-Americana, no dia 18 ou 19 de setembro, em Santa Fé, na Argentina. O estádio é um lugar mítico para os torcedores da equipe rubro-negra.

Foi em seu campo que o Colón venceu o Santos de Pelé, a Seleção Argentina, o Peñarol, então campeão mundial, e os poderosos River Plate e Boca Juniors.

O jogo mais emblemático do estádio envolveu o rei do futebol. Em 1964, o Santos fazia uma excursão pela Argentina, com vitórias sobre Godoy Cruz (3 a 2), Talleres (2 a 1), Racing (2 a 1) e Boca Juniors (4 a 3).

O Colón resolveu comemorar o aniversário de 59 anos com um amistoso contra o então maior clube do mundo. O Santos recebeu 2 milhões de pesos para participar do jogo, além de um seguro que protegia os melhores jogadores.

A chegada do time de Pelé mobilizou a cidade de Santa Fé. “Nas ruas, era uma loucura. Não havia automóveis. Era gente, gente e gente”, disse Estela Maris, mulher de um dos jogadores que participara daquela partida, ao jornal Página 12.

Estádio foi reformado para a Copa América de 2011 - Foto: Divulgação / ColónPouco antes do amistoso contra o Santos, o Colón havia perdido por 2 a 0 para o Platense pelo campeonato da Primeira B da Argentina.
“Pegamos o avião e no outro dia a gente tinha que enfrentar o Santos de Pelé”, disse o ex-atleta Chijí.

Em campo, ocorreu o que ninguém esperava. O Santos, que sustentava 43 partidas de invencibilidade, perdeu para o clube de Santa Fé por 2 a 1. De acordo com o jornal Crónica, “o Santos voltava ao Brasil com sangue nos olhos” e disposto a um novo amistoso para tentar a vitória. “Se nós jogássemos novamente, fariam um gol para cada jogador”, brincou o ex-jogador Serenotti.


Seleção Argentina e River


No dia 7 de setembro de 1964, o Colón voltou a derrubar outro gigante no estádio de Santa Fé. Desta vez, a Seleção Argentina saiu derrotada por 2 a 0. Os torcedores comemoraram por dias aquela vitória histórica.

Pouco tempo depois, em novembro, o River Plate perdeu para o Colón por 2 a 1, em um amistoso disputado no campo do time rubro-negro. Por causa dessas vitórias surpreendentes, o jornal Litoral denominou o local como o 'Cemitério dos Elefantes'.

“Colón segue fazendo história nas partidas extraoficiais com os mais difíceis adversários (…) Entretanto, o que obedece esta magnífica campanha rubro-negra? Colón enfrenta as partidas com moral alta e com um jogo que não conhece concessões. Marca estritamente e corre, corre muito”, publicou o jornal.

Estádio moderno



O estádio foi inaugurado em 9 de julho de 1946, com derrota do Colón para o Boca Juniors por 2 a 1. O primeiro nome do local foi Eva Duarte de Perón, em homenagem à primera dama da Argentina que apoiou a filiação do Colón à Associação Argentina de Futebol (AFA).

Por intervenção da ditadura argentina (1976-1983), o nome de Eva Perón foi proibido. A denominação do local foi trocada para Brigadier General Estanislao López.

O estádio é moderno e foi reformado para sediar a Copa América de 2011. Ele tem capacidade para 36.500 torcedores.

O ex-jogador Sorin disse que o estádio é um caldeirão. "Já joguei contra o Colón lá.
Nossa, é pressão, uma temperatura, o público... Era conhecido por Cemitério dos Elefantes, porque os grandes perdiam lá. É um caldeirão", frisou, em entrevista à ESPN.

Imagem aérea do Cemitério dos Elefantes, em Santa Fé - Foto: Divulgação / Colón.