O técnico Cuca viveu uma noite inesperada no Mineirão, em Belo Horizonte, nesta segunda-feira (7/11). Diante da derrota do Atlético para o Botafogo, parte da torcida entoou gritos de "mercenário" para o treinador. Ele foi atingido com copos de cerveja e pipocas.
Em entrevista concedida após a partida pela 36ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, Cuca lamentou muito o ocorrido. "Está doendo o meu coração", revelou o técnico paranaense.
"Está doendo o meu coração. Eu tenho 243 jogos pelo Galo. É a primeira vez que eu sou hostilizado. Pode me chamar de burro, do que for. De qualquer nome, mas de mercenário não. Eu não voltei para o Atlético por causa de dinheiro. Posso ser burro de ter voltado. Deixei de ir para outros times grandes, importantes", relembrou.
"Não traí o Atlético quando saí para cuidar do meu projeto, porque eu falei que não ia pegar outro time. Só voltei porque eu senti que o Atlético estava precisando de mim. Não pensei em contrato, não pensei em nada. Então, quando te chamam de mercenário, dói o coração. Dói", acrescentou.
De toda forma, Cuca acredita que a torcida do Atlético, de modo geral, não compartilha desta opinião. O treinador relembrou os momentos de glória vividos no comando do Galo.
"Mas eu sinto que não é a opinião do torcedor do Atlético. É a do momento que o time vive e da derrota que a gente teve. Do mesmo jeito que eu fiz eles felizes, muitas vezes... Grandes conquistas que a gente teve junto, eu nunca vou esquecer. Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil... três ou quatro Mineiros. Hoje, não deu certo e eles podiam me chamar de qualquer coisa, mas de mercenário doeu demais", encerrou.
Derrotado pelo Botafogo, o Atlético se complicou na briga por uma vaga na Copa Libertadores de 2023. Com 52 pontos, o Galo foi ultrapassado pelo rival América e caiu para a 8ª posição.