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Gerente da base do Atlético critica impaciência de parte da torcida

Erasmo Damiani vê pressão da torcida por revelações como fator dificultador do surgimento de boas promessas no profissional do Galo

02/02/2023 04:00
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Erasmo Damiani, gerente das categorias de base do Atlético
foto: Reprodução/YouTube/GaloTV

Erasmo Damiani, gerente das categorias de base do Atlético


Gerente da base do Atlético, Erasmo Damiani criticou a impaciência de parte da torcida do clube mineiro com os jovens "da casa". O profissional também apontou um caminho para que o Galo passe a revelar talentos com mais frequência e, consequentemente, exporte esses jogadores por valores mais expressivos ao exterior.
 
 

Damiani acompanhou as manifestações da torcida durante a Copa São Paulo de Futebol Júnior. No principal torneio de categorias de base do país, o Galinho caiu na terceira fase, diante do Água Santa, de São Paulo.

"Às vezes, ao invés de promover, você está rebaixando [os jovens]. Eu já senti isso, porque ao mesmo tempo que o torcedor do Atlético quer um jogador da base no profissional, se ele erra três passes num jogo, o torcedor já cria um cenário negativo. Exemplo: numa sexta-feira, nós ganhamos do Nova Iguaçu e o torcedor do Atlético colocou o time da Copinha como 'os melhores'. Alguns jogadores acima da média. Nós empatamos com o Água Santa e caímos, esses mesmos torcedores colocaram esses jogadores lá embaixo", avaliou Damiani em entrevista ao Donos da Bola, da Band.

"Então, nós temos que ter esse equilíbrio. E o clube tem que entender de ter esse equilíbrio para daqui a pouco não colocar um jogador numa necessidade. Ao invés de promovê-lo, você está colocando para baixo", enfatizou.

Como o Atlético pode revelar mais?


É consenso entre os torcedores do Atlético de que o clube deveria revelar mais jogadores. Erasmo Damiani acredita em um ciclo que se alimenta à medida que um time de futebol passa a produzir novos talentos e que, somente assim, a visão do mercado pode ser transformada.

"A partir do momento em que você começa a produzir jogadores, começa a vender e vender, o mercado lá fora olha assim: 'O Atlético é um clube formador e vendedor'. Qual foi a última grande venda do Atlético? O Bernard. Depois foi Bremer, Jemerson... Mas não foi uma sequência, como outros clubes fazem. O mercado lá fora já vai em alguns clubes pontuais, porque eles sempre estão vendendo", opinou.
 
 

Por fim, o gerente das categorias de base alvinegras apontou o que acredita ser o maior mérito do trabalho que vem desenvolvendo com a atual diretoria do Atlético. "Acho que a grande mudança nossa é olhar lá para baixo. O Atlético tinha até sub-11, hoje nós temos até sub-8. Nós estamos caminhando e temos que estar de olho nesses meninos, porque você começa desde cedo a criar um vínculo com esse menino. Mesmo que ele receba uma proposta de fora, ele já está vinculado ao clube, gostando do clube e a saída é muito mais difícil", encerrou.

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