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Luxemburgo: 'O único que colocou dinheiro no Cruzeiro foi o Pedrinho'

Técnico enaltece dono do Supermercados BH pelo apoio ao clube e diz que outros empresários só ficaram na promessa de ajudar

26/11/2021 15:30 / atualizado em 26/11/2021 21:01
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Supermercados BH, de Pedro Lourenço, encerrou 2020 com faturamento bruto de R$8,9 bilhões, o sétimo maior do Brasil entre as empresas do segmento
foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Supermercados BH, de Pedro Lourenço, encerrou 2020 com faturamento bruto de R$8,9 bilhões, o sétimo maior do Brasil entre as empresas do segmento


O Cruzeiro contou com o apoio de Pedro Lourenço, do Supermercados BH, para colocar em dia parte dos salários de jogadores e funcionários em 2021. Recentemente, o empresário colaborou em duas ocasiões: na primeira, em agosto, liberou mais de R$8 milhões, tendo como contrapartida a extensão do contrato de patrocínio master até 2023. Na segunda, em outubro, aportou R$9 milhões, recebendo em troca o aluguel da sede administrativa do Barro Preto pelos próximos 10 anos. Ao Superesportes, o técnico Vanderlei Luxemburgo enalteceu a importância de Pedrinho no dia a dia do clube.

“O Pedrinho é o mais importante parceiro do Cruzeiro. No momento mais difícil, ele colocou a mão e botou dinheiro. Quando cheguei aqui, estávamos na 18ª colocação. E naquele momento era um desespero no clube, tudo virado, de cabeça para baixo, todo mundo mal-humorado, empregado com dificuldade, sem ter comida em casa, sem pagar a luz e isso e aquilo. Conseguimos colocar isso em ordem”.

  • Assista à entrevista gravada com Luxemburgo na quinta-feira (25/11). Na ocasião, o treinador ainda não havia renovado o seu contrato com o Cruzeiro.



Empresários milionários que torcem pelo Cruzeiro



Segundo Luxemburgo, dos empresários que conversaram com a diretoria, apenas Lourenço contribuiu financeiramente. “Estou há quatro meses no Cruzeiro, e o único que colocou dinheiro aqui foi o Pedrinho. Os outros prometeram, mas não apareceu um puto aqui de ninguém, foi do Pedrinho que veio o dinheiro. Ele é o grande parceiro do Cruzeiro, é o cara que na hora que precisou se mostrou presente. ‘Olha, vou colaborar’”, disse.

“O Pedrinho foi o grande colaborador do Cruzeiro nesses quatro meses. Botou as coisas em ordem. É o cara que eu tenho que falar. Você não consegue dissociar o nome do Pedrinho do Cruzeiro. Os dois vão estar sempre juntos, porque o Pedrinho sempre esteve presente na hora em que devia estar presente”, complementou o treinador.

Para Vanderlei, o Cruzeiro necessita de outras fontes de recursos, de modo que não dependa exclusivamente do proprietário do BH.  “Tem que se buscar novos parceiros e abrir o leque de opções. O Cruzeiro deveria ter a SAF, ter um fundo de investimento próprio do Cruzeiro para ter recursos de contratações, uma série de coisas a serem feitas. A pergunta dá uma amplitude geral de empresa, de negócio”.

Pedrinho no caixote da Máfia Azul ao lado de Fubá e Quik, líderes da organizada
foto: Ramon Lisboa/EM D.A Press

Pedrinho no caixote da Máfia Azul ao lado de Fubá e Quik, líderes da organizada



Além de ajudar o Cruzeiro a quitar remunerações, Pedro Lourenço já viabilizou contratações de jogadores. Em 2015, ele emprestou R$6 milhões ao clube para adquirir Arrascaeta, à época no Defensor, do Uruguai. No fim de 2019, desembolsou o mesmo valor pela compra de 50% do passe do lateral-direito Orejuela, ex-Ajax, da Holanda.

No balanço financeiro de 2020, o Cruzeiro informou uma dívida de R$49,1 milhões com “pessoa física e pessoa jurídica não financeira”. É nessa categoria que se encaixam Pedro Lourenço e o Supermercados BH. Presente no jogo contra o Náutico, nessa quinta-feira, no Mineirão, pela 38ª rodada da Série B (0 a 0), o empresário foi ovacionado pelos mais de 60 mil torcedores e se colocou à disposição para seguir ajudando o clube.



O Cruzeiro deve recorrer a Pedrinho para levantar o dinheiro que possibilite o pagamento de R$13 milhões para colocar fim ao transfer ban na Fifa. O clube foi proibido de registrar jogadores em razão das dívidas com Defensor, do Uruguai, e Mazatlán, do México (antigo Monarcas Morelia), referentes às contratações de Arrascaeta e Riascos, em 2015.

A partir dessa movimentação, a Raposa poderá regularizar o zagueiro Maicon Roque, revelado na própria Toca, em 2007, e que defendeu o Porto, de Portugal, por sete temporadas (2009 a 2016). Outros nomes especulados para 2022 são os do zagueiro Manoel, do Fluminense, e dos atacantes Willian, do Palmeiras, e Ricardo Goulart, sem clube.

Vanderlei Luxemburgo bateu na tecla sobre a importância de montar um elenco qualificado que brigue não apenas pelo retorno à Série A em 2022, mas também pelo título da Copa do Brasil. O sonho do treinador é permanecer na Raposa ao menos até 2023 para disputar a elite do Campeonato Brasileiro e, quem sabe, a Copa Libertadores.

Fotos de Pedro Lourenço, o Pedrinho, no meio da Máfia Azul



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