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CEO do Atlético-MG dá declaração impactante sobre a Arena MRV

Arena MRV tem contrapartidas que são quase 50% do valor total da obra do estádio

15/06/2023 12:45 / atualizado em 15/06/2023 13:58
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Arena MRV já teve seu primeiro evento, mas está
foto: Pedro Souza/Atlético

Arena MRV já teve seu primeiro evento, mas está "presa" em contrapartidas

 
O estádio do Atlético-MG está de pé em Belo Horizonte já há alguns meses e está próximo de ser inaugurado oficialmente. No entanto, ela poderia não ter saído se o clube soubesse que seria preciso arcar com um alto valor de contrapartidas.

Na CPI “Abuso de Poder”, da Câmara Municipal de BH, que investiga as ações da prefeitura da capital nas obras da Arena MRV, o CEO do Atlético, Bruno Muzzi, falou sobre o alto valor que o clube é cobrado em contrapartidas pela construção do estádio.

Muzzi revelou que a Arena MRV está com custo aproximado de R$ 750 milhões só na obra interna, ou seja, na área do estádio. Somadas as contrapartidas exigidas pela Prefeitura, que são de R$ 335 milhões, a obra total deve se aproximar de R$ 1.2 bilhão. O CEO atleticano reclamou do alto valor cobrado pela PBH:

- Estamos comprometidos com R$ 170 milhões de contrapartidas, mas o que está colocado na licença é na casa de R$ 335 milhões. Quase 50% do valor da obra. Eu não tenho recurso para fazer o resto das contrapartidas.
 


A porcentagem exata do valor das contrapartidas com relação às obras é de 44,6%. Bruno Muzzi revelou que, o padrão em outros estádios construídos no Brasil, era de 3% a 5%, mas que o Atlético calculou que na Arena MRV seria entre 10% e 15%. Ou seja, o valor atual é quase 3 vezes mais que o previsto: "Se a gente fosse fazer a realidade dessa obra em 2018, sabendo que quase 50% seria cobrado em contrapartidas, não seria viável (construir o estádio)".

Além dos preços altos cobrados pelas contrapartidas, Bruno Muzzi destacou também que a Prefeitura não deu nenhum incentivo ao Atlético para a realização da obra: "É a maior obra do estado desde a construção da Cidade Administrativa, não teve nenhum incentivo. Zero. Ao todo, foram 13 mil empregos gerados em um momento de pandemia. Quando tudo fechava, a gente gerava empregos e valorizava a região".

Bruno Muzzi ainda revelou que a Arena MRV gerou uma valorização imobiliária de 5% para Belo Horizonte e de 21% para a região do estádio: "É incontestável o benefício social que uma obra dessa traz para a cidade".

O que são contrapartidas?


Contrapartidas são ações que precisam ser realizadas para compensar o impacto que grandes obras, como a Arena MRV, causam para a região e toda a cidade. No caso do estádio do Atlético, são três tipos: sociais, ambientais e viárias.

As contrapartidas sociais são, por exemplo, a inclusão de um centro de línguas, um núcleo de saúde e uma UBS que a Arena MRV está implementando no bairro Califórnia, onde fica o estádio. Além da criação do Instituto Galo, associação sem fins lucrativos criada pelo Atlético para realizar ações sociais.

Já as contrapartidas ambientais são para tentar diminuir os impactos no meio-ambiente. No caso da Arena MRV, que é construída ao lado de uma mata, o clube precisa preservar o local, plantar árvores e manter um parque. Já as viárias são obras necessárias para adequar o trânsito da região ao novo fluxo que passará a ter com o funcionamento do estádio.


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